Eu desperdicei a minha vida?
Talvez os anos tenham passado sem você ter notado. As obrigações de trabalho, a rotina diária ou um grande número de preocupações impediram que você refletisse sobre como está e o que está fazendo. Mas talvez, em um dia qualquer, cansado de viver nesse tipo de automatismo, você comece a se perguntar: “Eu consegui tudo o que queria ou desperdicei a minha vida”? “Estou no lugar em que desejo estar?”
Se você já se viu fazendo essas perguntas ou está nesse ponto de vida agora, não se preocupe. É mais normal do que você imagina. Quase todos nós, em algum momento das nossas vidas, passamos por esse tipo de preocupação.
Em um primeiro momento, questionar-se pode parecer assustador porque não sabemos até onde chegar. No entanto, este também pode ser o momento de assumir um estado interno de introspecção positiva que leve ao enriquecimento pessoal.
Portanto, desse período de crise pode surgir um novo impulso capaz de redirecionar a sua vida para um estado mais positivo e consciente.
“Eu não sou o conteúdo da minha vida. Eu sou a vida. Eu sou a consciência. Eu sou o agora. Eu sou o eu sou”.
– Eckhart Tolle –
A grande questão: eu desperdicei a minha vida?
Quando uma pessoa se faz essa pergunta, a sensação que pode experimentar é descrita, muitas vezes, como uma espécie de abismo se abrindo no seu interior.
De fato, não é incomum que isso a leve a observar a sua vida e fazer uma retrospectiva, um balanço entre as conquistas alcançadas e os acontecimentos negativos ou fracassos.
Essa reflexão pode levar a muitos sentimentos que querem sair. Talvez porque estejam dormindo há algum tempo ou até reprimidos. O importante é identificá-los, refletir sobre a sua origem e expressá-los.
De alguma forma, isso dará pistas sobre como você está e ajudará a liberar as cargas que o impedem de continuar.
Como podemos ver, fazer esta pergunta terá como consequência uma extensa viagem mental e emocional através de cada uma das áreas que são importantes na nossa vida, analisando-as uma após a outra. Entre essas áreas importantes, estão:
O trabalho
“Eu gosto do meu trabalho”? “Que perspectivas ele me oferece”? “Eu ficarei aqui para sempre”? “Eu perdi a minha vida nele?”
Essas são perguntas que não têm uma resposta fácil. Trabalhar é indispensável para viver e, portanto, é uma realidade da qual não se pode escapar. Portanto, mesmo que você não consiga controlar todas as circunstâncias do trabalho, a atitude com a qual o enfrenta depende de cada pessoa.
Muitos psicólogos aconselham que a felicidade não deve depender de um trabalho. Talvez seja uma boa ideia optar por um trabalho que seja mais leve emocionalmente, se a pessoa não está bem ou sente algum desconforto. Isto poderá gerar consequências negativas.
“O talento vence os jogos, mas o trabalho em equipe e a inteligência ganham os campeonatos”.
– Michael Jordan –
É importante estar ciente de que você não precisa forçar ninguém a ‘estar onde não quer estar’. Por essa razão, todos nós podemos repensar a nossa situação de trabalho e buscar novas oportunidades, se assim considerarmos necessário.
Quando o trabalho realizado traz mais decepções do que satisfações, talvez seja o momento de procurar novas possibilidades de avanço e, assim, evitar uma estagnação no mal-estar. No entanto, é verdade que há momentos em que isso não é possível.
A vida é composta por momentos e, portanto, uma maneira de aproveitá-la é aprender a aproveitar ao máximo os momentos que a compõem. Assim, se você não pode estar sempre em casa por causa do seu trabalho, poderá optar por fazer com que os momentos que passa em casa sejam inesquecíveis.
A família
“Eu desperdicei a minha vida familiar”? Esta pode ser outra das grandes questões que atravessam a nossa mente. O lado positivo de lidar com isso é que, repensando a questão, poderemos obter uma resposta diferente.
Ou seja, transformando essa interrogação em uma afirmação desprovida de emotividade negativa, que nos impulsiona para a ação, poderemos adquirir uma visão mais promissora da vida familiar que levamos até agora. “Talvez eu tenha desperdiçado a minha vida familiar. Então, chegou a hora de fazer algo para que deixe de ser assim”.
Na maioria dos casos, não escolhemos a nossa família. Apesar disso, é emocionalmente benéfico sentir gratidão pela família que temos, até mesmo pelo simples fato de tê-la. Como sabemos, nem todo mundo tem essa sorte.
Talvez, no seu caso, o tempo tenha passado e você tenha se distanciado dos membros da sua família, ou atualmente não tenha o relacionamento que gostaria de ter. Em qualquer caso, o que o impede de ter agora o relacionamento familiar que sempre desejou?
O passado, se alguém quiser vê-lo dessa maneira, poderá ser apenas um devaneio na memória. Como ele não é nada mais do que isso, não deve impedi-lo de atuar no momento presente e recuperar os laços com a sua família.
Portanto, se precisamos perdoar, temos permissão para fazê-lo, e se precisamos ser perdoados, temos o direito de pedir perdão.
