Este curta lhe dará uma lição sobre o valor das pequenas coisas
Se falarmos sobre os filmes de animação onde os protagonistas são robôs, certamente você vai se lembrar de WALL-E. No entanto, esperamos que depois de assistir a este curta que queremos lhe apresentar, você reserve um cantinho muito especial no seu coração para alguém chamado Bibo e para o valor das pequenas coisas.
Bibo é um velho robô imerso em rotinas rígidas que é obrigado a continuar vivendo. Sua existência é construída através de pequenas coisas cotidianas que lhe dão força e coragem. Bibo vende sorvetes e está empenhado no seu trabalho porque consegue fazer alguém feliz: uma menina.
Bibo é um curta com uma música inspiradora e uma mensagem que não nos deixa indiferentes. As pequenas coisas que realiza no seu dia a dia são na realidade o único modo de continuar a existir; fazem com que o seu mundo tenha um sentido.
Na verdade, temos certeza de que depois de assistir a este curta muitas perguntas surgirão em sua mente, porque os seus criadores escolheram muito bem o personagem e o contexto no qual ele está inserido.
De certa forma, os robôs são esses seres aparentemente artificiais e sem vida que em algum momento no futuro talvez sejam condenados a imitar nossas ações a até mesmo as nossas emoções. No momento, convidamos você a refletir sobre isso.
A vida imaginária de Bibo: uma história sobre a condição humana
Bibo habita um mundo solitário, mecânico e estranhamente artificial. Na verdade, o nosso amigo é o único protagonista da história e vive em um mundo imaginário, onde apenas a rotina das pequenas coisas que realiza no dia a dia oferece algum incentivo e até mesmo felicidade.
Bibo vive em uma dimensão automatizada e melancólica. Sua única esperança é esperar o tempo passar e às 8:00hs da manhã correr até a praça e oferecer sorvetes para as crianças. Algumas crianças que só existem na sua imaginação.
Podemos dizer que este personagem de aspecto quadrado, mecânico e vazio por dentro representa muitas dimensões que nos caracterizam: a humanidade, essa raça que se acha superior às máquinas.
– Nós também criamos mecanismos de defesa para nos protegermos da nossa realidade.
– Muitas vezes as rotinas, os hábitos e as pequenas coisas que realizamos criam o nosso mundo e nos permitem sobreviver de uma forma ou de outra. Não é uma vida com sentido pleno, mas é um bom salva-vidas que nos permite manter a força e a dignidade.
– Bibo gosta de coisas simples: aquecer os pés na frente da lareira, descansar em uma cadeira de balanço e respirar tristeza enquanto expira saudade… Ele é uma criatura que representa muito bem uma parte da nossa condição humana, em um momento em que os seres humanos deixaram de existir.
Os mundos ilusórios que nos mantêm em pé
Todos nós temos sonhos e mundos interiores que, muitas vezes são a única coisa que nos dão forças para levantarmos todas as manhãs. Este sentimento deveria ser ocasional, ninguém deve viver apenas através dos seus mecanismos de defesa, dos seus sonhos e das falsas ilusões.
Bibo sofre a maldição de viver somente das recordações do passado e, em especial, de uma melancolia que dá corda aos seus passos, ao seu coração, a esse relógio sempre pontual, e até mesmo para aquela menina que deixou de ser real há muito tempo.
Os criadores deste curta, Anton Chistiakov e Mikhail Dmitriev, ganharam inúmeros prêmios. O que eles queriam transmitir como esse curta delicado, simbólico e emocionante, era uma simples reflexão sobre a vida do ser humano.
– Por um tempo determinado as pessoas cumprem uma função na sociedade em que vivem, assim como Bibo, que vendia sorvetes.
– Mais tarde, tudo muda e somos obrigados a viver das recordações do passado. Nos apoiamos nesse mecanismo de defesa onde o valor das pequenas coisas nos traz de volta as emoções do passado, que se transformam em pilares que nos dão forças para seguir em frente.
– A condição humana neste curta está presente em um robô de lata que representa, aparentemente, as últimas pulsações da nossa própria raça: a melancolia, as recordações, a tristeza e esse amor imenso pelos entes queridos que nos empurram para fazer o impossível. E até mesmo criar um mundo imaginário que já não existe mais.
Nós convidamos você a assistir este curta. Não hesite em compartilhá-lo!