A música desperta lembranças

A música desperta lembranças

Última atualização: 03 outubro, 2016

Todos nós já sentimos diferentes emoções através da música: tristeza, alegria, surpresa, medo… É um veículo que nos transporta ao centro das nossas emoções e as transforma, deixando mais claro um dia cinza ou nos fazendo lembrar de pessoas e situações vividas que voltam a nossa mente por um instante. Isso ocorre porque as melodias possuem o poder de nos transportar ao passado.

A aprendizagem que está ligada a uma emoção é mais facilmente recuperável para a nossa mente no futuro. Por esse motivo, todas aquelas lembranças que despertam um sentimento e estão associadas a uma emoção serão mais fáceis de serem lembradas.

Hoje em dia, as terapias musicais são utilizadas em doenças como o Alzheimer, com o objetivo de estimular a lembrança, melhorar a atenção, o humor e ter um efeito relaxante. O estímulo sensorial através da música melhora diferentes formas de demência.

A música em nosso cérebro

A audição é um dos sentidos mais complexos e se comunica com inúmeras áreas cerebrais. Entre elas, se relaciona com o sistema límbico, o núcleo accumbens e o núcleo caudado, relacionados com o processamento cerebral.

Escutar música libera dopamina da mesma forma que comer, fazer sexo ou usar drogas. Ela tem um impacto em nosso humor e faz com que nos sintamos bem. A música induz mudanças fisiológicas no nosso corpo da mesma maneira que qualquer estímulo emocional. Quem nunca ficou arrepiado alguma vez escutando uma canção?

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A música tem a capacidade de trazer lembranças relacionadas tanto com o conteúdo da letra da canção, quanto com a lembrança de um evento que ocorreu enquanto escutávamos determinada canção. Ela pode nos transportar para esse momento e nos fazer reviver as emoções que sentimos.

As emoções facilitam a lembrança

Não é a mesma coisa lembrar momentos que têm um significado importante e que estão vinculados às emoções e lembrar algo que não tem nenhum impacto em nossa vida. Aquelas situações que significaram algo para nós serão mais acessíveis à nossa lembrança.

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Por exemplo, é mais fácil lembrar como estava o tempo no dia do nosso casamento do que escolher um dia aleatório e tentar lembrar como estava o céu naquele dia. Nosso cérebro registra e armazena todos aqueles momentos importantes para nós. Pelo fato da música estar tão estreitamente vinculada às emoções, ela pode acabar servindo como um estímulo que nos ajuda a lembrar com maior facilidade.

Escutar uma música que era nossa música favorita quando tínhamos 15 anos nos trará a lembrança daqueles dias, e inclusive poderemos voltar a nos sentir como nos sentíamos naquela época.

Musicoterapia para exercitar a memória

Essa terapia é amplamente utilizada com diferentes propósitos, desde o relaxamento até a melhora do humor. Também é utilizada para melhorar a atenção e a memória, sobretudo no caso de doenças mentais como o Alzheimer. A musicoterapia é muito utilizada com estes pacientes, principalmente em estados muito avançados da doença quando já não se pode trabalhar cognitivamente.

Ela melhora a coesão grupal, o contato social e o humor, algo muito positivo nesse tipo de paciente que normalmente apresenta apatia, depressão e isolamento. Frequentemente essa terapia tem como objetivo principal utilizar a música com um meio para ativar as emoções e, através delas, lembrar momentos vitais importantes para o paciente.

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Geralmente são colocadas músicas da época em que o paciente era jovem, o tipo de música que ele costumava escutar e gostava, tentando evocar boas lembranças. Dessa maneira facilita-se o compartilhamento de experiências entre eles.

No caso de pessoas que estejam numa etapa muito avançada da doença, ainda que não possam compartilhar a experiência, está comprovado que são capazes de compreender e aproveitar a música, já que as vias auditivas tendem a conservar-se. É considerada uma boa ferramenta na hora de estimular sensorialmente pessoas que sofrem de demência.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.