Flores no deserto: um conto que ajudará você a reconhecer o amor

Flores no deserto: um conto que ajudará você a reconhecer o amor

Última atualização: 13 novembro, 2016

Alguma vez o amor bateu à sua porta e você não sabia se abria ou não? Talvez você não soubesse se era amor ou outra coisa, já que nem sempre é fácil reconhecê-lo. Como estar seguro sobre isso?

Com este conto, mostramos que é possível se confundir com o amor, mas que existem sinais que podem lhe dar pistas quando você se esforça em plantar e regar algo que não é uma flor. Desfrute da leitura.

Camila vivia no deserto e nunca havia visto uma flor.

Um dia, abriram uma filial da “Teleflor” no deserto ao lado. Também tinham um serviço de frutas e verduras, mas elas não chamavam a atenção de Camila. Somente as flores a maravilhavam: finalmente ela saberia o que era admirar e cheirar uma! Segundo seus familiares do campo, não havia sensação comparável no mundo.

Ela olhou o catálogo de flores da estação minuciosamente e a que lhe chamou a atenção foi uma flor com as pétalas muito finas, violetas avermelhadas, que saíam de uma espécie de crisálida de folhas verdes. “Oh, que flor bonita e que nome tão feio“, pensou Camila ao ler que se tratava de um cardo.

Camila sentiu vergonha ao pedir sua flor

Quando ligou para fazer seu pedido, ela sentiu vergonha de chamar a flor pelo nome e dizer “quero um cardo”, então ela a descreveu. Em menos de meia hora, o entregador chegou no seu camelo e lhe entregou um saco de papel.

Camila não sabia, mas aquilo que o entregador havia trazido não era um cardo, mas sim uma alcachofra. Ela aproximou o nariz e não sentiu nenhum perfume inebriante. Suas pétalas, em vez de delicadas, pareciam duras e frias. Mesmo assim ela quis colocar água, para ela era questão de tempo até as flores violetas nascerem da sua crisálida.

alcachofra

Foi uma semana muito triste para Camila, já que todos os dias ela observava sua “flor” e o que via era que nada, absolutamente nada, mudava. Bem, um dia aconteceu algo trágico: a alcachofra estragou.

“Como meus familiares e amigos podem dizer que é tão satisfatório ter uma flor quando eu só tive preocupação e tristeza com a minha?“, questionava Camila.

A menina enterrou o que restava da alcachofra no deserto com uma breve cerimônia. Com o passar dos dias, ela se recuperou e se animou a experimentar com outra flor. “Talvez uma mais resistente me fará feliz“, pensou antes de folhear o catálogo.

Uma nova tentativa após o primeiro fracasso

Camila encontrou uma flor de folhas também roxas que, segundo dizia a publicidade, era muito resistente às altas e baixas temperaturas. Se chamava couve ornamental.

No entanto, este também parecia um nome feio, por isso voltou a descrever a planta ao atendente da Teleflor.

Em cerca de 20 minutos o entregador entregou outra sacola, perguntando-se por que a menina o fazia percorrer meio deserto por uma simples couve-flor.

Na verdade, pela descrição, o telefonista havia entendido que o que Camila queria era uma couve-flor violeta e, como ela nunca havia visto uma flor, pensou que se tratava de uma fase da couve até que seu “musgo roxo” se transformasse em folhas.

Outra vez colocou a couve-flor na água para mantê-la com vida, mas em vez de conseguir isso, a couve-flor apodreceu soltando um odor nauseante. “Oh, isso é horrível!”, exclamou Camila no dia em que toda sua tenda foi contaminada pelo odor. A menina enterrou a verdura no deserto, sem cerimônia, e chamou sua irmã mais velha que havia trabalhado em um jardim quando era jovem.

Como reconhecer uma flor?

“Estas não eram flores”, afirmou sua irmã. “Não sei o que eram, mas não eram flores. Uma flor se reconhece porque é bonita sem qualquer dúvida e cheira bem com total segurança. E ela é sempre assim, menos quando você não cuida dela, claro, aí ela murcha“, prosseguiu.

Ela terminou a conversa com uma advertência: “Quando você vir uma flor, irá reconhecer, sem qualquer dúvida”. Os meses se passaram e Camila se dedicou a outros assuntos, retomou seus hobbies e amizades antigas. Quando quase havia se esquecido do assunto floral, alguém bateu à sua porta.

As flores e o amor sempre chegam… sem avisar

Era o entregador. Ele havia acabado de entregar umas hortaliças na tenda ao lado e lembrou de levar uma lembrança, já que fazia muito tempo que a Camila não fazia um pedido.

O homem retirou do alforje do seu camelo uma violeta plantada em um pequeno vaso de cerâmica. Camila ficou maravilhada: “Isso, isso… é uma flor!”, exclamou enquanto a observava de perto e inalava seu aroma. “É algo único, comovente, como se ao cheirá-la fôssemos um ao invés de dois“, comentou.

flor-violeta

O entregador sorriu e, enquanto voltava para o seu camelo, se felicitava por não ter escolhido a beterraba que inicialmente havia pensado em levar para lhe presentear.

A mensagem deste conto é cristalina: o amor não tem discussão, é ou não é, não há dúvida. O amor chega sem avisar e nos enche de felicidade. Tudo o que se parece com amor mas nos faz duvidar não serve para nós, e certamente é outra coisa.


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