Medo de brilhar

Medo de brilhar
Sergio De Dios González

Revisado e aprovado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 10 abril, 2018

Um dos grandes paradoxos do ser humano é o de querer ser especial e, ao mesmo tempo, ter medo de brilhar. Quem não quer ser reconhecido e admirado? Todos nós temos a necessidade de que outros vejam nossas virtudes. E é uma vantagem se, além de vê-las, elas ganharem destaque.

Apesar disso, muitos se sentem intimidados quando recebem atenção. Quase todos, na verdade. E isso acontece porque ganhar destaque significa se afastar do grupo, não permanecer no rebanho. Em outras palavras, ser “diferente”. Daí vem, na maioria das vezes, o medo de brilhar.

“Sua luz não apaga os outros, mas os faz brilhar mais.”
-Amparo Millán-

Então, a primeira coisa que você deve fazer é estabelecer uma distinção entre ser aprovado e se destacar. Quando você ganha aprovação, ganha tapinhas no ombro ou a excitação que atesta que estamos sendo aceitos e valorizados por um grupo. No entanto, ao nos destacarmos e brilharmos, não necessariamente ganharemos aceitação. Você pode até mesmo ser rejeitado.

Às vezes a questão não é tão extremista. O medo de brilhar pode vir de uma autoestima enfraquecida. Nestas circunstâncias, o reconhecimento dos outros assusta. Ao permanecermos anônimos, desejamos secretamente ser desejados e necessários.

O medo de brilhar e a culpa

O sucesso dos outros normalmente faz as pessoas se sentirem mal. É inevitável. Faz parte do pacote. Um triunfo excepcional impacta os demais e até mesmo fará com que muitos se sintam inferiores, embora não tenham a intenção. Uma pessoa insegura interpreta o sucesso dos outros como uma ameaça. É como se o sucesso de uma pessoa ressaltasse o fato de que a outra não conseguiu.

Pessoa em topo de edifício

Sabemos tudo isso intuitivamente. Nós pressentimos que o sucesso dá origem a uma hostilidade latente ou explícita. O medo dessas reações influencia o medo de brilhar. Você não quer criar uma tensão com os outros, especialmente se eles são importantes para você.

Existem mecanismos inconscientes que muitas vezes trazem punições para aqueles que se destacam, quem tem mais poder ou brilho.

A família e o medo de brilhar

A família é o primeiro núcleo de socialização e muitas vezes é o lugar em que o medo de brilhar nasce. Isso acontece principalmente quando a família é disfuncional ou estimula a falta de autoestima, a inveja ou o sentimento de inferioridade. Se um membro de uma família assim alcança o sucesso, isso pode parecer uma traição.

É evidente que isso não acontece no campo do consciente. Infiltra-se através de comportamentos como proibir as realizações ou forçar alguém a colocar os seus talentos a serviço dos outros. Então, a ideia de que se destacar pode trazer consequências negativas é introduzida.

Da mesma forma, os pais educam seus filhos com alguns princípios implícitos. Um deles, muitas vezes, é sofrer pelo sofrimento dos filhos. Quem tem pais assim vai se sentir terrivelmente errado quando alcança uma conquista que o deixa muito feliz. Como se sentir bem, sabendo que eles sofrem? Daí o medo de brilhar

Quando você se destaca, você também se expõe

Podemos adicionar ao que dissemos anteriormente que há casos em que você sente medo de brilhar porque existe um enorme medo de ser diferente. Existe medo de ser apontado, questionado ou rejeitado. Além disso, se expor significa enfrentar a opinião dos outros. E a exposição significa enfrentar as opiniões dos outros, o que nem sempre é construtivo para o que é novo ou diferente.

Mulher com guarda-chuva iluminado

Isto geralmente acontece porque damos um valor excessivo para o olhar dos outros. Por isso, damos muito mais importância aos atributos que os outros aprovam, em vez de priorizar as características que nos tornam únicos. Portanto, implicitamente, os objetivos muitas vezes visam atender a opiniões generalizadas, e não necessariamente nos fazem mais felizes.

O medo de brilhar quase sempre envolve culpa e medo da rejeição. Muitas pessoas desistem de se destacar apenas para manter o carinho de sua família, seus amigos ou seu parceiro. Ao não “trair” os outros, acabam traindo a si mesmos. Isso é somado à infelicidade conjunta e à limitação de desenvolvimento. Isso é errado. Quando somos melhores, nós também podemos ajudar os outros a serem.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.