O amor é uma viagem feita acompanhado

Você acredita em almas gêmeas? Ou você entende seu relacionamento amoroso como uma viagem em que você compartilha uma mochila com alguém? É sobre isso que falaremos a seguir.
O amor é uma viagem feita acompanhado
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Escrito por Sonia Budner

Última atualização: 27 janeiro, 2023

Em muitos casos, preferimos ignorar que o amor é cego. Quando as pessoas se apaixonam e começam um relacionamento amoroso, é hora de fazer mágica e talvez não pensar muito. Muitas pessoas mantêm a fé em sua versão particular da teoria da alma gêmea. Poucas pessoas percebem que o amor é uma jornada.

Aquele amor que se transformou na unidade perfeita, na “minha outra metade”, soa muito bem. No entanto, parece que os casais que carregam esse ideal de relacionamento perfeito acabam tendo relações piores do que aqueles que veem o relacionamento como uma viagem feita acompanhado.

Esta jornada não se refere a almas gêmeas criadas uma para a outra, mas a uma aventura de vida onde não se caminha sozinho. É uma jornada onde obstáculos são superados, objetivos e propósitos são alcançados e o casal trabalha em equipe enfrentando as dificuldades do dia a dia. Geralmente, são casais que tendem a valorizar até onde foram capazes de ir e todas as coisas que passaram juntos.

Casais felizes

Avaliando a maneira de entender o amor

Este é o tópico que os psicólogos sociais Spike WS Lee, da Universidade de Toronto, e Norbert Schwarz, da Universidade do Sul da Califórnia, decidiram estudar. Suas descobertas mostraram que as pessoas que acreditam na união perfeita em seus relacionamentos costumam ficar decepcionadas com eles.

Pelo contrário, as pessoas que concebem seus relacionamentos românticos como uma jornada de desenvolvimento pessoal na companhia de seu parceiro ficam mais satisfeitas com seus relacionamentos amorosos a longo prazo. Isso parece nos levar à conclusão de que diferentes maneiras de entender o amor também levam a diferentes maneiras de avaliá-lo.

O experimento

A equipe de Lee e Schwarz trabalhou com grupos de pessoas que tinham relacionamentos românticos de longo prazo e lhes pediu que fizessem um teste de conhecimento no qual deveriam incluir expressões relacionadas à ideia de amor como unidade ou amor como jornada. Também foram solicitados a relembrar as situações vividas com o parceiro que envolveram conflitos e comemorações e, por fim, fazer uma avaliação do relacionamento.

Relembrar os momentos de comemoração deixou as pessoas mais satisfeitas com o relacionamento, independentemente de como conceberam o amor: seguindo a ideia de almas gêmeas ou como uma viagem feita acompanhado.

No entanto, para os indivíduos com a primeira concepção, relembrar conflitos ocorridos durante o relacionamento fazia com que as pessoas se sentissem menos satisfeitas com eles. No entanto, essa insatisfação não ocorreu no caso das pessoas que viam seu relacionamento como uma jornada.

Os experimentos de acompanhamento

Na segunda parte deste experimento, os voluntários deveriam identificar formas geométricas com as quais formariam um círculo completo como uma metáfora para o amor como unidade. Além disso, eles traçaram uma linha que ia do ponto A ao ponto B através de um labirinto, desta vez como uma comparação da viagem. Essas foram as pistas não linguísticas que foram utilizadas no experimento e que permitiram mudar a forma como os indivíduos avaliavam seus relacionamentos.

Casal em trilho do trem

A aventura da viagem

Este estudo corroborou outras pesquisas anteriores já realizadas sobre o mesmo tema e nos deixou conclusões sobre as quais vale a pena refletir. A concepção do casal no terreno escorregadio que abriga a ideia de “alma gêmea” costuma gerar um alicerce frágil e inflexível diante do erro.

Pelo contrário, considerar a relação amorosa como uma jornada cheia de tribulações que se percorre em companhia aumenta a satisfação do que foi conquistado após superar as duras provas que a vida às vezes nos impõe.

Provavelmente, não estamos destinados a ficar com ninguém em particular. Provavelmente, o que temos que fazer é nos prepararmos para percorrer esse caminho, fazer essa viagem na companhia do nosso parceiro e encará-la como o que ela é, uma longa aventura em equipe.


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  • Spike W.S. Lee, Norbert Schwarz (2014) When it hurts to think we were made for each other. ScienceDaily. Retrieved from www.sciencedaily.com/releases/2014/07/140724112549.htm

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