O efeito Köhler, o que é?
Você já trabalhou em grupo? Você pode se lembrar de situações em que se sentiu altamente motivado e outras em que se sentiu exausto. Nesse sentido, o ser humano utiliza duas estratégias para aumentar sua motivação se trabalhar em grupo: tentamos compensar socialmente e fazemos uso do efeito Köhler.
Nos grupos, às vezes há membros que parasitam trabalhos. Consequentemente, o trabalho realizado por cada um dos membros pode ser desigual, o que afeta a motivação individual. O resultado final é uma perda de qualidade. Isso pode ser aplicado em grande parte a uma grande parte dos grupos humanos: tanto no nível do trabalho, quanto na família, bem como na amizade.
“O problema ocorre quando um dos integrantes do grupo se esforça menos por considerar que sua contribuição é dispensável.”
-Fernando Molero-
Como evitar perder a motivação?
As tarefas do grupo são a soma das contribuições que cada membro faz individualmente. No ambiente de trabalho, podemos encontrar um exemplo em uma cadeia produtiva de automóveis: um carro pronto para ser vendido é resultado de múltiplas contribuições individuais.
Também podemos aplicá-lo ao ambiente familiar. Uma família é um grupo no qual cada membro desempenha um papel. Um exemplo de parasitismo seria o fato de o marido se ausentar dos afazeres domésticos e ser a esposa quem cuida de tudo. O resultado pode ser uma diminuição no bem-estar da esposa e uma perda na qualidade do vínculo conjugal.
“O trabalho em equipe é o segredo que faz com que pessoas comuns alcancem resultados incomuns.”
-Ifeanyi Enoch Onuoha-
Compensação social
As pessoas fazem parte de grupos porque trazem algo para eles ou compartilham um objetivo com o grupo. No caso da cadeia produtiva, o objetivo é o carro, enquanto no exemplo da família, o objetivo pode ser ter um filho e envelhecer juntos.
Nesse sentido, o que fazemos para não perder a motivação se houver pessoas parasitando o grupo? A compensação social é um mecanismo de resposta pelo qual uma ou várias pessoas trabalham mais quando percebem que outras pessoas do grupo terão menos desempenho.
O que elas compensam é a falta de habilidade do outro ou a falta de motivação que elas demonstram para a tarefa. Nesse sentido, Fernando Molero (2017) aponta que o membro do grupo se esforçará mais se achar que o desempenho do outro será insuficiente para atingir um objetivo comum ou se o objetivo comum for muito importante.
“É ótimo fazer o que você ama, mas é ainda mais legal se você fizer isso com uma boa equipe.”
-Lailah Gifty Akita-
O efeito Köhler
“Isso é muito importante para eles. Tenho medo de fazer errado.” Essa frase constitui o cerne do efeito Köhler, que consiste no aumento do desempenho devido ao medo de prejudicar o grupo de alguma forma.
Esse curioso efeito ocorre em indivíduos que se sentem inferiores ou menos capazes. O medo do fracasso do objetivo do grupo aumenta sua motivação, por quê?:
Por um impulso direcional ascendente
Isto é, porque ao nos compararmos com os outros membros do grupo, podemos nos sentir motivados a melhorar. Nos comparamos com as pessoas que melhor se desempenham e, a partir dessa comparação, tentamos atingir esse desempenho.
“Se eu vi mais longe, foi porque estava sobre os ombros de gigantes.”
-Isaac Newton-
Por culpa
Nas tarefas conjuntivas, o mau desempenho de um afeta os demais. Uma tarefa conjuntiva é aquela em que a contribuição de cada um é essencial para atingir o objetivo, e é justamente o caso de pessoas que podem vir a se perceber como imprescindíveis. É o caso de muitas donas de casa que carecem da ajuda de outros familiares: “Tenho que cuidar da casa porque senão quem o fará?”
Como vimos, existem dois processos que impedem a perda de motivação dentro de um grupo: a comparação social e o efeito Köhler. Além disso, no caso específico do efeito Köhler, observou-se que o impulso direcional ascendente ocorre com mais frequência nos homens, enquanto a culpa foi encontrada com mais frequência nas mulheres.
“Cooperação é a profunda convicção de que ninguém pode chegar lá a menos que todos o façam.”
-Virginia Burden-
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Alonso, M. F. (2017). Psicología de los grupos. UNED.
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Bezanilla, J. M., & Miranda, M. A. (2013). La familia como grupo social: una re-conceptualización. Alternativas en psicología, 17(29), 58-73.
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Stroebe, W., Diehl, M., & Abakoumkin, G. (2018). Social compensation and the Köhler effect: Toward a theoretical explanation of motivation gains in group productivity. In Understanding group behavior (pp. 37-65). Psychology Press.