O orgulho, este grande gerador de conflitos

O orgulho, este grande gerador de conflitos

Última atualização: 27 julho, 2019

Como em todos os conceitos, ou como em tudo na vida, nunca existem categorias definitivas nem definições absolutas. Isto ocorre com o orgulho, que pode ser bem ou mal utilizado. Na psicologia foram definidos dois tipos de orgulho, o positivo e o negativo. O orgulho positivo é chamado de autoestima e autoconfiança, e o negativo é chamado de soberba.

O primeiro é necessário para nos sentirmos seguros e levarmos uma vida equilibrada, nos valorizarmos na nossa medida justa, nos situarmos na nossa vida e termos orgulhos dela: isto é algo absolutamente saudável. O segundo orgulho, o que nos afasta do mundo, será o melhor gerador de conflitos que podemos incluir na nossa vida.

O lado positivo do orgulho é definido como o excesso de estima para consigo mesmo e para com os próprios méritos, por isso a pessoa acredita ser superior aos demais. Este tipo de orgulho nos deixa incapazes de reconhecer e retificar os nossos próprios erros e destaca a falta de humildade.

A humildade, qualidade contrária ao orgulho, é o que nos permite adotar uma atitude aberta, flexível e receptiva para poder aprender aquilo que ainda não sabemos. As pessoas orgulhosas transmitem muitas queixas mentais devido ao seu ego exagerado, reclamando de pessoas, de situações, do tempo, do país, etc. Isto inevitavelmente fará com que elas saltem de um conflito para outro.

“Se não moderarmos o orgulho, ele será o nosso maior castigo.”
-Dante Alighieri-

Quando o orgulho se transforma em soberba

A palavra soberba vem do latim superbĭa e é um sentimento em que a pessoa valoriza a si mesma em relação aos outros, sobrevalorização do eu em comparação com os outros. Trata-se de um sentimento de superioridade que faz a pessoa gabar das qualidades ou ideias próprias e depreciar as dos outros. Pode-se dizer que o orgulho pode levar à soberba. A soberba é uma atitude orgulhosa que encontra sua definição na ousadia daquela pessoa que vangloria a si mesma.

A soberba, que nos faz sentir superiores cada vez que nos comparamos com alguém, reflete um complexo de inferioridadeA partir daí surge a prepotência, com a qual tratamos de demonstrar que sempre temos a razão. Também empregamos a vaidade, ostentando os nossos méritos, virtudes e conquistas.

Estas pessoas podem ser muito intolerantes ideologicamente, agarrando-se a uma postura única e não permitindo nenhuma contribuição alheia. Sua capacidade de autorreconhecimento é muito baixa, assim como mostram uma grande resistência a pedir perdão e à mudança pessoal: elas não pensam na mudança, porque pensam que fazem tudo certo.

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Essas pessoas apresentam um endurecimento emocional, uma distância emotiva. Dificilmente esquecem uma ofensa. Estas características bloqueiam as relações interpessoais.

Honestidade para derrubar o nosso orgulho

A honestidade pode ser muito dolorosa a princípio, mas a médio prazo é muito libertadora. Ela nos permite enfrentar a verdade acerca de quem somos e de como nos relacionamos com o nosso mundo interior. É assim que iniciamos o caminho que nos conduz até o nosso bem-estar emocional. Cultivar essa virtude tem uma série de efeitos terapêuticos.

Em primeiro lugar, ela diminui o medo de nos conhecermos e enfrentarmos o nosso lado obscuro. Ela também não permite que continuemos a levar uma máscara para agradar os outros e para sermos aceitos no nosso ambiente social e laboral. Por sua vez, esta qualidade nos impede de continuar escondendo nossos conflitos emocionais debaixo do tapete.

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A honestidade nos dá força para nos questionar, identificando a falsidade e as mentiras que nos ameaçam, como tentações, a partir do nosso interior. À medida em que a honestidade vai se integrando no nosso ser, nosso orgulho acabará se desvanecendo ao não ter que representar papéis, com o objetivo de passar a imagem de alguém que não somos.


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