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Sem dizer nada, nós nos dizemos tudo só com um olhar

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Sem dizer nada, nós nos dizemos tudo só com um olhar
Última atualização: 16 outubro, 2016

Sem dizer nada, só com um olhar, e aí está! É assim que se escrevem todos os “eu te amo”, todos os beijos dados, todas as promessas feitas e os carinhos que ambos levamos tatuados na pele. Porque quando seus olhos e os meus se encontram, não são necessárias palavras, o universo inteiro entra no mesmo ritmo e nossos corações dançam, ali, entre seu olhar e o meu…

Dizem os linguistas que apesar de o amor ser o sentimento mais universal e conhecido por todos, a forma por meio da qual o amor é expressado em cada país inclui uma diversidade de jeitos que faz com que ele seja único em cada lugar, quase que intraduzível entre as línguas. No Japão, por exemplo, existe o termo “Koi no yokan”, que seria algo como uma sensação intensa e inexplicável que temos quando estamos diante de alguém que seguramente vamos querer para sempre.

Você é culpado de todos meus olhares perdidos e meus risos tontos, você é a pessoa na qual vejo desejo me ver refletida todos os dias, refletida no oceano dos seus olhos…
Na linguagem dos sinais, podemos expressar um “eu te amo” de várias modos diferentes. Um deles é levantando o dedo mindinho, o dedo indicador e o polegar. Aqui a magia é sem dúvida excepcional, porque não precisamos nem de palavras que articulem os sons, não obstante, o sentimento segue sendo claramente o mesmo. Como é em qualquer língua e em qualquer canto desse gigante planeta.
Apesar disso, poderíamos dizer que a língua mais universal na hora de transmitir com autenticidade o amor são os olhares. Esses espelhos límpidos em que as emoções ardem mostram satisfação e cativam, ainda que, evidentemente, sempre sigamos precisando de palavras…

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Um olhar e um “amo você” em mil idiomas

Dizem que o amor é um naufrágio químico, que o desejo, que cada promessa feita debaixo dos lençóis ou nas noites em que voltamos para casa a passos lentos, traçando sonhos entre beijos e risos, não é nada mais que o resultado de um complexo maquinário de nossos neurotransmissores, de nossos complexos hormônios…

É algo que sem dúvida é difícil de acreditar. Porque o amor é mais que química, são momentos, é um olhar que nos atrai sem qualquer motivo, é um eu te amo que falamos já com algum medo por estarmos nos arriscando, como se só por isso nos fosse sugada a vida. Talvez até por isso o ser humano tenha sempre tentado diminuir por meio da linguagem toda a gama de emoções inexplicáveis, contraditórias e intensas, mas sempre mágicas, que sentimos. Vejamos alguns exemplos.

  • Firgun. Do hebreu, é quando nos sentimos felizes porque algo de bom aconteceu com quem amamos.
  • Dorn. Do romano, faz referência à dolorosa sensação que experimentamos quando não estamos juntos da pessoa que queremos.
  • Merak. Quando amamos, quando fazemos algo que nos satisfaz de um modo muito intenso, parece que nós somos essenciais para o universo. É algo maravilhoso, uma emoção tão plena e intensa que os sérvios a identificaram com essa sonora palavra.
  • Cwtch, do galês. É o abraço maravilhoso que recebemos de nosso amor.
  • Naz, do urdú. Faz referência ao orgulho de se sentir amado.
  • Na lingua yamana, de um povo da zona mais austral da América, descreve-se o olhar “Mamihlapinatapei” como aquele em que duas pessoas se desejam e não conseguem parar de se olhar, mas ainda assim são muito tímidos para que qualquer um dos dois dê o primeiro passo.

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O amor em silêncio, o amor dos olhares

Nenhuma parte de nosso corpo carrega tanta carga emocional quanto o olhar. É por isso que na realidade não importa muito em que língua nos digam “eu te amo”. Porque o mais provável é que já soubéssemos muito antes que somos amados graças a esses olhos cintilantes, a esse olhar que nos envolve completamente, que nos procura, que nunca precisará de explicação para descrever o que a alma sente.

O amor em silêncio diz muito mais que qualquer frase, muito mais que um discurso e que a melhor carta do mundo. De fato, quando as palavras acabam, as mãos é se buscam, as bocas se buscam para desenhar beijos, e as peles se encontram para jogar o verdadeiro jogo do amor, quando reina o silêncio e tudo é autêntico.

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Não obstante, as pessoas sempre vão precisar se comunicar para construir o amor. E seja com a língua de sinais, ou aprendendo em alguns casos à força o idioma da pessoa pela qual nos apaixonamos em algum momento, precisamos nos comunicar para dar forma ao que se acendeu em nosso coração.

Segundo Gary Chapman, autor de “As 5 linguagens do amor”, a expressão física do carinho e da paixão é só uma parte do que constitui uma relação de casal estável e feliz. As pessoas precisam de afeto, apoio, uma comunicação empática e da cumplicidade da pessoa capaz de dizer em palavras tudo o que expressam seus olhos.

Porque, como costumam dizer, o amor começa com um olhar, é dito com uma palavra, é sentido com um beijo e, algumas vezes, perde-se com uma lágrima.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.