As emoções que a maternidade traz

As emoções que a maternidade traz

Última atualização: 20 março, 2017

A maternidade traz consigo uma torrente de emoções. No momento em que você vê o rosto do seu bebê pela primeira vez, você pode sentir alegria, medo, saudade… Você acaba de conhecer a pessoa que, provavelmente, a partir deste momento, será o centro da sua vida, e você ainda não sabe exatamente o que sente por ele ou ela.

A nível endócrino, os hormônios se encarregam de fazer o seu trabalho, e é possível que nas primeiras semanas após o parto sintamos o que é conhecido como “baby blues” ou depressão pós-parto leve.

Aumenta a liberação do hormônio do amor, a oxitocina. Ela é responsável pelo amor que sentimos pelos nossos filhos e pelo senso de responsabilidade e proteção que nos inunda sempre que os olhamos.

Tenha em mente que, psicologicamente, a grande mudança que representa para as nossas vidas a chegada de mais um membro na família pode fazer com que o período pós-parto, também conhecido como quarentena, não atenda às expectativas que tínhamos.

Parece que somos obrigadas a sermos felizes e radiantes quando damos à luz e, certamente, é uma experiência de vida maravilhosa, mas é possível que algumas mães não percebam isso imediatamente. Elas precisam de um tempo para assimilar a experiência.

Esse tempo é essencial para nos adaptarmos à nova situação, e não devemos nos sentir culpadas por isso, acreditar que não somos boas mães, e muito menos permitir que alguém faça isso. O apoio do companheiro, família e amigos é fundamental nesse período.

A mente depois do parto

Como já comentamos neste artigo, as mulheres grávidas, principalmente se forem “mães de primeira viagem”, têm expectativas irrealistas sobre a maternidade. Nossas mães, avós, tias ou vizinhas se encarregam de contar durante os nove meses o quanto é maravilhoso ser mãe e você espera com ansiedade por esse momento no qual se tornará a pessoa mais feliz desse mundo.

De repente, você tem um bebê e percebe que esse sentimento de euforia não acontece. Você fica triste, confusa, estranha … por que isto aconteceu comigo? Eu não deveria ser a mulher mais feliz do mundo?

Cuidado! O sentimento maternal não acontece em um passe de mágica. Todas as pessoas que lhe disseram que esse momento em suas vidas foi maravilhoso não estão mentindo, mas não se lembraram de lhe dizer que todos nós precisamos de um período de adaptação diante de novas situações importantes, e que isso é absolutamente normal.

homem-desenho-violeta

Dessa forma, podem surgir sentimentos de culpa devido a pensamentos automáticos negativos, como por exemplo: não sirvo para ser mãe, meu filho terá traumas porque eu não estou fazendo bem a minha parte, a minha vida acabou, etc…

É importante detectar estes pensamentos negativos para combatê-los e substituí-los por outros mais realistas e positivos. Caso contrário, a culpa pode se transformar em uma profunda tristeza ou depressão, ou nos fará entrar em um círculo vicioso onde já não queremos cuidar do bebê ou podemos até negligenciar a nossa própria vida, aumentando a intensidade dos sentimentos iniciais.

Quando isto acontece, confirmamos os nossos pensamentos negativos. “Eu não sou capaz nem mesmo de amamentar, olha como sou uma péssima mãe”. E dessa forma fechamos o círculo da depressão pós-parto.

Além das alterações hormonais e psicológicas que ocorrem no período pós-parto, sofreremos também outras mudanças na vida cotidiana: a falta de sono, de tempo para nós mesmas, de intimidade com o parceiro, visitas e mais visitas, etc. Tudo isso alimenta ainda mais as nossas emoções negativas que sentimos nas primeiras semanas.

Viva a maternidade de forma positiva

A boa notícia é que tudo acaba passando. Embora, inicialmente, ser mãe pareça complicado e você se sinta muito mal, o seu sistema hormonal e a sua capacidade de adaptação transformarão o que parecia ser um inferno em um paraíso. No entanto, por mais que a natureza nos ajude, precisamos fazer a nossa parte.

Para começar, você deve aceitar o momento que você está vivendo, assim como as emoções que estão inevitavelmente associadas a ele. As mudanças que aconteceram na sua vida são muito grandes e é normal e tolerável ter sentimentos contraditórios, que podem ser alternados ou todos de uma vez.

Abrace essas emoções, não lute contra elas e não tente ser feliz de qualquer jeito. Você pode estar se sentindo ansiosa, triste, confusa e até mesmo com raiva do mundo. Não se preocupe, você é humana e tem emoções. Aceite-as sem preocupações.

Depois que aceitar os seus sentimentos, você começará a analisar o que está passando pela sua mente a cada vez que acorda, e perceberá que a maternidade trouxe certas responsabilidades que antes não existiam. Anote esses pensamentos em um papel como se fossem um outro idioma e comece a traduzi-los em pensamentos positivos.

mae-e-filha

Por exemplo, se você pensa: “Sou muito jovem e tenho um filho para criar, minha vida está arruinada“, traduza para “Como sou muito jovem tenho muito mais energia para brincar com meu filho e a vida inteira pela frente para realizar muitos projetos”.

Aos poucos, você vai perceber que seus pensamentos eram muito exagerados e que você estava exigindo muito de si mesma, quando na realidade está sendo a melhor mãe que seu filho poderia ter tido, e o seu sorriso lhe provará isto antes você possa imaginar que é capaz de sorrir.

Finalmente, fuja dos conselhos que você não pediu. Muitas pessoas gostam de se intrometer em assuntos de maternidade: você deve amamentar, não deve amamentar, o bebê deve dormir no seu próprio quarto, deve dormir com os pais, deve usar chupeta ou não…

Estes conselhos, baseados principalmente na sua própria experiência, quase nunca ajudam e acabam criando uma certa insegurança na mãe que não sabe ao certo o que é melhor para o seu bebê. Portanto, confie apenas nos profissionais, pediatras, parteiras ou psicólogos infantis, pois eles são capazes de aconselhá-lo adequadamente sobre o seu filho.

Imagens cortesia de Pascal Campion.

 


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.