Humor é não ter medo de pensar

O que é humor e o que é ofensa? O humor ressalta o lado ridículo das coisas e cumpre a tarefa de mostrar que a realidade pode ser vista de várias formas. A ofensa é uma expressão que o emissor utiliza com intenção de ferir ou ofender outro indivíduo. É difícil determinar com precisão o que constitui ou não um insulto, já que isso está sujeito a convenções sociais e culturais.
Humor é não ter medo de pensar
Fátima Servián Franco

Escrito e verificado por a psicóloga Fátima Servián Franco.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Em tempos em que há dúvidas a respeito do que é humor e do que é ofensa, vale lembrar que o humor cumpre a tarefa de nos mostrar que existe outra perspectiva; em certas ocasiões, há uma alternativa para a seriedade absoluta, e esta alternativa é boa.

A ingenuidade do humor ressalta o lado ridículo das coisas e cumpre a tarefa de mostrar que a realidade pode ser vista de diversas formas. A ofensa é uma expressão que o emissor utiliza com a intenção de ferir ou magoar a outra pessoa. É difícil determinar com precisão o que constitui ou não um insulto, já que isso está sujeito a convenções sociais e culturais.

O humorista sempre esteve, está e estará presente para nos lembrar de que, no fundo dessa criatura mortal e tola que somos em certas ocasiões, há algo amável e leve, mais digno de compaixão e amor do que do contrário. Poderíamos comparar uma pessoa sem senso de humor a um carro sem amortecedor: todas as pedras do caminho o fazem sacudir.

A vida deve ser levada com amor e humor. Com amor para compreendê-la e com humor para suportá-la.

Bom humor pela manhã

A importância do humor no enfrentamento da adversidade

O ser humano é um ser de conflito por natureza, já que em diversos momentos experimenta temores, ansiedade e medo diante das circunstâncias da vida.

Estudos demonstram que tanto em situações de tranquilidade quanto naquelas de grande tensão, crise ou sofrimento, as pessoas têm a possibilidade de alterar seus próprios recursos para se adaptar e surgir com forças nunca antes imaginadas como consequência do conflito. Esta possibilidade é a que muitos autores chamam de resiliência (Rodríguez, 2007).

As pessoas que utilizam o humor como estratégia de enfrentamento apresentam uma quantidade menor de problemas de saúde do que aquelas que não o utilizam. Fazer humor é uma habilidade inata que pode ser fortalecida pelo ambiente.

Nas definições de humor, vemos que ele não está presente apenas em situações alegres, mas também em situações trágicas ou de adversidade.

Quando existe uma contradição entre uma situação desejada e outra não desejada, a pessoa entra em conflito. Tal conflito pode ser solucionado, em parte, com diversos recursos criativos, liberando as emoções perigosas e apresentando ideias esperançosas. Esta é uma amostra de que a imaginação pode ser mais importante do que o conhecimento.

“A função química do humor é a seguinte: mudar o caráter dos nossos pensamentos”.
-Lin Yutang-

Cérebro bem humorado

Onde não há senso de humor, há dogma?

O humor serve para tornar a realidade habitável. A imaginação conforta o ser humano pelo que não é; o senso de humor o conforta pelo que é. Uma de suas características é nos afastar da rotina e nos guiar por lugares nunca antes imaginados.

A lucidez nos mostra que tudo que é não trágico é insignificante. A realidade do humor pode ser definida na seguinte frase: a situação pode ser desesperadora, mas não grave. Todos já sabemos chorar ao nascer, mas precisamos aprender a rir.

Sigmund Freud definiu o humor como a manifestação mais elevada dos mecanismos de adaptação do indivíduo. Não é apenas uma questão de divertimento, mas também de conhecer a realidade. O humor e a ironia nos fazem descobrir muitas coisas no mundo; sem eles, elas permaneceriam ocultas.

Como homenagem, vale lembrar de pessoas que morreram por ele. O atentado contra a Charlie Hebdo, revista semanal satírica francesa, é uma das lembranças mais recentes da intolerância e da falta de humor. Doze jornalistas morreram assassinados naquele dia fatídico.

Não deixamos de viver situações que ultrapassam todo raciocínio e lógica. Crescem os números de casos de humoristas que recebem ameaças sérias por fazerem o seu trabalho.

Diante disso, é importante lembrar das funções cumpridas pelo humor e do quanto ele é necessário para construir uma sociedade saudável. Espero que todos estes acontecimentos nos façam entender de uma vez por todas, como disse Charles Chaplin, que “no fim das contas, tudo é humor”.


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  • McGhee, P. E., & Pistolesi, E. (1979). Humor: Its origin and development (p. 208). San Francisco: WH Freeman.
  • Nezlek, JB, y Derks, P. (2001). Uso del humor como mecanismo de afrontamiento, ajuste psicológico e interacción social. Humor14 (4), 395-414.
  • Quiñones Rodríguez, M. A. (2007). Resilencia‐Resignificación Creativa de la Adversidad. Universidad Distrital Francisco José de Caldas, Colombia.

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