Mitos sobre o uso de álcool e maconha

"Consumir uma taça de vinho por dia é bom para a saúde", "fumar um baseado não vai me fazer mal"... Quantas vezes você escutou afirmações como essas? A evidência científica disponível desmente com veemência. Descubra os mitos mais relacionados com o álcool e a maconha.

Escrito e verificado por o psicólogo Gorka Jiménez Pajares.

Última atualização: 23 janeiro, 2023

Entre as consequências dos vícios estão as graves complicações de saúde, além das repercussões legais ou socioeconômicas.

Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), a cada ano cerca de 5 milhões de pessoas morrem no mundo em decorrência do uso do tabaco, 2,5 milhões por abuso de álcool e cerca de 200 mil pessoas por drogas ilícitas. Por esses motivos, vamos expor quais são os mitos dos vícios e, especificamente, os relacionados ao consumo de álcool e maconha.

A esse propósito, importa referir que o fato de uma substância ser natural e estar disponível na natureza está longe de significar que os seus efeitos no organismo sejam inócuos. As substâncias naturais podem ter efeitos muito nocivos à saúde porque provocam alterações no funcionamento natural do cérebro.

Desfazendo os mitos sobre o álcool e a maconha

A seguir, explicamos alguns mitos que ouvimos diariamente sobre o álcool e a maconha que são analisados tanto pelas autoridades de saúde catalãs quanto pelo Ministério da Saúde em seu Plano Nacional de Mdedicamentos. Antes disso, vale ressaltar que:

Usar drogas é diferente de ser viciado

Existem múltiplos fatores por trás da relação entre uso de drogas e dependência. O risco de desenvolver dependência é influenciado por fatores como a constituição biológica, o contexto social, a idade ou o estágio de desenvolvimento em que a pessoa se encontra. Dessa forma, quanto maior o número de fatores de risco, mais provável é que o fato de consumir drogas gere dependência.

Da mesma forma, certamente a afirmação de que “todos os jovens usam drogas” soa familiar para você. É uma crença generalizada; no entanto, é totalmente errado, pois a maioria dos jovens evita consumi-las e os que consomem o fazem em ambientes geralmente sociais.

Mitos e verdades sobre o álcool

O álcool é uma substância que deprime o sistema nervoso central e inibe progressivamente as funções cerebrais. É comum acreditar que é uma substância estimulante porque no início de sua ingestão causa euforia e desinibição; entretanto, seu efeito é totalmente oposto, ao produzir déficits na capacidade de autocontrole.

Beber álcool apenas nos finais de semana não causa danos ao organismo

Quantas vezes você já ouviu essa afirmação? Provavelmente inúmeras vezes. No entanto, os danos causados pelo álcool dependem de como ele é consumido, de modo que quanto maior o consumo, maiores os danos. Se durante o fim de semana você esgotar as reservas de álcool no bar que frequenta, é um claro sinal de alarme.

O consumo esporádico de álcool é benéfico

Essa é uma das afirmações mais retumbantes e uma das mais errôneas que se espalharam sobre o consumo de álcool. Sabe-se agora que qualquer consumo implica risco e que, consequentemente, o mais saudável a fazer é evitar o consumo de álcool.

Mitos e verdades sobre a maconha

A maconha é uma droga extraída da planta cannabis sativa, com a qual são fabricadas duas das substâncias mais consumidas na Espanha: o haxixe e a maconha. Entre as consequências do consumo dessa substância está o potencial de induzir transtornos tão graves quanto a esquizofrenia.

A maconha é uma substância natural, ecológica e relaxante

O fato de uma substância ser “natural” não significa que ela seja “inofensiva”. Assim, tanto o tabaco quanto a cocaína são naturais e não há dúvidas sobre seus efeitos nocivos à saúde. Consumir maconha pode alterar irreversivelmente a química do cérebro.

Fumar um baseado é menos prejudicial do que fumar tabaco

Quantas vezes já ouvimos essa afirmação! No entanto, a maconha contém muitos dos carcinógenos e mutagênicos que o tabaco contém e, além disso, até 50% a mais.

A forma como a maconha é consumida também influencia: normalmente é fumada sem filtro e as inalações são mais profundas, aumentando os riscos de sofrer de câncer. Assim, o efeito broncodilatador da maconha é evidente e favorece a absorção de várias substâncias tóxicas.

Assim como o tabaco, também é prejudicial para as pessoas que estão ao redor daquele que fuma maconha ou haxixe, tornando-se “fumantes passivos”.

Existem muitos mitos que cercam o vício em substâncias tão cotidianas quanto o álcool. Para evitar cair em crenças infundadas, é útil ir a sites de autoridades especializadas como este que lhe deixamos.