Os elogios e as bajulações são ventos que ameaçam nos arrastar

Os elogios e as bajulações são ventos que ameaçam nos arrastar

Última atualização: 07 fevereiro, 2017

À medida que crescemos, vamos ganhando independência. Com poucos meses podemos começar a engatinhar; quando passamos dos dez anos já nos deixam ir a algum lugar sem companhia; e quando encontramos um emprego em que somos admitidos, saímos de casa. Este é um processo gradual pelo qual iremos passar com uma boa coleção de elogios, bajulações e queixas, ao mesmo tempo em que aprendemos e adquirimos responsabilidade.

No entanto, por mais que avancemos no caminho da independência, algo de que nunca iremos nos emancipar por completo é a influência que os outros têm sobre nós. Esta influência pode ser deliberada, como quando nosso chefe nos designa uma tarefa; ou mais sutil, como quando nosso chefe nos enche de elogios, tentando reforçar a nossa motivação e estilo de comportamento.

Elogios e bajulações: a história de Luiz

Um dia, a mosca que voava pela cozinha naquele momento contou que o Luiz chegou em casa cabisbaixo. Sua mãe, ao ver seu estado de espírito, lhe perguntou o que havia acontecido. Luiz lhe disse com tristeza que seus colegas haviam dito que ele era inútil, já que não soube como resolver o problema que seu professor havia mandado solucionar no quadro.

A mãe lhe disse que aquele fim de semana, quando saíssem para passear pelo pinhal que havia perto de casa, ele tinha que pegar uma pinha do chão e contar a ela todas as coisas ruins que aconteceram. O menino olhou para ela com uma expressão estranha e saiu, intrigado. Naquele sábado, entre um chute e outro na bola de futebol, pegou uma pinha do chão e lhe disse um monte de palavras horríveis que não iremos reproduzir aqui.

À noite, durante o jantar, sua mãe perguntou se ele tinha falado com a pinha. Luiz disse que sim. A mãe lhe disse que no próximo sábado ele teria que pegar outra pinha, mas dessa vez ele iria contar a ela todas as bajulações que já ocorreram em relação a ele. Luiz fez isso e sua mãe voltou a fazer a mesma pergunta naquele dia.

Mais especificamente, ela perguntou se em algum dos sábados ele havia notado alguma diferença entre a pinha, antes e depois de colhê-la. O menino disse que não.

mulher-ramos-arvore

Nós somos como o Luiz

Muitas vezes já fomos o Luiz e com certeza continuaremos sendo, porque as palavras dos outros penetram em nós e deixam sua influência. Provavelmente não podemos evitar isso, mas o que podemos fazer é olhar para as mensagens que chegam até nós com a perspectiva que elas merecem.

Porque alguém que, a partir do seu ponto de vista, tenta fazer um retrato nosso, independentemente de querer nos insultar ou não, não pode ser mais certeiro do que algo aleatório. Na verdade, com certeza antes de receber a mensagem dos seus colegas, Luiz não pensava que era um inútil.

mulher-flores-delicadas

Diante desse tipo de mensagens, é sempre uma boa ideia introduzir uma pergunta em nosso diálogo interno: por que o critério tem que ser definido pelos outros, e não por você? Perceba que eles só passam uma parte do dia com você e só têm consciência de uma pequena parte do que você faz ou pensa. Algo que, quer queira quer não, não acontece com você.

Extraia toda a informação que quiser do que disserem a você, mas quanto a ser, ao verbo ser, você tem a última palavra na hora de introduzir adjetivos na sua definição. É um grande poder, não o coloque na mãos de terceiros, e se alguma vez fizer isso parcialmente, que seja nas mãos de pessoas que te amam de verdade.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.