O valor do reconhecimento

O reconhecimento dos outros é de extrema importância para a constituição do nosso eu (self). Um exemplo disso é o aprendizado da cultura quando nascemos; ele começa a partir da dinâmica relacional que é construída com o outro.
O valor do reconhecimento
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 10 maio, 2020

O reconhecimento tem um grande valor para o ser humano e é uma parte muito importante da sua formação, mais precisamente pela sua contribuição para o bem-estar. Por vivermos em sociedade, esperamos o reconhecimento do outro como referência (fonte de informação) e reforçamento da nossa maneira de agir, pensar ou se colocar (atitude) diante de uma situação.

Precisamente, na constituição de uma pessoa, o outro condiciona a imagem que ela forma de si mesma, principalmente nos primeiros anos de vida. Além de precisar de incentivos, a criança precisa se sentir protegida contra as dificuldades da vida, com amor, carinho e respeito.

Dessa forma, sua psique é moldada de maneira saudável, a curto e a longo prazo. O ambiente externo será um regulador essencial de seus desejos e necessidades, um ecossistema ao qual deverá se adaptar para sobreviver em sociedade.

Como vemos, o outro desempenha um papel essencial nas diferentes etapas da vida. Ao nascer, os pais ou tutores têm um papel fundamental. Quando passamos para as etapas posteriores, o círculo de influência se amplia, de modo que nunca deixamos de ser sensíveis às ações dos outros. Além disso, dentro do que os outros nos dão ou tiram, podemos colocar o reconhecimento, que em muitos casos atua como um reforçador de comportamentos e da ideia que temos de nós mesmos.

Pais com filha

Qual é o valor do reconhecimento?

O grande valor dor reconhecimento se dá diante da seguintes vantagens que ele apresenta:

  • Possibilita um desenvolvimento saudável da autoestima

O reconhecimento, à medida que influencia o nosso autoconceito, influencia a forma como nos sentimos em relação a nós mesmos (autoestima). Uma autoestima que, como fiel seguidora, será uma referência contínua, acompanhando-nos em todos os lugares.

É necessário lembrar que as emoções são energia. Assim, a boa saúde da nossa fiel companheira (autoestima) determinará a escolha dos projetos e a atitude com a qual embarcaremos neles.

  •  Fortalece as relações sociais

O reconhecimento fortalece as relações sociais. Seja em um nível pessoal ou profissional, a pessoa que for reconhecida se sentirá fortalecida.

  • Melhora o nível de satisfação pessoal

Definitivamente, o nível de satisfação pessoal melhora substancialmente quando há reconhecimento, principalmente quando falamos em trabalho e atitude.

  • A autocrítica destrutiva diminui

As pessoas exigentes podem se ver encurraladas por seus próprios pensamentos críticos se seu trabalho não for reconhecido. Portanto, o reconhecimento é essencial para impedir um diálogo negativo que envolve maus-tratos ao próprio eu (self).

  •  Aumenta a autoconfiança

Quando uma pessoa tem reconhecimento externo, ela pode construir melhor sua autoestima e fortalecer sua própria confiança. A segurança em si mesmo aumentará a coragem diante de novas situações que devem ser enfrentadas diariamente.

Mãos segurando coração

O que acontece quando a pessoa não obtém reconhecimento?

O reconhecimento dos outros é de extrema importância para a constituição do nosso eu (self). Um exemplo disso é o aprendizado da cultura quando nascemos; ele começa a partir da dinâmica relacional que é construída com o outro.

Nesse sentido, o vínculo gerado e que se mantém com os cuidadores será essencial para que o desenvolvimento seja saudável. A partir dos seus desejos e necessidades, o indivíduo inicia o relacionamento dinâmico que existe entre o Eu e o exterior. Dessa maneira, ele começará a se regular e poderá moldar, a posteriori, o que Sigmund Freud estabeleceu como o Princípio da Realidade em Além do Princípio do Prazer, livro de 1920.

Dessa maneira, o postulado de Freud se refere ao fato de que os processos psíquicos são regulados de forma automática pelo Princípio do Prazer. Então, uma tensão desagradável é acionada, que tem como resultado final sua diminuição para evitar o desprazer (entendendo o desprazer como a falta de reconhecimento).

“Na teoria psicanalítica, adotamos sem reservas a suposição de que o curso dos processos psíquicos é regulado automaticamente pelo princípio do prazer”.
-Sigmund Freud-

Conclusão sobre o valor do reconhecimento

Em resumo, para viver na sociedade de maneira adaptada, precisamos de um bom controle dos impulsos. Dessa maneira, o indivíduo não renuncia aos seus desejos, mas os adia ou sublima, para satisfazê-los quando for a hora certa.

Quando não obtemos o reconhecimento dos outros, a autoestima pode ser prejudicada, gerando desconforto no indivíduo. Além disso, a influência do reforço é especialmente poderosa na infância, sendo possível usá-lo como uma ferramenta muito poderosa para educar sem punição.

Em suma, saber que existe alguém capaz de reconhecer nossa existência ou nosso trabalho de maneira positiva reforça as melhores partes do nosso eu. Além disso, aumenta a probabilidade de repetirmos os comportamentos pelos quais fomos reforçados.


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