Como melhorar a escuta ativa?

Melhore a sua capacidade de ouvir o outro com as técnicas que mostraremos neste artigo.
Como melhorar a escuta ativa?
Adriana Díez

Escrito e verificado por a psicóloga Adriana Díez.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Quase todos nós conhecemos a importância de saber ouvir o outro, e muitos provavelmente pensam que o fazem bem, mas será que essa crença é real? É possível melhorar a escuta ativa? A seguir, vamos explicar os benefícios de saber ouvir e o que podemos fazer para desenvolver esta capacidade.

O que é escuta ativa? Esse termo foi criado por Carl Rogers, um psicólogo norte-americano, quando desenvolveu alguns dos aspectos mais importantes da sua teoria interpessoal em 1942. Desde então, esse termo ampliou seu significado e passou a ser aplicado na maioria das áreas.

A escuta ativa é um ato que realizamos voluntariamente; portanto, requer a nossa atenção e a nossa intenção. É um aprendizado e, como tal, pode ser aprimorado, treinado e adquirido, como qualquer outro. Como requer a nossa participação, é um fato que implica esforço e concentração. Portanto, não estamos falando de uma mera atividade passiva.

O que significa escuta ativa?

Os cientistas Roger e Farson (1979) descrevem a escuta ativa como a qualidade de provocar mudanças na vida de outras pessoas, além de gerar confiança, proximidade, segurança e empatia com o outro. Tudo isso faz parte dessa ferramenta fundamental, embora a ciência relate que as pessoas lembram apenas entre 10 e 25% de tudo o que ouvem.

Ouvir significa focar no outro, naquele que decidiu compartilhar a sua experiência, a sua vida ou os seus problemas com você. Ouvir exige esforço, não é uma tarefa fácil, por isso devemos decidir quando queremos ou podemos escutar ativamente o outro.

Quando colocamos essa ferramenta em ação, precisamos silenciar as vozes que existem dentro de nós. Precisamos eliminar o remorso, a culpa, a pressa, os nervos, para nos dedicarmos 100% ao ato de escutar.

A escuta ativa requer compreensão, mas não uma resposta. A sua própria escuta encoraja o outro a continuar falando. Alguém que está se sentindo ouvido recebe um convite para continuar, um incentivo para se abrir e compartilhar com outras pessoas o que o está incomodando. Ouvir o outro também requer paciência e, portanto, faz parte do trabalho que podemos fazer para melhorarmos como pessoas.

Quais são os inimigos dessa capacidade?

Existem barreiras que dificultam a escuta ativa. Algumas das mais importantes são:

  • Crenças: as nossas crenças condicionam a forma como percebemos o mundo. Ouvir alguém que não compartilha nossas ideias pode gerar tensão e/ou rejeição. Portanto, para praticar a escuta ativa, precisamos focar a nossa atenção no outro, e não em nós mesmos.
  • Expectativas: o que esperamos do outro ou da situação nos leva por um caminho ou outro. Quantas vezes você se desconectou da conversa porque já sabia como ela terminaria? Você já sabia o que o outro iria dizer? As expectativas não permitem uma escuta ativa, pois nos distraem do que é realmente importante: compreender o outro.
  • Aptidões: cada uma nasce com diferentes aptidões (potencialidades). Alguns têm mais facilidade para ouvir, outros para se comunicar, outros para ambas as coisas, e há outros que não são particularmente bons em nenhuma delas. Ouvir o outro requer aprendizado e treinamento; portanto, é “como um esporte” que todos nós podemos praticar e melhorar.
  • Atitude: qual é a minha atitude em relação a uma conversa que não me interessa? Na frente de alguém com quem eu não quero estar, mas que devo escutar? Ouvir o outro é um exercício de vontade que requer paciência e atitude.
Escuta ativa

O que podemos fazer para melhorar a escuta ativa?

As chaves mais básicas para melhorar a escuta ativa são:

  • Não interrompa.
  • Preste atenção com o seu corpo e o seu olhar.
  • Mantenha contato visual.
  • Não julgue ou interprete o que os outros dizem, apenas ouça.
  • Perceba tanto as palavras quanto os gestos e movimentos de quem fala. A sua linguagem verbal também comunica algo e precisa ser ouvida.
  • De vez em quando, resuma o que está sendo dito para se certificar de que está entendendo corretamente o que o outro está dizendo.
  • Dê um feedback de vez em quando; isto é, faça gestos afirmativos com a cabeça ou, por exemplo, acene para mostrar que você continua ouvindo.
  • A regra dos três R – receber, refletir e recapitular – nos ajuda a melhorar nesse sentido.

Lembre-se de que todos nós nascemos com ouvidos, mas não sabemos ouvir o outro. A escuta ativa pode ser aprendida e treinada, mas requer boa vontade. O benefício de se sentir ouvido é o que deve motivá-lo a melhorar essa capacidade.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.