O estresse da dona de casa

O estresse da dona de casa
Francisco Pérez

Escrito e verificado por o psicólogo Francisco Pérez.

Última atualização: 29 dezembro, 2022

O estresse em si é um assunto ao qual poderíamos dedicar centenas de páginas. No entanto, existem setores da população que são especialmente sensíveis aos seus efeitos. N este caso, nos referimos ao estresse da dona de casa.

Talvez pensemos que a dona de casa, por ter uma ocupação comum e atuar no ambiente doméstico, não sofre muita pressão. No entanto, nada está mais longe da realidade, já que as tarefas que elas têm que enfrentar são várias e de muita responsabilidade.

Ao considerar como causas do estresse o trabalho intensivo, o excesso de responsabilidade, a falta de tempo de lazer, etc., c om boa lógica, colocaremos a dona de casa em um lugar de destaque nas profissões potencialmente estressantes. Poderíamos dizer que a dona de casa está exposta ao estresse excessivo.

A dona de casa: uma supermulher com superpoderes

Podemos considerar a atividade cotidiana principal da dona de casa o cuidado de sua família e do lar. Portanto, há obrigações que exigem um grande esforço físico e mental.

Dona de casa exausta

Quanto ao esforço físico, talvez não seja muito intenso. No entanto, é contínuo e com poucos descansos, o que leva a um grande desgaste. Seu exercício físico como obrigação (trabalho) não possui um cronograma que o delimite. Desde o momento em que acorda até ir para a cama, ela tem o dever de ser ativa para cobrir as necessidades de sua família. Do cuidado pessoal à alimentação, quase todas as tarefas dependem da dona de casa. Isso sem entrar nas famílias em que há uma pessoa em situação de dependência: a responsabilidade por seus cuidados geralmente é da dona de casa.

Ao mesmo tempo, a dona de casa tem que manter a ordem e a limpeza em sua casa. Essa atividade nunca termina, porque deve ser realizada diariamente. Além disso, há um fator agravante: a sensação de trabalho inútil devido à natureza efêmera dos resultados. Organizar para depois desorganizar e reorganizar no dia seguinte.

A dona de casa faz um esforço físico de grande continuidade

Já dissemos que o esforço físico realizado pela dona de casa é definido mais em termos de continuidade do que de intensidade. No entanto, algumas pessoas podem assumir (e não sem razão) que seu esforço também é intenso: mover móveis, carregar sacos pesados, carregar uma criança no colo…

É fato que a dona de casa tem momentos de descanso, e também tem a noite para dormir, mas será que ela realmente consegue descansar ? A dona de casa deve estar alerta para qualquer imprevisto de dia ou de noite, especialmente se houver crianças pequenas que choram, pedem ou adoecem.

Todo esforço físico leva à fadiga corporal. A fadiga corporal envolve cansaço muscular e diminuição da atividade devido ao esgotamento. O estresse da dona de casa é agravado por esses fatores físicos.

O estresse da dona de casa também é resultado do esforço psíquico

Muitos pensam que as atividades da dona de casa não implicam um grande trabalho para a mente. No entanto, nada está mais longe da realidade. É preciso pensar nas refeições, calcular as despesas, resolver problemas de seus filhos, etc. Existem muitos desafios que precisam ser enfrentados.

Há muitas profissões que reconhecem esse trabalho mental; engenheiros, advogados, designers de projetos ou controladores de tráfego aéreo. No entanto, se analisarmos de maneira específica essas profissões e a de dona de casa, perceberemos que nessas ocupações são importantes as tarefas como o planejamento, o gerenciamento de recursos ou a inteligência comunicativa.

Por outro lado, o esforço psíquico leva à fadiga mental. Diminui a capacidade de concentração, provoca uma instabilidade emocional, a motivação se desgasta… Assim, o estresse da dona de casa é consolidado através do esforço psíquico ao qual ela está exposta.

Mulher com dor de cabeça

A dona de casa também tem vida própria

Uma dona de casa é, antes de mais nada, uma pessoa. Tem seus conflitos, suas emoções e outros detalhes psicológicos da essência humana. O que aconteceria se a essa base de estresse inerente a ser dona de casa acrescentássemos outros tipos de estresse? (não relacionados à sua condição).

Pensemos que atualmente muitas donas de casa, além de carregar todo o peso da “casa”, também trabalham fora. Ou seja, falamos de pessoas que são capazes de desempenhar dois empregos de tempo integral, com pouca ou nenhuma ajuda e, em muitos casos, sem a compreensão dos que estão ao seu redor.

Falamos de um trabalho ingrato, geralmente realizado por mulheres que recebem apenas uma parte infinitesimal do reconhecimento que merecem. É precisamente esse sentimento de ser ignorada que muitas vezes atua como um catalisador para esse estresse, desencadeando a sensação de solidão e isolamento entre as paredes da casa.


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