O lastro da autossabotagem

O lastro da autossabotagem

Última atualização: 04 abril, 2017

A autossabotagem compreende todas aquelas ações que realizamos para entorpecer ou anular nossos objetivos. Estes objetivos frustrados são justamente os que nos permitirão alcançar conquistas importantes em nossas vidas e alcançar o sucesso. As formas mais comuns de autossabotagem envolvem condutas como a indecisão, a postergação, os vícios de qualquer tipo, dormir pouco ou comer em excesso.

Por outro lado, as pessoas também sabotam a si mesmas quando negam seus sentimentos, se comparam aos outros para se sentirem inferiores, ou estabelecem relacionamentos que os derrubam emocionalmente. Em muitos casos, este comportamento nasce por ignorarmos o que queremos e o que precisamos.

“Se você acha que pode, ou que não pode, fazer alguma coisa, você tem sempre razão.”
-Henry Ford-

Existem pessoas que se submetem a dietas exigentes para perder peso e gozar de boa saúde, e inclusive adicionam uma série de exercícios físicos à rotina. Contudo, no fim do dia se autossabotam consumindo comida porcaria e muitas vezes em excesso, com qualquer tipo de desculpa. O resultado final é que estragam todo o esforço realizado durante a jornada.

Em outros casos, nos preparamos conscientemente para optar por uma promoção profissional, porque consideramos seriamente a possibilidade de melhorar a nossa própria qualidade de vida ou porque temos inquietudes para enfrentar desafios maiores. Contudo, na hora de realizar o desejo pelo qual tanto temos trabalhado, aparece a autossabotagem.

Um estado de indecisão e de angústia nos assalta e nos faz desistir da ideia inicial e seguir como antes: a dúvida de estarmos preparados ou não, de sermos capazes ou não, acaba nos deixando no mesmo lugar onde estávamos no início.

Origem da autossabotagem

Quando nos propomos a alcançar uma meta e sabotamos o nosso próprio progresso, a nossa autoestima se vê seriamente comprometida. No fundo o que se impõe é um medo que tem uma origem inconsciente. É certamente o resultado de uma experiência negativa adquirida durante a infância, que ainda não conseguimos esclarecer e, muito menos, resolver.

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Muitos desses padrões de conduta surgem durante a infância. Provavelmente estão associados ao tipo de relacionamento que estabelecemos com nosso progenitor do sexo oposto. Isto é, da menina com seu pai, ou do menino com a sua mãe. Nos transformamos no centro da atenção do nosso progenitor do sexo oposto, enquanto nosso outro progenitor era deslocado.

Desta fantasia, assumida como real, surgem duas consequências reais. A primeira é que não podemos ser o parceiro do nosso progenitor, apesar de existir um forte desejo inconsciente para isso. E a segunda é que cria-se um estado de culpa insustentável, porque deslocamos do plano afetivo nosso progenitor do mesmo sexo. Seja de um lado ou do outro, se participamos nesta dinâmica desde pequenos carregamos um peso que não existe, mas que terá efeitos na realidade agindo como um poderoso lastro.

Como evitar a autossabotagem?

A primeira coisa é entender que estamos nos sabotando. Isto não é tão fácil quanto parece, porque lembremos que se trata de um comportamento inconsciente. O fracasso inicialmente gera culpa e frustração. Tendemos a ser implacáveis com as avaliações que fazemos de nós mesmos e de nossos resultados. Por isso seria bom sermos flexíveis e procurar identificar com maior precisão o que nos induz ao fracasso.

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Falta identificarmos o problema com clareza. Nos convencermos de que realmente somos bons em alguma coisa e merecedores desse algo melhoraria significativamente as nossas vidas. Embora tenhamos medo de fracassar, parece ser que todos os nossos esforços se movem na direção de produzir justamente o que não queremos.

Cabe adicionar, mesmo que pareça paradoxal, que as pessoas triunfam somente após fracassar. Então, a conquista inicial gera sentimentos de satisfação e prazer momentâneos. Contudo, logo se transformam em estados de angústia e, em alguns caos, chegam a ser somatizados. Esta situação desaparece quando conseguem destruir as conquistas que conseguiram com tanto esforço.

Pontos chave para não nos sabotarmos

É importante reconhecer o que queremos em nossas vidas, por isso é bom estabelecer objetivos específicos. Não existe nada de ruim em se permitir sonhar com grandiosidade e superar nossos próprios medos, sabendo que nada irá nos proteger das decepções. Cada desafio constitui uma experiência nova e um risco calculado que é preciso correr para ganhar confiança para alcançar nossos propósitos.

É fundamental ruminar menos as ideias e agir mais. Por isso a importância de um diálogo interior e reflexivo que afaste de nós os pensamentos catastróficos. A ideia é nos libertarmos de todos esses lastros que nos detêm no propósito de conseguir alcançar nossas metas, de tornar realidade todos nossos sonhos.

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Finalmente, façamos exercícios de sinceridade com nós mesmos. Somos muito hábeis na hora de nos enganarmos e culparmos outras pessoas, ou encontrarmos desculpas quando não conseguimos alcançar o que nos propusemos a fazer. Por este motivo é bom tomar as rédeas, comandar as nossas vidas e assumir a responsabilidade que cada uma das nossas decisões implica.

Imagens cortesia de Three Sisters.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.