O verdadeiro amor não nasce nem aparece, se constrói

O verdadeiro amor existe, mas não aparece magicamente. Descubra qual é a fórmula para um amor saudável e duradouro.
O verdadeiro amor não nasce nem aparece, se constrói
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 05 janeiro, 2023

Vamos falar de amor verdadeiro, mas daquele amor sem embalagem, sem artifício ou romantismo. O autêntico e aquele que é capaz de perdurar no tempo, proporcionando uma felicidade sincera, um cotidiano enriquecedor onde o casal pode crescer pessoalmente e em conjunto.

O amor verdadeiro existe? Claro que sim, mas não devemos ter como referência o mundo do cinema ou da literatura, temos certeza de que ao seu redor, ou talvez até você mesmo, pode estar vivendo-o. Se sim, temos certeza que você já conhece o segredo: o esforço, a dedicação para construir dia a dia aquela relação, onde ambos os membros são capazes de se unir e contribuir com suas energias igualmente.

Porque às vezes só o amor não é suficiente. Não importa a paixão, a atração ou aquele sentimento que nos cega e nos transborda. Um relacionamento saudável precisa mais do que tudo isso para ser autêntico e duradouro. Vamos falar sobre isso hoje, vamos nos aprofundar no conceito de amor verdadeiro: aquele que não machuca e que nos enriquece.

“Ser profundamente amado por alguém lhe dá força, enquanto amar alguém profundamente lhe dá coragem.”

Lao Tzu

O mito do amor romântico

Pode ser que o mundo do cinema e da literatura sejam os principais culpados pois muitos de nós crescemos tendo como referência aquele tipo de amor “romântico” visto na tela grande e lido nas páginas dos livros. Eles nos mostraram grandes histórias capazes de nos deslumbrar para nos fazer sonhar, falácias insustentáveis que raramente encontramos no mundo real.

Casal sentindo amor verdadeiro beijando

“Amor romântico” não é amor verdadeiro, devemos ser claros. E ainda mais, devemos ter cuidado para não cair nesses mitos perigosos que às vezes estão encerrados no ideal do romantismo:

O amor é para sempre

Essa ideia não é totalmente falsa, não podemos negar que existem muitos casais que conseguem manter seu amor vivo até o dia da morte. Agora, longe de pensar que “o amor deve ser para sempre”, pergunte-se primeiro se você está feliz hoje. E mais ainda, às vezes há amores fugazes mas tão intensos que valem a pena viver.

O ciúme é um sinal de amor

Para o amor romântico, o ciúme é uma expressão de afeto. Sem ciúme não há amor verdadeiro e sincero. A ideia do ciúme como sinal de amor é um risco absoluto, um sinal de dominação e desconfiança que constrói muitas dessas relações tóxicas que muitas vezes vemos.

O amor é paixão

Outro equívoco do amor romântico, pensar que um relacionamento sem paixão não é um casal de verdade. Os sentimentos devem ser levados ao extremo, onde a sexualidade encontra sua expressão máxima e o afeto não tem meio-termo.

Um falso mito. Uma relação passa por etapas e, embora com o tempo se perca a intensidade do início, continua a existir uma intimidade e cumplicidade que unem ainda mais o casal.

“Todas as paixões são boas quando somos senhores delas, e todas são más quando se assenhoreiam de nós.”

Jean-Jacques Rousseau

As bases de um amor verdadeiro

O verdadeiro amor não precisa de artifícios nem se baseia naquela magia onde as coisas vão bem porque “estamos predestinados”. Obviamente, isso não quer dizer que não haja faísca onde o acaso talvez tenha sido o grande culpado pelo encontro de duas pessoas, mas deixando de lado o “halo da magia”, o que realmente importa é o dia a dia, onde as pequenas coisas constroem um relacionamento real.

Menino beijando sua namorada com amor verdadeiro

Uma boa comunicação

Uma boa comunicação é uma comunicação onde a escuta é sincera e você pode conversar de forma democrática, chegando a acordos. As forças se espalham, não há perdedores, o equilíbrio tende a se equilibrar e os diálogos são contínuos.

E cuidado, as discussões também estão presentes na boa comunicação, é normal e é preciso ser sincero. É importante não reter ou esconder nada, caso contrário, pode aparecer ressentimento.

Apoio e reconhecimento

Os dois membros se respeitam e se valorizam autenticamente, reconhecendo pontos fortes e fracos. Não há desprezo, nem ironia ou humilhação, a consideração é mútua e o crescimento pessoal é permitido, enquanto se amadurece como casal.

Cumplicidade e carinho sincero

É possível que ao longo dos anos percamos essa paixão que existia no início, mas ainda podemos ser felizes. Um casal saudável, feliz e satisfeito sabe que o verdadeiro amor se nutre dessa cumplicidade diária onde buscamos esse olhar mútuo, onde continuamos sorrindo e esperando um futuro juntos.

Imagem: “Before Sunset” (2004)


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