Mindfulness para desempregados: combatendo o desânimo 

Mindfulness para desempregados: combatendo o desânimo 
Marián Carrero Puerto

Escrito e verificado por a psicóloga Marián Carrero Puerto.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Estamos há quase uma década convivendo com altíssimos níveis de desemprego, o que tem gerado múltiplos prejuízos para as pessoas que se encontram nesta situação, em situação de vulnerabilidade. O mindfulness para desempregados, entre outras coisas, é um tratamento eficaz para combater o desânimo que se instala na vida destas pessoas, e que torna ainda mais difícil qualquer tentativa de sair desta situação.

Alguns dos problemas focados pelo mindfulness para desempregados são:

  • A insegurança pessoal;
  • A insatisfação das necessidades básicas;
  • A frustração nas expectativas de vida;
  • E, definitivamente, a atitude com a qual as pessoas enfrentam esta difícil situação.

Assim, como consequência de todos estes problemas, existem diversas opções a serem realizadas que podem ajudar os desempregados a adquirir uma melhor qualidade de vida, apesar dos problemas.

“Nenhum pessimista descobriu os segredos das estrelas, ou navegou em direção à costa para descobri-la, ou criou uma nova esperança no coração humano”.
– Hellen Keller-

Homem aflito por estar desempregado

Mindfulness para desempregados: uma porta entreaberta onde antes só havia tijolos

Uma das primeiras, e mais difíceis, alternativas que as pessoas que não encontram emprego têm é abandonar suas cidades ou países com o objetivo de encontrar um novo emprego ou aumentar seu bem-estar, segurança econômica e social, e sua realização pessoal.

Entretanto, este processo envolve uma transição enorme, já que a pessoa abandona seu lar e seu entorno social, família, amigos, vizinhos… é um processo verdadeiramente árduo até que ela se estabeleça novamente. As pessoas que migram procurando um novo emprego talvez consigam uma estabilidade econômica, mas colocam em risco sua estabilidade emocional.

A falta de apoio e afeto, assim como possíveis problemas para a integração e adaptação, abrem portas à necessidade de treinar a mente para assegurar um adequado equilíbrio emocional.

“Ao recolher as pedras que jogaram em mim, vi que eram jóias”.
-Poema zen-

As pessoas em situação de desemprego que, por diversas razões, não podem se permitir imigrar em busca de uma vida melhor, vivem em uma situação precária. Este coletivo conta com pouquíssimo dinheiro e um estilo de vida limitado, o que serve de base para entrar em um ciclo de desespero, desmotivação e frustração, circunstâncias que, facilmente, podem derivar em um desequilíbrio mental.

Portanto, este coletivo demanda e precisa de treinamento em estratégias que favoreçam novos horizontes e saídas a partir de um enfoque pessoal. 

O trabalho é uma das ferramentas com as quais as pessoas se definem e se projetam, além de ser o veículo para satisfazer as necessidades de sobrevivência. Possui um quê de identidade, já que nos engloba em um status social e favorece o sentimento de utilidade, ao ter as necessidades básicas satisfeitas e facilitando a participação comunitária dentro da sociedade.

O desemprego costuma provocar isolamento social e sentimentos de insegurança e desvalorização. Estas emoções minam e destroem a autoestima, e podem levar a transtornos tão perigosos quanto a depressão ou a ansiedade. Caso isso chegue a acontecer, sem dúvidas vai afetar negativamente a personalidade e as relações familiares, criando situações de tensão.

“Os obstáculos são aquelas coisas assustadoras que vemos quando tiramos o foco do nosso objetivo”.
– Henry Ford –

Por que utilizar o mindfulness para desempregados?

Por tudo o que foi exposto no parágrafo anterior, é muito recomendável utilizar as técnicas de mindfulness para desempregados com o objetivo de conseguir e manter uma boa saúde mental e um adequado equilíbrio emocional em uma população tão castigada.

Mulher meditando

Para isso, é preciso empregar três estratégias definidas, diferenciando a psicoterapia, a medicação e a modificação do estilo de vida.

  • Em relação à medicação, é preciso dizer que essa é pouco útil se não for acompanhada de psicoterapia. Não se deve medicar uma pessoa que não faz nada para mudar sua situação. Neste caso, os medicamentos servem como uma anestesia, e esse não é o objetivo da medicação, e sim o contrário. Os medicamentos devem agir como um motivador dos novos comportamentos, permitindo às pessoas, junto com seu esforço, sair da situação emocional na qual se encontram.
  • Em relação à psicoterapia, cabe destacar que a terapia de aceitação baseada na atenção plena, ou mindfulness, pode ser tão eficaz quanto os medicamentos para ajudar a tratar os problemas de saúde mental. A terapia de aceitação baseada em mindfulness foi desenvolvida como uma alternativa para a confrontação, para ajudar as pessoas a reconhecer, aceitar e responder de forma construtiva aos pensamentos e sentimentos inadequados. Dessa forma, o mindfulness para desempregados está tendo bastante sucesso porque não luta contra o externo, aquilo que escapa do nosso controle, e sim contra o interno.       
  • Quanto à modificação do estilo de vida, indica que a própria pessoa precisa ser consciente e consequente, já que este ponto de vista apresenta um caráter intencional. Para alcançar o objetivo desejado, a pessoa deve adquirir um alto conhecimento de si mesma, proporcionado através da meditação e reflexão. O mindfulness para desempregados não deve ser entendido como uma terapia, e sim como um estilo de vida.

Uma atitude de mindfulness diante da ansiedade usa de observação e permissão, não evita o problema; a pessoa é treinada para tolerar os sentimentos de medo e angústia, de tal modo que favoreça a capacidade de autorregulação e proporcione uma melhora do funcionamento físico e mental do indivíduo.

Por último, deixamos aqui um conto para reflexão.

A rocha no caminho

Em um reino distante, um rei colocou uma grande rocha no meio do caminho principal de entrada para a região, dificultando a passagem. Em seguida, se escondeu para ver se alguém iria retirar a pedra.

Homem caminhando em plantação de arroz

Os comerciantes mais ricos do reino e alguns cortesão s que passaram simplesmente rodearam a rocha. Muitos deles ficaram horas se queixando da rocha e culpando o rei por não manter os caminhos bem cuidados, mas nenhum deles fez nada para remover o obstáculo.

Então, chegou um camponês que levava uma carga de verduras. Deixou a carga no chão e estudou a rocha no caminho, observando-a. Tentou movê-la empurrando e fazendo uma prancha com um pedaço de madeira que encontrou no caminho, depois de empurrar e se cansar muito, finalmente conseguiu mover a rocha.   Enquanto recolhia a sua carga, encontrou um saco exatamente no local em que a rocha se encontrava. O saco continha uma boa quantidade de moedas de ouro e uma carta do rei, indicando que esta era a recompensa para aquele que limpasse o caminho.

O camponês aprendeu o que os outros nunca aprenderam: cada obstáculo superado é uma oportunidade para melhorar a própria condição.  


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