É mais fácil ficar bem como amante do que como casal

É mais fácil ficar bem como amante do que como casal

Última atualização: 29 abril, 2017

A infidelidade é uma questão controversa e dolorosa. Embora a maioria da população acredite que é possível ser fiel ao mesmo parceiro durante a vida inteira, paradoxalmente 65% considera que é possível estar apaixonado por duas pessoas ao mesmo tempo. Além disso, essa porcentagem é superior na população masculina.

Muitos vão se perguntar se fracassaram na monogamia, mesmo que desde o ponto de visto evolutivo possamos dizer que não. Observando os primatas mais próximos de nós que não formam casais estáveis, encontramos 150.000 chimpanzés, e possivelmente 50.000 gorilas, contra quase 7 bilhões de seres humanos. O sucesso do casal como estratégia reprodutiva é indiscutível.

O prestigioso antropólogo Owen Lovejoy, da Universidade Estatal de Kent, em Ohio, descreve para o ser humano um fenômeno fascinante: a monogamia seriada. Ela está baseada em uma mudança de parceiro após um notável período de tempo. Ele admite que nosso comportamento matrimonial é um produto da cultura, mas adverte que há em nós uma inclinação natural para estabelecer casais.

Lembremos que todo comportamento humano, incluindo a  fidelidade , tem três esferas: biológica, psicológica e social. Portanto, mesmo que possa existir uma propensão genética para ser infiel – a variante do gene 334 que gerencia a vasopressina, apoiado no gene da infidelidade – em última instância os fatores sociais e psicológicos podem favorecer ou impedir uma infidelidade.

“Escolha seu parceiro com muito cuidado. Toda a sua felicidade ou tristeza vai depender 90% dessa decisão; mas depois de escolher cuidadosamente, é que o trabalho começa.”
-H. Jackson Brown-

Por que somos infiéis?

amor romântico continua predominante na sociedade. A realidade é que vivemos muito mais do que antes e isso faz com que sejam produzidas mais mudanças em nossas vidas do que em épocas anteriores. Continua existindo uma tendência à monogamia, mas cada vez mais desgastada e menos duradoura, devido ao aumento das relações extraconjugais.

De acordo com um estudo do Instituto Clínico de Sexologia de Barcelona, é a partir do quinto ano de relacionamento que começa a cair na rotina, e é aí quando mais infidelidades são produzidas. É relevante dizer que não existe um perfil de pessoa mais inclinada ou não a ser adúltera; isso se deve ao fato de que cada vez mais pessoas com perfis diferentes se tornam infiéis.

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Dentro do que é considerado infidelidade, a fantasia não entraria como uma forma de enganar nosso parceiro. Segundo a diretora do Instituto Clínico de Sexologia de Barcelona, a infidelidade vem quando há comportamentos que implicam uma pessoa diferente do casal, como acontece, por exemplo, quando mensagens eróticas são trocadas com uma terceira pessoa.

As mulheres tendem à infidelidade quando são infelizes no relacionamento ou têm uma fraca compatibilidade em termos sexuais com seu parceiro.  Enquanto para os homens a motivação costuma ser diferente e tem a ver com a sua propensão a ficar excitado caso se encontrem em situações estimulantes.

O amor para os amantes é como uma guerra: simples de começar, mas muito difícil de parar.

É mais fácil ser oportunista e engenhoso de vez em quando do que todos os dias

Por que os relacionamentos com os amantes são mais intensos? A resposta está no fato de que as relações com os amantes podem nos transformar em pessoas pouco racionais, e é daí que toda a flutuação de emoções e sentimentos desmedidos e fora de controle surge.

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A frustração, os ciúmes, a sensação de perda constante do amante, adicionada a vínculos muito fortes e arraigados, nos leva a um estado de alteração permanente. A partir daí as relações extraconjugais são interpretadas como mais vívidas ou mais verdadeiras do que os relacionamentos de casal. De alguma maneira, lembram a futilidade e a emoção à flor da pele do amor adolescente.

As relações extraconjugais costumam ser mais fortalecedoras a priori do que os relacionamentos de casal. Isso se deve ao fato de ser mais fácil se fortalecer durante algumas horas do que durante toda uma vida. As relações de casal “não oficiais” chegaram para ficar e são praticamente paralelas à história da humanidade. No entanto, por mais prazerosas que sejam a curto prazo, a longo prazo costumam terminar gerando um problema para as três pessoas diretamente afetadas.

Quando você está em um relacionamento ruim, um amante pode ser a pessoa mais irresistível do mundo.


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