Em resumo, pode ser positivo pensar que a família representa as nossas raízes, a nossa origem; aquele grupo de pessoas com quem temos muito em comum. Dessa forma, é muito provável que sintamos o desejo de não a negligenciar.
Eu desperdicei minha vida? A importância de ter filhos ou não
Há pessoas que não dão importância ao fato de ter filhos ou não porque têm outras prioridades. No entanto, para outras, esta parece ser quase uma missão transcendental na vida.
Seja como for, é aconselhável refletir calmamente e tomando uma certa distância do que nos acontece. A clareza de pensamento geralmente leva a uma ação bem-sucedida.
“Um pai prudente é aquele que conhece o seu filho”.
– William Shakespeare –
No caso de haver uma grande preocupação com a educação que as crianças estão recebendo ou com o seu futuro, a questão é: existe algo que nos obrigue a manter esse constante estado de preocupação?
Existe a possibilidade de tentar novas estratégias para aliviar essa preocupação e canalizar as coisas de outra maneira.
Às vezes, para evitar obter os mesmos resultados, é recomendável agir de forma diferente. Seguindo o mesmo caminho, você chegará ao mesmo destino.
Amigos
Os anos passam e o mais normal é que existam amigos que deixam de fazer parte das nossas vidas, enquanto outros podem chegar. Isso acontece frequentemente se você mudar de cidade ou país.
Como resultado, podemos sentir que cada vez temos menos amigos. Quando isso acontece, geralmente escolhemos um dos dois caminhos a seguir: nos fechamos e mantemos o círculo social que temos, ou nos abrimos para novas amizades, sem esquecer as antigas.
A escolha de um caminho ou outro depende de cada pessoa.
Um erro muito comum é idealizar as antigas amizades, o que pode nos levar a acreditar que as novas podem não ser tão boas quanto as do passado, aquelas que formamos na faculdade ou na escola. Realmente, esta é uma situação muito complicada. No entanto, estabelecer vínculos com novas pessoas beneficia consideravelmente a saúde emocional.
Conquistas
A pergunta que geralmente precede a de “eu desperdicei a minha vida”, em muitas ocasiões é “o que eu conquistei na minha vida?” A fim de avaliar o grau de satisfação em relação às realizações da vida, é comum estabelecer certos critérios de medição que surgem da comparação.
A partir desse tipo de comparação podem surgir questões como: “Eu consegui tudo que eu queria na vida?”. Talvez o aspecto mais prejudicial dessa questão seja a sensação de que o objetivo da realização máxima foi atingido.
No entanto, sempre há tempo, por isso existem muitas possibilidades para embarcar em novos sucessos.
É uma opinião compartilhada por muitos: nunca é tarde demais para se reinventar e alcançar o que quiser. Essa afirmação pode não ser totalmente verdadeira. No entanto, tanto os objetivos que podemos definir quanto as realizações que podemos alcançar dependerão de nós mesmos.
Eu desperdicei a minha vida? É preciso se reinventar para viver melhor
Quais são os recursos disponíveis? Quais limitações existem no dia a dia? Essas questões levam ao conhecimento dos fatores que podem impedi-lo de chegar onde quer, bem como à conscientização das habilidades disponíveis para atingir esses objetivos.
Esses conhecimentos são, em geral, importantes para ‘soltar o lastro’, para fugir do que nos afasta da conquista dos nossos objetivos, do que dificulta a nossa aproximação. Assim, aprender com aqueles que possuem qualidades admiráveis é uma boa alternativa para se apoiar nesse processo de conhecimento e aprimoramento.
“O futuro recompensa quem segue em frente. Eu não tenho tempo para sentir pena de mim mesmo. Eu não tenho tempo para reclamar. Eu vou continuar”.
– Barack Obama –
Eu desperdicei a minha vida?
Conclusão
Os anos passados, sejam muitos ou poucos, são experiências e memórias que se acumulam e que constroem a nossa própria torre de sabedoria. É aí que você poderá encontrar o material adequado para construir uma versão melhor de si mesmo.
Se formos assaltados pela pergunta de ter desperdiçado os anos de nossas vidas ou não, talvez, e apenas talvez, tudo seja reduzido a uma questão de tempo. É possível que, revisando os nossos objetivos e detectando o que foi deixado pela metade, possamos retomar o caminho em direção aos objetivos que um dia definimos para nós mesmos.
Tudo que reduz o valor e a qualidade dos nossos dias não merece a nossa proximidade. Por outro lado, tudo que agrega pode merecer a nossa atenção.
Portanto, devemos agir e continuar aprendendo, e em situações de profundo questionamento em que as nossas decisões entram em jogo, você poderá optar por assumir três atitudes diferentes:
- Tomar uma decisão.
- Não tomar uma decisão.
- Decidir não decidir, embora esta também seja uma decisão. No entanto, é uma armadilha mental.
Qual das três decisões é para os mais corajosos e qual é para os mais covardes? Só nós poderemos dizer. Como dizia o mestre de judô Jigoro Kano: “O importante não é ser melhor do que os outros, mas ser melhor do que ontem”.
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