Não ser amado é uma simples desventura; a verdadeira desgraça é não amar

Não ser amado é uma simples desventura; a verdadeira desgraça é não amar
Rafa Aragón

Escrito e verificado por o psicólogo Rafa Aragón.

Última atualização: 29 dezembro, 2022

Amar sem ser amado pode acabar sendo uma das experiências mais difíceis pelas quais podemos passar em nossas vidas. É um momento no qual experimentamos o abandono, a tristeza e uma sensação de vazio que se torna insuportável. Não podemos querer amar sem pagar um alto preço pelas consequências que isso tem.

Quando o amor é correspondido experimentamos o céu sobre nossos pés, e essa maravilhosa sensação de que podemos tudo, sem nos importarmos com nada mais.

Mas amar sem ser amado tem uma outra cara, que se apresenta como se a vida, de repente, não tivesse mais sentido, como se tudo o que foi construído e vivido antes já tivesse perdido todo o valor. Os sonhos e os desejos desmoronam, abrindo passagem para a amargura.

A tendência natural que nós temos ao amar é a de sentir pela pessoa amada uma atração desenfreada, impossível de deter sem que haja sofrimento envolvido.

É possível superar a tristeza de não ser amado

Mulher apreciando paisagem pensando no amor correspondido

A decepção e a dor sofridas pelo que passamos podem destruir os apaixonados, deixando-os sumidos no desespero e em uma profunda sensação de já não poder ser capaz de voltar a encontrar outra pessoa.

Essa sensação é muito comum, já que pertence à tristeza que arrastamos, à desesperança e à limitação do que somos capazes de poder ver, nessa situação que acaba se tornando muito dramática. No entanto, aqueles que viveram todo este processo e experimentaram toda a  tristeza  e a solidão que surge ao não ser amado sabem muito bem que, com o tempo, a limitação com a que se vivia tende a se ampliar.

Aprendem a viver de outra forma, mais fortalecidos e com a experiência de que é possível recuperar a alegria e felicidade, apesar de tudo. Já que nossa identidade e vontade de viver não dependem realmente de ninguém, apenas de nós mesmos.

Amar sempre vale a pena

Amar, em todo o caso, sempre valerá a pena, já que é um sinal de vida. Uma experiência única que muda nosso mundo e nossa forma de ver as coisas. Adquirimos uma sensibilidade especial para apreciar e valorizar qualquer ato do amor. A beleza torna-se mais intensa e nossas emoções são mais reconhecíveis, por isso é mais simples identificá-las.

Quando amamos, compartilhamos nossa intimidade, reconhecemos a pureza de saber amar, descobrimos aspectos que não sabíamos que tínhamos e adquirimos um maior conhecimento sobre nós mesmos.

Ao amar nos abrimos em essência para dar o melhor de nós mesmos, o que nos mostra a enorme beleza que possuímos e o quão privilegiados somos por termos experimentado o  amor em todo seu esplendor.

Nem sempre estamos preparados para amar

Amar e ser amado

O amor chega para quem está preparado, para as pessoas que estão em um momento de suas vidas no qual podem se permitir incorporar tal sentimento em todo seu ser. O fato do amor se instalar em nós é um grande privilégio, independentemente da pessoa que amamos, e se somos ou não correspondidos.  O amor, por si só, vale a pena, por tudo o que ele contribui em nossas vidas.

Para amar é preciso haver uma predisposição especial de abertura sentimental. É preciso que exista uma conexão interna, com uma sensibilidade que nos permita abraçar todo o mundo de sensações com as quais o amor nos faz deparar.

Quando o amor chega e não entendemos a causa, é preciso compreender que não é culpa de ninguém, nem nada de concreto nos deu esta capacidade de amar.

É preciso entender simplesmente que se trata de um sentimento que, da mesma forma que veio, pode ir embora, e, enquanto dure, é preciso aproveitá-lo, vivê-lo, experimentá-lo; sem medos e desconfiança. É preciso se deixar amar para poder amar, o que implica deixar fluir toda a nossa energia, sentindo que somos dignos de amor.

Porque o amor é um estado de pureza, nossa chama mais intensa, a respiração da alma; o suspiro penetrante que dá sentido as nossas vidas…


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