Magnólia, um drama cheio de histórias verdadeiras
Filmes que nos fazem pensar sobre a vida e os diversos problemas que podem ocorrer são uma boa ferramenta para a autocrítica. Um exemplo pode ser Magnólia, um drama carregado de histórias verdadeiras.
Em um nível emocional, por quanto tempo nossa mente pode aguentar? Muitas vezes temos que enfrentar desafios que nos levam ao limite: doenças, inseguranças, depressão, etc.
Esses conceitos podem surgir de forma inesperada. Não devemos esquecer que, até certo ponto, somos vulneráveis a situações muito difíceis de administrar. Portanto, este filme contempla o drama que uma pessoa pode sofrer. No âmbito técnico, convenceu a Academia e levou 3 indicações ao Oscar.
O drama como enredo
O diretor é o norte-americano Paul Thomas Anderson, que vem demonstrando uma ampla experiência ao longo da sua carreira. Isso se reflete em seus filmes, como Jogada de Risco e Trama Fantasma, com este último sendo indicado ao Oscar.
O enredo reflete a vida de vários personagens, suas preocupações, frustrações e problemas de confiança. Para isso, o diretor queria ter um elenco de atores e atrizes renomados, como Tom Cruise e Julianne Moore.
Por essa razão, o drama está servido em Magnólia. Diferentes histórias de vida vão acontecendo, intercaladas e tentando afetar diretamente a mente do espectador para atingir um único propósito: fazê-lo pensar sobre a sua vida e convidar à autorreflexão.
“Raiva, ressentimento e ciúme não mudam o coração do outro, só mudam o seu.”
-Shannon L. Alder-
Algumas das experiências que ocorrem em ‘Magnólia’
Em linhas gerais, o filme oferece uma visão inquestionável dos problemas que a população real costuma enfrentar. Conforme especifica o psicólogo Daniel Goleman, para desenvolver a inteligência emocional é necessário fazer uma autorreflexão e uma autocrítica de nós mesmos. Essa ideia está muito presente em todo o longa. Algumas das experiências retratadas são as seguintes:
- A insegurança pessoal está presente desde o início. Qualquer uma das histórias de cada personagem demonstra a falta de autoestima que às vezes nos atinge.
- Outro aspecto abordado é o arrependimento, muito bem retratado na figura de Linda (interpretada por Julianne). Ela percebe que, uma vez que seu marido está doente, a vergonha irrompe em sua vida por causa da sua traição passada.
- O personagem interpretado por William H. Macy reflete o fracasso emocional por não ter desenvolvido bem sua personalidade, além de ter uma homossexualidade frustrada e a pressão de ter sido uma criança prodígio na infância.
‘Magnólia’, um drama projetado em personalidades
É preciso esclarecer que o enredo se consolida a partir da estreita relação entre a vida dos protagonistas. Eles se estruturam de forma paralela, intercalados entre si, enfrentando problemas que aumentam à medida que a trama avança. O objetivo é refletirmos sobre o trauma adulto e a inconformidade pessoal.
Nesse sentido, segundo a psicóloga María Teresa Mata, para tolerar situações deste tipo é melhor aceitar e investigar os erros do passado. Assim, para fechar as feridas e avançar, autocontrole e automotivação são necessários. Esta é a melhor maneira de controlar os sentimentos sem desmoronar.
“O governo mais difícil é o de si mesmo.”
-Lucio Anneo Seneca-
O passado condiciona o futuro
Durante a adolescência, uma personalidade específica se desenvolve. Obviamente, na idade adulta, ela amadurece muito mais, mas se as feridas não forem fechadas adequadamente, a autoestima pode sofrer.
Essa é uma ideia que o filme levanta e que está em sintonia com a pesquisa do professor Alfredo Fierro, da Universidade de Málaga. Muitos problemas que não são bem administrados na juventude surgem na idade adulta, o que pode motivar a pessoa a ir contra os seus interesses.
Essas abordagens são continuamente percebidas nas histórias que aparecem em paralelo em Magnólia, um drama de profundo realismo. Na verdade, existe inclusive a possibilidade de o espectador ter empatia com os personagens.
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Branden, Nathaniel (2001): La psicología de la autoestima, Paidós, Barcelona.
Fierro, Alfredo (1996): Manual de psicología de la personalidad, Paidós, Barcelona.