Os efeitos do junk food no cérebro
A alimentação é uma oportunidade fantástica de cuidar da nossa saúde, mas devemos entender que certos alimentos são potencialmente prejudiciais. Hoje, analisaremos os efeitos do junk food no cérebro.
Longe de nos alimentar e nutrir, esse tipo de comida prejudica o funcionamento do nosso organismo. Além disso, a ciência descobriu recentemente que alimentos altamente calóricos e com baixo teor de nutrientes afetam negativamente o funcionamento da nossa mente.
A revista Brain, Behavior and Immunity publicou um estudo elaborado na Universidade de New South Wales, na Austrália. Nele, os pesquisadores descobriram que uma dieta com altos níveis de açúcares e gorduras prejudica a capacidade cognitiva do cérebro. Este efeito do junk food no cérebro ocorre mesmo a curto prazo.
Os pesquisadores apontaram que a infância é um período crítico nesse sentido. Ou seja, se a dieta pobre em nutrientes essenciais ocorre nos primeiros anos de vida, os seus efeitos serão mais graves.
“A comida que você come pode ser a mais poderosa forma de remédio ou a forma mais lenta de veneno”.
– Ann Wigmore –
Os efeitos do junk food no cérebro
O estudo realizado pela Universidade de New South Wales provou que, de fato, há efeitos prejudiciais de junk food no cérebro. Para comprovar isso, foi realizado um experimento com dois grupos de camundongos.
Um dos grupos foi alimentado com alimentos calóricos e pobres em nutrientes. Particularmente, muitos alimentos ricos em açúcar e gordura saturada. O outro grupo recebeu uma dieta saudável, mas foi autorizado a consumir água com açúcar esporadicamente. Este último simulava um refrigerante.
O resultado surpreendeu os cientistas. Apenas uma semana após o início do experimento, o primeiro grupo de camundongos apresentou uma deterioração significativa na área do cérebro relacionada à memória.
O mais desconcertante é que o segundo grupo também mostrou uma deterioração quase tão grave quanto o primeiro grupo.
Outro estudo revelador
As evidências sobre os efeitos nocivos do junk food no cérebro não param por aí. Outro estudo, publicado pela revista Cell Metabolism, mostra que um grupo de cientistas americanos chegou à mesma conclusão de uma maneira diferente.
Esses pesquisadores partiram da ideia de que as células do sistema imunológico do cérebro, também chamadas de micróglias, se inflamam com o consumo de alimentos altamente calóricos com poucos nutrientes. Através de suas pesquisas, eles conseguiram detectar que, quando isso acontece, a sensação de fome aumenta.
Para chegar a essa conclusão, eles também usaram um grupo de camundongos. Nesse caso, provocaram uma inflamação das micróglias artificialmente. Isso fez com que os ratos comessem um terço a mais do que comiam antes, e aumentaram em média quatro vezes o seu peso.
Isso comprova outros efeitos do junk food no cérebro, que acabam afetando todo o organismo.
Junk food: nós somos o que comemos
A afirmação “Somos o que comemos” tem o apoio da ciência. No entanto, se o que consumimos influencia a nossa saúde mental, temos uma excelente oportunidade de sermos arquitetos da nossa própria saúde. Não é maravilhoso?
Hoje, sabemos que alimentos com baixo teor de nutrientes e muitas calorias geram padrões fisiológicos semelhantes aos de um vício. Ao aumentar o consumo desse tipo de alimento, parece aumentar também o desejo que temos por eles.
Assim, como em todos os vícios, a tentação de trocar um prazer imediato pelo bem-estar a longo prazo torna-se difícil.
Galeno e os primeiros médicos da história estavam convencidos de que a comida e a boa saúde andavam de mãos dadas. Tanto é assim que um dos princípios de Hipócrates era: “Que o seu remédio seja o seu alimento, e o seu alimento seja o seu remédio”.
O que alimenta o cérebro?
Quando nos alimentamos, cuidamos ou negligenciamos a nossa saúde mental. Assim como temos evidências sobre os efeitos negativos do junk food no cérebro, também podemos obter efeitos positivos com outros tipos de alimentos.
Não é tão difícil. Basta introduzir alguns alimentos em nossa dieta diária, não necessariamente em grandes quantidades. Comer um punhado de nozes ou outras oleaginosas por dia é uma boa maneira de satisfazer o apetite e cuidar da saúde do nosso cérebro.
Os peixes, assim como os mirtilos, a aveia, o iogurte, o chocolate, o abacate e alimentos verdes também são magníficos. Se você não gosta destes alimentos, simplesmente coma uma pequena porção de algum deles todos os dias. Dessa forma, o seu cérebro agradecerá.
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- Rodríguez, J. R., González, M. J., & Miranda, J. (2008). Deficiencias nutricionales y comportamientos inadaptados: un posible nuevo paradigma para la prevención de conductas agresivas. Psicología y Salud, 18(2), 199-206.