Como superar o medo de pássaros

Ter medo de pássaros pode causar dificuldades na vida cotidiana. Se você tiver esse problema, propomos uma série de exercícios de autoajuda para superar essa fobia.
Como superar o medo de pássaros
María Vélez

Escrito e verificado por a psicóloga María Vélez.

Última atualização: 30 setembro, 2023

A ornitofobia, ou o medo de pássaros, é um medo irracional que pode afetar seriamente a vida de quem sofre com ele. A pessoa enfrenta um medo muito intenso ou excessivo em relação a esses animais. No entanto, como acontece com a maioria das fobias, ela pode ser superada por meio de uma série de exercícios.

Para enfrentar o medo é preciso esforço e perseverança, pois este é um processo complexo e delicado. Ele pode ser ainda mais longo e trabalhoso caso se trate de uma fobia, ou seja, de um transtorno de ansiedade que afeta várias áreas da vida diária. Nesse caso, para superar o problema, o melhor é procurar a ajuda de um psicólogo.

Como superar o medo de pássaros?

A origem da maioria dos medos e fobias de animais reside em experiências traumáticas, falta de conhecimento e comportamentos aprendidos. Assim, as intervenções das fobia têm como objetivo gerar uma experiência positiva ou neutra com o objeto do medo.

As técnicas psicológicas que são aplicadas fazem isso usando várias estratégias, incluindo aprender sobre o animal para desmistificá-lo, gerar novas emoções e expor-se de forma descontraída. Esses exercícios, de certa maneira, podem ser realizados de forma autônoma. Porém, se o medo for muito intenso, é melhor ter a orientação e o conhecimento profissional de um psicólogo.

Essas técnicas para superar o medo de pássaros podem ser muito úteis, desde que se analise previamente se esses exercícios de autoajuda são suficientes ou se é necessário procurar ajuda psicológica.

Como superar o medo de pássaros?

1. Aprenda sobre os pássaros

Descubra mais sobre as aves, principalmente as espécies que mais te assustam. Conhecer seu comportamento, sua forma de sobrevivência e seu papel na natureza  pode diminuir a intensidade do medo.

Você pode começar lendo informações sobre os pássaros com um caráter mais dócil ou mais inofensivo. Por outro lado, isso também pode te dar um controle sobre a situação, sabendo em que condições é mais fácil para eles atacarem ou quais sinais de aviso eles emitem. Também é muito útil saber para onde eles gostam de ir e o que os incentiva a virem até nós.

O conhecimento irá ajudá-lo a ver os pássaros a partir de outra perspectiva e conhecer seu lado positivo. O aprendizado vai levá-lo a quebrar alguns mitos que você possa ter sobre eles.

2. Exponha-se pouco a pouco

Pegue um lápis e um papel e faça uma lista de exposição. Para fazer isso, numa ordem de menos para mais, anote dez coisas que te assustam em relação aos pássaros ou a um pássaro específico. O número um deve indicar o mínimo de ansiedade que você sente. Por exemplo, ver a foto de um pássaro. E o 10 seria o que mais te assustaria. Neste caso, um pássaro pousando ao seu lado.

Aos poucos, você terá que se expor a esses elementos. Recomenda-se planejar o calendário de exposições, observando quanto tempo você vai dedicar e quanto tempo vai durar. Além disso, você precisa se expor a cada estímulo várias vezes até que o nível de ansiedade diminua. Para fazer isso, você deve classificar seu nível de ansiedade ou medo de 1 a 10 ao enfrentar um elemento.

Se após várias ocasiões a pontuação for baixa (menos de 5), você pode prosseguir com estímulos mais desagradáveis ​​ou passar para o próximo elemento. Por outro lado, se o seu nível de ansiedade estiver ficando cada vez mais alto, você terá que permanecer nesse elemento por um tempo até que o nível de ansiedade esteja baixo e permita que você passe para o próximo item da lista. Nesse sentido, é fundamental que você pratique exercícios de relaxamento para que possa realizá-los durante as exposições.

Se você perceber que, com o tempo, a ansiedade não diminui ou você não consegue seguir em frente, é provável que precise procurar ajuda psicológica. Se você sentir que tem forças para continuar, siga as recomendações de nível de ansiedade acima até chegar ao 10.

3. Desfrute da abordagem

Depois de ser exposto a estímulos simples, certamente no elemento 10 você já abordou algum tipo de pássaro. Uma vez aqui, você terá alcançado a etapa mais importante para superar o medo de pássaros. No entanto, agora é hora de substituir as emoções negativas por outras mais positivas enquanto estiver perto de um desses animais. Para fazer isso, primeiro fique calmo e tente não fugir.

Fique perto do pássaro, mas com alguma distância. Se o seu nível de ansiedade permitir, chegue um pouco mais perto. É provável que, depois de se informar sobre as aves, você seja capaz de identificar de que espécie são e se você está seguro. Uma ajuda para essa etapa poderia ser visitar uma reserva natural protegida onde os animais são livres, mas controlados.

Uma vez perto do animal, você pode aproveitar para observar seu corpo, suas cores e, principalmente, o seu comportamento. Provavelmente você descobrirá que nada vai te acontecer ao ficar ao lado do pássaro e que qualquer movimento o assustará e ele fugirá. No entanto, tente não fazer movimentos bruscos, apenas mantenha uma postura relaxada. Além disso, embora possa parecer um pouco louco, conversar com o animal pode fazer você se sentir mais confortável e percebê-lo de forma mais amigável.

Passarinho

4. Analise-se durante o processo

Ao realizar estes exercícios, você pode superar o seu medo de pássaros. Mesmo assim, o mais importante é que você se observe e não se force mais do que o necessário. Se em algum momento você sentir muita ansiedade, deixe os exercícios de lado pelo tempo que precisar. Depois, pense se seria melhor procurar um psicólogo profissional para uma orientação.

Se, em vez disso, você conseguir avançar e superar o medoisso reforçará seu senso de controle e segurança e, assim, você se sentirá mais forte ao enfrentar outros medos.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.