Como detectar o engano ao consumidor
O comércio e a publicidade são áreas relacionadas ao marketing, um campo que frequentemente faz uso de mecanismos para “motivar” as pessoas a comprar produtos. Às vezes eles são confusos, e isso é porque omitem informações de forma proposital para vender mais. Portanto, pode-se dizer que são usados com o propósito de causar um engano ao consumidor.
A lei proíbe práticas enganosas de publicidade na maioria dos países. No entanto, a verdade é que, além de muitos anunciantes e comerciantes conseguirem violar a lei, eles também não são tão transparentes com os consumidores quanto deveriam.
Existem vários meios de causar engano ao consumidor. Inclusive, alguns são tão sutis que até passam despercebidos. É por isso que cada pessoa deve estar atenta para evitar ser manipulada a fazer compras desnecessárias e onerosas.
“Em uma aula de marketing na faculdade, aprendemos sobre um estudo de caso que nos mostrou que ‘mascarar’ é legal. Isso significa que você pode, enganosamente, fazer uso de palavras com duplo sentido para vender um produto, mesmo que elas possam induzir os clientes a pensar que suas palavras têm um significado diferente”.
-Suzy Kassem-
A omissão de informações e o engano ao consumidor
De uma forma ou de outra, todo engano ao consumidor é baseado na omissão deliberada de informações. Porém, esse é um ponto fundamental na propaganda de um produto em alguns casos. O engraçado é que essa estratégia é usada com frequência, ao mesmo tempo em que fornece uma grande quantidade de informações.
Um exemplo típico dessa forma de engano são as promoções de cartões de crédito. Elas convidam os consumidores a eventos como “férias exclusivas para vencedores”. Os profissionais de marketing fornecem várias informações a clientes desavisados sobre os benefícios de ganhar um prêmio como esse, falando sobre os destinos que ele cobre, os hotéis em que a pessoa se hospedaria, etc.
O que eles não dizem é que essas férias valem somente para as piores épocas do ano para visitar um determinado local e com um determinado número de acompanhantes para que os benefícios sejam efetivos.
Transferência das despesas de incentivo ao consumidor
Esse tipo de engano ao consumidor ocorre quando a quantidade ou qualidade de um produto ou serviço diminui sem aviso prévio ou direto aos que se beneficiam dele. De uma forma ou de outra, o consumidor acaba com algo diferente do que foi oferecido.
Um exemplo disso são alguns cartões de crédito que oferecem importantes benefícios por utilizá-los. Eles podem oferecer incentivos como a isenção de cobrança por alguns serviços ou acúmulo de pontos à medida que o consumidor utiliza o cartão. Ao fazer isso, os benefícios às vezes são insignificantes em contraste com as obrigações que geram.
Ocultação de restrições e condições
Este é um dos mecanismos mais utilizados para confundir os consumidores. Consiste em oferecer importantes benefícios em troca da assinatura de um serviço ou da aquisição de um produto. O consumidor, m ais tarde, descobre que os benefícios são limitados e que as condições são muito restritivas.
Um exemplo disso são os serviços de internet ou televisão a cabo. Muitas vezes, eles oferecem até seis meses de serviço gratuitos, mas para acessá-los você deve assinar um contrato de dois anos ou mais, muitas vezes a um custo elevado. Assim, eles ainda recuperam o dinheiro que não receberam durante os meses “gratuitos”.
Deficiências, imperfeições ou uso
Este tipo de engano ao consumidor é típico de sites dedicados exclusivamente a promoções. Eles oferecem produtos a preços muito atrativos para o consumidor, mas não informam de forma oportuna ou clara que eles têm algum defeito ou já foram usados.
Esses defeitos se tornam perceptíveis ao longo do tempo. Isso acontece, por exemplo, com dispositivos eletrônicos reconstruídos ou recondicionados que parecem novos, mas obviamente não são. Ou com roupas que você só percebe que são mal feitas depois de vesti-las.
Qualquer coisa gratuita é um engano ao consumidor
Não seja ingênuo: nada é gratuito quando se trata de comércio. Isso seria um absurdo, já que a lógica de qualquer empresa privada é obter lucro. Assim, a gratuidade não se encaixa nesse princípio. É importante ter isso em mente.
Quando uma pessoa lhe dá uma “amostra grátis”, por exemplo, é evidente que ela não está pedindo nada em troca, pelo menos diretamente. No entanto, o custo de todas essas “amostras grátis” já está adicionado ao produto que está sendo promovido. Inclusive, você poderia adquirir esse produto por um custo menor se as empresas não utilizassem esse tipo de publicidade.
As pessoas muitas vezes ignoram todos esses tipos de engano ao consumidor. Comprar não é a mesma coisa que costumava ser. No passado, você comprava o que precisava, ponto final. Agora, isso se tornou uma experiência divertida e agradável, ou pelo menos é o que os profissionais de marketing fazem você acreditar. Por isso, você deve ter cuidado para não ser vítima de manipulação.
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Guillén, I. (2012). La protección de los consumidores contra el engaño y la falta de Información. El Foro, (12), 32-45.