Os millennials e o casamento: o que as estatísticas dizem?

Para aqueles que acreditam que a famosa pergunta "Você quer se casar comigo?" vai acabar desaparecendo, expomos alguns dados que mostram que o casamento não vai desaparecer, por mais que enfrente mudanças muito profundas.
Os millennials e o casamento: o que as estatísticas dizem?
Sergio De Dios González

Revisado e aprovado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Escrito por Sonia Budner

Última atualização: 22 dezembro, 2022

O casamento não está em queda, só está atrasado. É isso que as estatísticas e alguns especialistas que investigaram a relação entre os millennials e o casamento concluíram.

As novas gerações não ignoram a ideia/vontade de se casar, só mudaram como e quando fazem isso. Os casais de millennials acreditam no casamento, mas consideram que uma média de seis anos de relacionamento antes de se casar é a adequada.

A geração anterior a estes jovens já havia começado a aumentar a duração deste período, e este número parece estar em alta. Este tempo necessário para conhecer a si mesmo e ao parceiro parece estar se transformando em uma das garantias prévias ao casamento.

No fim das contas, muitos millennials são filhos de pais divorciados; talvez eles queiram ter certeza de que não terão que passar por isso em seus próprios casamentos. A questão financeira também parece ter um peso fundamental na decisão de se comprometer e se casar.

Os jovens querem desenvolver suas carreiras profissionais antes de formar uma família. Há quem diga que essa é uma postura egoísta, mas a verdade é que é uma forma bastante responsável de trazer seus futuros filhos a um mundo cada vez mais competitivo para as crianças e seus pais.

Mulher usando o computador no trabalho

O que as estatísticas dizem sobre os millennials e o casamento?

Basicamente, o que as estatísticas publicadas pelo New York Times dizem é que os jovens estão esperando mais tempo antes de se casar. Nos Estados Unidos, em 2018, a média de idade para se casar foi de 30 anos para os homens e de 28 anos para as mulheres.

Também mostram que a porcentagem de pessoas que decidem se casar caiu quase 25% entre os jovens desde os anos 70.

Ao contrário do que acontecia há algumas décadas, os casais de jovens levam mais tempo para consolidar o relacionamento ou decidem viver juntos por um tempo antes de se casar.

As estatísticas também dizem que a maioria das pessoas que ganham menos de U$30.000,00 por ano consideram que sua situação financeira é o que mais as atrapalha na hora de tomar a decisão de se comprometer sentimentalmente.

A realidade é melhor do que parece

Embora as estatísticas possam ser devastadoras, uma segunda leitura com um pouco mais de profundidade pode nos revelar mudanças profundas, mas também mais responsáveis na relação entre os jovens millennials e o casamento.

De acordo com a pesquisadora Stephanie Coontz, quando os jovens millennials alcançarem a meia idade, 80% deles terão se casado. Este percentual é semelhante ao observado 50 anos atrás, apesar da idade em que o casamento ocorre ter mudado.

Casal se abraçando

Mulheres millennials e casamento

Um dos fatores que talvez esteja influenciando de forma decisiva este aspecto seja a mudança importantíssima de papeis que as mulheres consolidaram nas últimas décadas. Ao contrário de suas mães e avós, esta geração de jovens mulheres não cresceu sendo educada para o casamento.

As mulheres estão, pela primeira vez na história, trocando o casamento como propósito de vida por casamentos de qualidade.

Ou seja, contrair matrimônio não é mais o objetivo principal das mulheres, e quando elas decidem dar este passo, buscam parceiros que lhes garantam casamentos mais felizes e duradouros.

Por outro lado, o casamento deixou de ser o ponto de inflexão que marca o que é uma relação séria para a sociedade.

Uniões de maior qualidade

Para os que julgam rapidamente e consideram tudo isso uma falta de propósito, segue um dado interessante: os casamentos dos millennials parecem ter uma maior qualidade, embora eles se casem com menos frequência.

Entre 2008 e 2016, o índice de divórcio caiu 18%. Estes são os dados fornecidos por outro estudo realizado, desta vez, por Phillip Cohen, da Universidade de Maryland. O autor do estudo concluiu que os millennials estão adotando critérios cada vez mais seletivos quanto ao casamento.

Seu objetivo é diferenciar entre relações românticas e matrimônios, que nem sempre são iguais. Eles buscam uma maior estabilidade com seus parceiros, uma convivência mais gratificante e uma interdependência econômica.

Nós estamos enfrentando mudanças culturais e sociais de grande escala. A instituição do casamento não está perdendo seu valor entre os jovens, mas está sendo revisada e começando a ser avaliada de outra forma.


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