Inteligência emocional, recurso para melhorar a vida familiar

Inteligência emocional, recurso para melhorar a vida familiar

Última atualização: 23 maio, 2015

Nos últimos anos, a ciência descobriu a grande importância que as emoções apresentam em nossa vida. Os pesquisadores comprovaram que a consciência emocional e a capacidade para gerenciar os sentimentos são muito mais importantes que o coeficiente intelectual, e que essa inteligência emocional é a que vai determinar o êxito e a felicidade em todos os âmbitos da vida, incluindo as relações familiares.

“A vida em família é a nossa primeira escola para o aprendizado emocional”, escreve Daniel Goleman. Por isso é tão importante tomar consciência de como as experiências familiares influenciam os filhos, e agir em conformidade com elas.

As crianças aprendem a maioria das lições sobre emoções com seus pais. Isso inclui a capacidade de controlar os impulsos, postergar a gratificação, motivar a si mesmo, ler os sinais sociais dos demais e fazer frente aos altos e baixos da vida, gerenciando a tensão e a ansiedade adequadamente.

No seio familiar, diz Goleman, aprendemos sobre nós mesmos e sobre como os demais reagem diante dos nossos sentimentos; sobre como pensar a respeito desses sentimentos e sobre as opções que temos para reagir diante deles. Essa maneira de agir oferece as crianças um modelo para o gerenciamento dos próprios sentimentos.

Autoconhecimento, a base para educar os filhos com inteligência emocional

As experiências do passado e da própria infância se fazem presentes quando os pais e enfrentam o desafio de educar seus filhos. É fundamental ter consciência da influência que as lembranças do passado têm, e dos sentimentos provocados quando elas são negativas. Caso nada seja feito, se não tomarmos consciência dos nossos próprios sentimentos, corremos o risco de desenvolver padrões de educação contrários ao que desejamos para nossos filhos.

Quando os pais tomam consciência dos desejos, motivações e sentimentos que os invadem nos momentos felizes e nos de conflito e preocupação, são mais capazes de dominar seus impulsos, especialmente em situações de tensão emocional com as crianças.

Assim, se estabelece a base de uma competência emocional adequada. Já que os pais são capazes de gerenciar os seus sentimentos, seus filhos também serão capaz de fazê-lo. Entretanto, se os pais se deixarem levar pela ira e perderem o controle, seus filhos irão reproduzir o padrão aprendido com seus pais.

Educar as emoções na família

Saber gerenciar as emoções é fundamental para a saúde emocional dos filhos, já que assim eles terão um suporte estável e seguro para amadurecer. Quando os pais são capazes de gerenciar adequadamente as suas emoções e são capazes de detectar as necessidades dos seus filhos, contribuem para que eles se sintam seguros. Essa sensação de segurança oferece um fundamento que serve como apoio quando precisarem de ajuda, consolo ou carinho.

John Gottman propõe o seguinte processo de treinamento emocional para que os pais ajudem seus filhos a gerenciar as suas emoções:

1. Tomar consciência das emoções da criança;

2. Reconhecer a emoção como uma oportunidade para a intimidade e ensinamento;

3. Escutar com empatia, validando os sentimentos da criança;

4. Ajudar a criança a encontrar as palavras para rotular a emoção que está sentindo;

5. Estabelecer limites e explorar estratégias para resolver o problema em questão.

Gottman afirma que as crianças cujos pais praticam constantemente estre treinamento emocional possuem uma melhor saúde física e obtêm melhores resultados acadêmicos que as crianças cujos pais não oferecem essa orientação. Essas crianças “treinadas emocionalmente” se dão melhor com os amigos, apresentam menos problemas de comportamento e são menos propensas a atos de violência. Além disso, essas crianças expressam sentimentos menos negativos e sentimentos mais positivos. Por fim, são mais saudáveis emocionalmente.

Gottman também comenta que, quando as mães e os pais utilizam esse estilo de treinamento na criação dos filhos, estes se tornam mais resistentes e que, ainda que continuem ficando tristes e se irritando, ou se assustem em circunstâncias difíceis, são mais capazes de se acalmar, de se recuperar da angústia e continuar com as atividades produtivas. Em outras palavras, são mais inteligentes emocionalmente.


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