A gestão emocional dos professores

A gestão emocional nos professores é extremamente importante. Evita o estresse e situações que podem afetar os alunos.
A gestão emocional dos professores
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Todos nós podemos ter uma ideia clara da falta de gestão emocional dos professores porque em algum momento convivemos com eles. Professores que repreendem seus alunos e que não têm empatia. Professores que os punem quando deveriam dizer “se você precisar de ajuda, estou aqui” e chegam até mesmo a confrontá-los.

Esse tipo de atitude é o resultado de uma incapacidade de gerenciar as emoções. Algo que nunca nos ensinaram, nem em casa nem nas escolas. Portanto, alcançar esse objetivo parece quase inatingível.

As escolas dão grande importância aos conceitos, mas muito pouco à maneira de transmiti-los e alcançar aqueles que os receberão.

Colocando-nos no lugar dos professores

Este artigo não pretende culpar os profissionais: a maioria faz o melhor que pode e sabe. Em muitos casos, a falta de gestão emocional dos professores aumenta a ansiedade de ter que enfrentar um desafio que, em muitos casos, os ultrapassa.

Não é fácil lidar com alunos que têm problemas em suas casas, com pais que não participam de reuniões, ou com aqueles que são muito exigentes e sempre buscam explicações quando seus filhos chegam em casa com notas que consideram “baixas”.

A verdade é que, por exemplo, os casos de bullying continuam aumentando nas escolas (talvez seja porque estão sendo mais detectados). Mas, quem prepara os professores para enfrentar essas situações violentas? Poucos trabalharam na gestão emocional de grupos conflitantes. No entanto, a grande maioria já passou por isso.

Assim, esse gerenciamento emocional do grupo começa com o gerenciamento das próprias emoções. Os professores não se transformam em máquinas quando entram na sala de aula, deixando as suas emoções na porta. Eles ensinam com as suas próprias expectativas, mas também com as suas próprias preocupações.

Por outro lado, muitos estudantes deixaram os seus estudos porque a motivação e convicção dos seus professores já estava esgotada. A influência dos professores é tal que, se eles mudarem, os alunos se beneficiarão. Portanto, uma boa gestão emocional dos professores tem consequências muito positivas para os alunos.

“Os professores afetam a eternidade; ninguém pode dizer onde a sua influência termina”.
– Henry Brooks Adams –

Bullying nas escolas

Competências básicas para a gestão emocional dos professores

Existem 5 competências básicas na gestão emocional que, neste caso, são destinadas aos professores. Para falar sobre cada uma delas, nos baseamos em Salovey, que foi quem as organizou da maneira como vamos apresentá-las:

  • Autoconhecimento: conhecer as suas próprias emoções e a sua relação com os seus pensamentos e ações lhe permite estar mais consciente e melhorar.
  • Controle emocional: permite que você domine a impulsividade que pode surgir em uma situação de estresse ou falta de controle da classe.
  • Capacidade de motivação: nos ajuda a saber como nos motivarmos, o que também nos permite saber como motivar os alunos.
  • Empatia: permite a interação com os alunos, alcançá-los e compreendê-los. Porque aquele aluno que não abre o livro na aula talvez tenha pais que estão prestes a se separar e que não prestam atenção nele.
  • Habilidades sociais e de liderança: permitem interagir efetivamente com os alunos, aproximando-se deles sem perder a liderança.

“Os alunos são como cimento fresco, qualquer coisa que cai sobre eles deixa uma marca”.
– Haim Ginott –

Professora com seus alunos

Um fator de proteção contra o estresse do professor

A gestão emocional dos professores lhes dá mais recursos para lidar com determinadas situações de estresse. Dessa forma, as suas ações podem ter um sério impacto sobre a aprendizagem e bem-estar dos alunos. Isso porque evitam distúrbios relacionados à depressão e ansiedade.

Da mesma forma, aprende-se a lidar melhor com os novos desafios que uma classe conflituosa pode representar, um número excessivo de alunos ou a falta de motivação deles para aprender.

Vivemos em uma sociedade onde cada vez mais exigimos uma educação em valores e uma abordagem mais abrangente dos múltiplos problemas que podem afetar os alunos. Porque os professores os influenciam mais do que pensam.

Ser professor não é fácil e nós vemos isso no dia a dia. Muitas aulas, muitos alunos e uma agonia constante para ‘dar conta’ de tudo. No entanto, não se esqueçam de que há alguns anos estavam atrás dessas carteiras com os seus próprios problemas e pensando “ninguém me entende”.

Que bom seria se em vez de recebermos olhares condescendentes do professor recebêssemos a sua atenção; que ele viesse conversar conosco no final da aula e nos dissesse uma frase, apenas uma, que nos faria sentir que ele não é como os outros. Que bom se ele lembrasse de que há pouco tempo também estava sentado em uma cadeira semelhante à nossa para aprender.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.