Inteligência artificial e psicologia: qual é o seu vínculo?
Inteligência artificial e psicologia estão intimamente relacionadas. Ao longo deste artigo, aprofundaremos a definição e as consequências desse relacionamento. Junte-se a nós nesta jornada!
Vamos começar definindo cada uma dessas disciplinas. A psicologia, de acordo com a Royal Spanish Academy (RAE), é “a ciência ou o estudo da mente e do comportamento de pessoas ou animais”.
A inteligência artificial é “uma disciplina científica que lida com a criação de programas de computador que executam operações comparáveis às realizadas pela mente humana, como a aprendizagem ou o raciocínio lógico”, também de acordo com a RAE.
“O aspecto mais triste da vida neste momento é que a ciência reúne conhecimento mais rapidamente do que a sociedade reúne sabedoria”.
– Isaac Asimov –
Áreas da psicologia associadas à inteligência artificial
A psicologia e a inteligência artificial estão conectadas. Ambas apontam para processos mentais, comportamento e emoções. No entanto, são disciplinas diferentes, o que não significa que não possam estar interligadas.
Vejamos as áreas da psicologia associadas à inteligência artificial:
- Psicologia educacional: a inovação pedagógica é apresentada para abordar a aprendizagem de uma maneira diferente, mas eficaz. Para isso, são utilizados elementos de inteligência artificial, como sistemas de tutores inteligentes, robótica educacional e neuroeducação.
- Neurociência: a inteligência artificial aprimora a pesquisa nesse campo.
- Clínica: o psicólogo será substituído por robôs?
- Psicologia cognitiva: a sua origem foi influenciada por paradigmas cibernéticos. Além disso, influenciou a compreensão das capacidades humanas. De fato, atualmente, as novas pesquisas estão gerando várias contribuições a esse respeito. Ramos Franco, em seu artigo “Psicologia cognitiva e inteligência artificial: mitos e verdades”, mostra os processos pelos quais a psicologia passou como ciência, e a sua conexão com o contexto do trabalho interdisciplinar com a inteligência artificial, ciências que, segundo o autor, se influenciam mutuamente.
- Organizacional: um dos desafios dessa área da psicologia é aprimorar o processo de seleção através de sistemas de inteligência artificial.
- Forense: a inteligência artificial pode ajudar através de simulações de crimes.
Como você pode ver, existem muitos campos da psicologia que podem ser favorecidos pela inteligência artificial. Por outro lado, podemos ver as contribuições de ambas para outras áreas de pesquisa.
Carlos González Tardón, licenciado em psicologia, mostra como intervir na psicologia e psicoterapia com seres simulados, fornecendo informações sobre novas ferramentas em psicologia experimental.
Inteligência artificial na psicoterapia atual e futura
Atualmente, já podemos observar os progressos da inteligência artificial sendo utilizados para favorecer os processos terapêuticos. É maravilhoso, não é mesmo? Ideias que antes só encontravam lugar na nossa imaginação, agora começam a fazer parte da realidade.
Por um lado, projetos de robôs capazes de reconhecer emoções que facilitam a vida de algumas pessoas estão em andamento. Falamos sobre robôs assistenciais que são capazes, por exemplo, de acompanhar pessoas que têm a doença de Alzheimer.
Além disso, existem outros projetos para facilitar a vida de quem precisa de assistência em mobilidade.
Agora, não se trata apenas de robôs com características humanas. Os sistemas de inteligência artificial também são usados para processos psicoterapêuticos. É possível, por exemplo, usar a realidade virtual para trabalhar com pessoas com estresse pós-traumático.
Questões éticas
A ideia de utilizar métodos revolucionários que favorecem o nosso bem-estar pode parecer maravilhosa. No entanto, também envolve problemas éticos que precisamos resolver se queremos que eles se integrem ainda mais ao cenário cotidiano.
Não há dúvida de que a ajuda tecnológica pode melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas. Vivemos mais tempo e as famílias estão mais desestruturadas. O tempo parece se comprimir diante de tantas opções tecnológicas.
Por exemplo, quando instalamos um programa em nosso computador ou um aplicativo em nosso celular, concordamos com condições que raramente lemos. Pensamos que, se a maioria os aceita, também seremos capazes de assumi-los. Dessa maneira, estamos concedendo, em muitas ocasiões, privilégios que nos escapam.
De alguma forma, delegamos a outras pessoas uma revisão que deveríamos fazer. Em outro nível, vemos como as redes sociais funcionam. Há diversas publicações cercadas por interesses comerciais e publicidade. Locais de encontro administrados por iniciativas econômicas que desejam conhecer os nossos gostos e interesses para tornar os seus produtos rentáveis.
Por outro lado, todo psicólogo é governado por um código de ética. Ele está ciente de que existem regras e de que, se as violar, terá que responder à autoridade competente. Falamos de uma consciência que dificilmente uma máquina poderá alcançar.
Resumindo, na associação entre inteligência artificial e psicologia, talvez os dois grandes perigos sejam compartilhar dados muito sensíveis com uma máquina programada em uma linguagem que o usuário não conhece, e a falta de conhecimento das normas – código de ética – que devem regular determinados serviços, benefícios ou atividades.
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Franco, L.A.R. (2014). Psicología cognitiva e inteligencia artificial: mitos y verdades. Avances en psicología, 22 (1), 21-27.
González Tardón, C.G. (2006). Interacción con Seres Simuladas. Nuevas Herramientas en Psicología Experiemental. En Una perspectiva de la inteligencia artificial en su 50 aniversario: Campus Multidisciplinar en Percepción e Inteligencia, CMPI 2006, Albacete, España, 10-14 de Julio del 2006 actas. Universidad de Castilla y la Mancha, pp. 438-449.