A importância de emagrecer o ego para alimentar a alma

A importância de emagrecer o ego para alimentar a alma

Última atualização: 30 março, 2017

No território de ego só cresce o orgulho, o olhar de quem entende o mundo com base no seu próprio umbigo e que semeia a infelicidade em qualquer ambiente que habita. Todos nós conhecemos alguém moldado com esse padrão; são mentes que não têm harmonia, que afogam a calma e que deveriam começar a colocar seus egos de dieta para que também sobrasse um pouco de comida para a alma.

Se dermos uma pequena olhada no panorama atual e no cenário sociopolítico que nos rodeia, poderemos ver que, de fato, o reino do ego está crescendo. São muitos os países e líderes que estão começando a praticar esse protecionismo e essa autodefesa do eu, onde delimitam o meu e o seu, onde deixam de lado um estrangeiro para proteger a própria identidade.

Muitos se esquecem, talvez, de que os egos obesos e a voz do orgulho são obcecados por marcar distâncias, trazendo assim a desigualdade, o ódio, a discriminação e a própria infelicidade. No entanto, não somos apenas testemunhas deste tipo de dinâmica a nível político. De acordo com um artigo publicado na revista “Psychology Today”, nos ambientes de trabalho estão cada vez mais nomeando gerentes ou chefes que, longe de fazerem uso da inteligência emocional em suas organizações, se deixam levar pelo ego em uma necessidade definitiva de exercer o poder e o controle.

Os trabalhadores que têm como gestores uma pessoa com esse tipo de perfil os definem como “crianças pequenas com muito poder”. O mais relevante disso tudo é que as ações egoístas exibidas em todo os âmbitos, seja a nível familiar, empresarial ou social, não obtêm qualquer benefício. O potencial humano é desperdiçado, porque está sujeito ao reino do medo, ao império do desprezo e a essa falta de ética, empatia e proximidade, onde pouco ou nada de bom consegue crescer.

Propomos uma reflexão sobre o assunto.

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Egos fortes e egos grandes

Começaremos esclarecendo algo essencial. A palavra “ego” vem do latim e significa, simplesmente, “eu”. Para a filosofia oriental o ego refere-se a autoconsciência, ao autoconhecimento e a essa entidade a ser distinguida de comportamentos pouco saudáveis, como o egocentrismo e o egoísmo.

Por outro lado, Freud também identificou esse nível do nosso aparelho mental como a parte intermediária onde a pessoa está dividida entre o impulso instintivo e a pressão das normas sociais. O objetivo final seria desenvolver um ego saudável que nos permita harmonizar com a vida cotidiana dos nossos relacionamentos e da própria sociedade.

Com tudo isso, podemos deduzir sem dúvidas que existem dois tipos de ego. Por um lado, seria a nossa necessidade de desenvolver um “eu” (ego) forte onde se consolida a nossa autoestima, onde exista uma consciência plena de si mesmo com seus valores, sua nobreza e a identidade que nos define mas que, por sua vez, é sensível e próxima de outras identidades que nos rodeiam. Por outro lado, e no polo oposto, estariam os grandes egos.

Vamos ver suas características.

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Os grandes egos e seus universos paralelos

Um grande ego é um “eu” desproporcional e pouco realista que não se enriqueceu de maneira paralela com o interior da pessoa. Seus vazios, suas limitações pessoais e sua falta de autoestima o forçam a buscar um reconhecimento exterior, onde possa se sentir fortalecido.

  • O ego grande tem como propósito “recolher” energias alheias para exercer o controle. Para isso, não hesitam em humilhar ou desprezar.
  • O ego grande adora ser o centro da atenção e se identificar com tudo aquilo que consiga diferenciá-lo do resto: um título, uma conquista, uma marca, uma bandeira…
  • O ego grande é capaz de se vestir com a armadura da bondade para exaltar-se como pessoa e, assim, captar adeptos.
  • Por sua vez, existem diversos tipos de “egos grandes”, como o sabe-tudo, o sofisticado, o que busca prestígio, o insaciável e que sempre busca emoções e experiências novas para logo se orgulhar delas.

Os 7 passos para emagrecer o ego

Ao longo da história não faltam estudos tanto psicológicos quanto filosóficos que mergulharam no tema do “ego” e em sua relação com o mal. É uma questão complexa onde não há resultados claros, porque também estariam envolvidos os componentes biológicos, sociais e educacionais. De qualquer forma, o que todos nós temos certeza é de que os grandes egos são o reflexo de mentes anoréxicas que não foram iniciadas no universo da inteligência emocional.

Por isso, é necessário que todos nós plantemos essa semente nas novas gerações, ajudando-os a construir um ego saudável e empático, iniciando-os na arte de alimentar a alma, e não o ego. Esses seriam alguns pontos-chave básicos sobre os quais refletir.

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Estratégias para vencer o ego

A chave para vencer o ego tem a ver com tornar-nos conscientes dos nossos comportamentos e atitudes cotidianas. Você vai se perguntar, mas… quais atitudes? Vejamos a seguir.

  • Liberte-se da necessidade de ser superior aos demais.
  • Não se apegue apenas às suas conquistas e aos seus sucessos. Reconheça também os dos demais.
  • Não se sinta eternamente ofendido pelo que dizem, fazem ou pensam aqueles que o cercam. Eles têm o direito de não ser como você deseja.
  • Liberte-se da necessidade de ter mais e mais a cada dia. Aprecie aquilo que você já tem.
  • Liberte-se da necessidade de ganhar. Às vezes, também é possível aprender com a derrota.
  • Não seja obcecado por querer ter sempre a razão.
  • Seu objetivo na vida não é ter fama ou sucesso. Seu objetivo é, simplesmente, ser feliz.

Para concluir, nós entendemos que a única coisa que a prática diária do ego consegue é levantar muros e criar distâncias. Vamos começar a alimentar a alma e a praticar a humildade onde reconhecemos ao outro como parte de si mesmo. Vamos nutrir o coração de nobreza para criar um mundo mais respeitoso e próximo.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.