Como o esporte influencia o nosso cérebro?

Como o esporte influencia o nosso cérebro?

Última atualização: 07 dezembro, 2016

O esporte é benéfico para a nossa saúde, nos ajuda a estar em forma, nos protege de muitas doenças, fortalece o nosso sistema imunológico, etc. Desta forma, o esporte é um dos nossos melhores aliados para levar uma vida saudável e para que nosso organismo funcione melhor.

O cérebro é um dos grandes beneficiários do esporte. Para chegar a essa conclusão foram realizados diversos estudos que apoiaram esta hipótese. Além disso, esses estudos foram complementados com outros, cujo objetivo era simplesmente especificar essa relação de forma mais detalhada.

Então, vamos listar a seguir alguns dos estudos que encontraram em seus resultados a influência positiva da atividade física nos diferentes processos cognitivos.

1. Exercício aeróbico regular para melhorar a atenção

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Granada, liderada por Luque-Casado, comparou dois grupos de adultos jovens: um com um alto nível de condicionamento físico e outro com um estilo de vida sedentário, durante a execução de uma tarefa cognitiva de vigilância psicomotora de 60 minutos.

Foi registrada a atividade eletrofisiológica nos participantes e descobriu-se que aqueles com alto nível de condicionamento físico mantiveram uma maior amplitude no potencial P3 , que está associado com a capacidade de focalizar a atenção de forma eficiente durante toda a tarefa, em comparação com os participantes sedentários.

A atenção é uma função cognitiva de alto nível e está relacionada com todos os processos cognitivos. Os resultados sugerem que os indivíduos que se praticam exercício têm um funcionamento bidireccional entre o sistema nervoso central e autônomo mais eficiente, ou seja, entre o cérebro e o coração.

2. Recuperar a função cognitiva após um AVC

Uma revisão sistemática publicada na Revista de Neurologia estudou a relação entre o exercício físico e a recuperação das funções cognitivas danificadas devido a um acidente vascular cerebral. O treinamento de força/resistência melhoraria ainda mais a função cognitiva.

Assim, a atividade física é uma terapia promissora para a recuperação de pessoas que sofreram um acidente vascular cerebral, não apenas na função motora, como é de se esperar, mas os benefícios também podem ser estendidos ao nível cognitivo.

3. Instrumento de prevenção contra a demência

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Franco-Martinez realizou outra revisão sistemática focada em conhecer a influência que a atividade física exerce sobre a função cognitiva em indivíduos idosos, tanto saudáveis como com disfunção cognitiva. Esses estudos indicaram que uma maior taxa de atividade física estaria relacionada a uma menor deterioração em ambos os grupos.

O exercício físico é uma estratégia psicossocial promissora para a intervenção de adultos mais velhos com e sem sinais de disfunção cognitiva. Apoiando tais resultados, foi publicado na revista científica BMC Psychiatry que manter uma vida ativa pode ser um fator de proteção para a disfunção cognitiva e, em alguns casos, com melhores resultados do que uma intervenção específica.

Esta descoberta sugere que ter um estilo de vida ativo pode ser diferente das intervenções de treinamento na dosagem e na variedade das atividades, bem como a motivação intrínseca e a diversão para a realização destes. O exercício influencia a função cognitiva, a saúde vascular e o metabolismo cerebral.

4. As enxaquecas e dores de cabeça tensionais podem ser combatidas com o esporte

Um estudo publicado na Revista de Neurologia por Gil-Martinez realizou uma revisão sistemática de todos aqueles estudos voltados para o combate de enxaquecas e dores de cabeça através do aumento da atividade física. Eles concluíram que o exercício terapêutico reduz a intensidade e a frequência da dor em comparação com a situação anterior.

A análise qualitativa mostrou uma forte evidência em relação à ausência de efeitos adversos após a aplicação de exercícios terapêuticos. Esta falta de efeitos colaterais pode ter vantagens sobre o uso de algumas drogas.

Além disso, ficou comprovada a eficácia do tratamento fisioterapêutico, incluindo o exercício terapêutico, para reduzir a intensidade, a frequência e a duração da dor na cefaleia tensional.

5. Ajuda a melhorar a memória

No Instituto Radboud, do Centro Médico da Universidade Donders, na Holanda, foi realizado um estudo com o objetivo de conhecer o efeito da prática de esportes após memorizar algumas informações. Para tal, participaram 72 indivíduos que estudaram a posição de 90 desenhos durante 40 minutos, para depois atribuir a cada um dos participantes um dos três grupos.

No primeiro, os indivíduos realizaram exercícios logo após terminar a tarefa de memória, o segundo grupo 4 horas mais tarde, e o terceiro não realizava qualquer atividade física. 48 horas depois, os indivíduos voltavam a fazer um teste para ver o que eles lembravam da tarefa de memória, enquanto realizavam uma ressonância magnética.

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Os resultados indicaram que os indivíduos do grupo que tinha realizado exercícios 4 horas após memorizar a tarefa reteve melhor a informação em comparação com os outros dois grupos. As ressonâncias magnéticas também mostraram representações mais precisas no hipocampo, a área do cérebro relacionada com a aprendizagem e a memória, cada vez que o indivíduo respondia de maneira correta.

 


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