As fases do estresse, do alarme ao esgotamento
As fases do estresse são diferentes etapas ou níveis na evolução deste problema. Devemos saber que este transtorno é dinâmico: ele sofre mutações e se modifica. Muitas vezes de maneira imperceptível, começa a progredir até chegar a estados mais graves, que podem colocar a vida em risco.
Não há dúvida de que o estresse é um dos grandes males do nosso tempo. Hoje em dia é difícil encontrar alguém que não tenha um certo nível de angústia ou de ansiedade. O assunto é sério, já que este problema pode causar graves consequências individuais e coletivas.
Vivemos em um mundo de gente estressada, principalmente nas grandes cidades, e o estresse é contagioso. Portanto, não contam só as preocupações individuais, mas a elas devemos somar o mal-estar daqueles que nos rodeiam. Não é nada fácil controlar estas situações. Para conseguir isso, primeiro devemos identificar as fases do estresse e determinar se estamos em alguma delas.
“As ameaças à nossa autoestima ou à ideia que temos de nós mesmos causam, frequentemente, muito mais ansiedade do que as ameaças à nossa integridade física”.
– Sigmund Freud –
O alarme, a primeira das fases do estresse
Em termos gerais, o estresse surge quando estamos em uma situação que envolve alguma ameaça ou risco. Diante disso, a reação normal de um ser humano é se preparar para o ataque ou para a fuga.
Isso tudo vai acompanhado de uma série de manifestações fisiológicas, entre as quais destacamos a liberação súbita de adrenalina e de cortisol. Este último é, propriamente, o hormônio do estresse. A longo prazo, a produção frequente destes dois hormônios leva a sérios problemas.
A resistência
A segunda das fases do estresse é a resistência. Quando recebemos um estímulo estressante, ativa-se um mecanismo biológico chamado “homeostase”. Trata-se de um mecanismo de autoproteção e autopreservação, por meio do qual o organismo busca recuperar o seu equilíbrio anterior.
No entanto, às vezes o estímulo estressante permanece, seja de forma real ou imaginária. Portanto, o organismo não consegue voltar ao seu estado de equilíbrio inicial, e aí começam a aparecer os primeiros sintomas do estresse propriamente dito. Estes sintomas incluem a fadiga, a dificuldade para dormir, a irritabilidade e o mal-estar geral.
A fase de esgotamento
Se o problema continua durante muito tempo, entramos na terceira fase do estresse. Nesta etapa, já estamos falando de um problema muito mais sério. Continuam todos os sintomas anteriores, mas eles são mais permanentes e intensos.
O mais comum é que, nesta fase, apareçam realmente as doenças físicas. O mais habitual é que o sistema imunológico fique debilitado, e isto nos leve a contrair uma infecção viral ou bacteriana. Também é comum sentir enxaquecas, dores musculares em diferentes partes do corpo e uma inibição emocional muito forte.
Combatendo o estresse em cada uma das suas fases
Cada uma dessas fases do estresse demanda um tipo de tratamento diferente. Na primeira etapa, o importante é delimitar e controlar o efeito do estímulo percebido como ameaçador. Quando a pessoa experimenta esse temor súbito e intenso, deve fazer uma pausa para ter consciência da situação.
É importante perceber que existem os perigos reais e também os imaginários. Os mais difíceis de abordar são os últimos. Também são aqueles que têm uma maior permanência e causam os efeitos mais nocivos. Por isso, é importante fazer uma pausa e definir os limites desse risco ou perigo. Estabelecer como e até que ponto ele pode nos afetar. Aproveite para respirar, tomar um copo de água, e esperar um momento para que o organismo se estabilize.
Na segunda fase do estresse, esse risco já se instalou como um estímulo mais ou menos fixo. Novamente, o importante é ter consciência disso. Se não é possível determinar o que se teme exatamente, isso já não importa. O próprio estresse pode estar bloqueando essa capacidade de autoavaliação. O importante é tomar algumas medidas. As medidas mais essenciais são: praticar exercícios físicos e dedicar mais tempo ao descanso. Estes fatores vão ajudar a superar o problema.
Se alguém está na última fase do estresse, o assunto se torna ainda mais complexo. Nesses casos, o mais aconselhável é consultar um psicoterapeuta. É bem provável que seja impossível para essa pessoa gerenciar a mente e as emoções sozinha. Isso requer ajuda profissional. Não devemos esperar muito tempo para pedir esse apoio psicológico, já que o estresse pode ter consequências bastante negativas.