Os 4 tipos de personalidade, segundo Helen Fisher, para entender a atração
Exploradores, negociadores, construtores e diretores. Existem quatro tipos de personalidade, segundo Helen Fisher, perfis que poderiam nos dar uma resposta à clássica pergunta de por que nos apaixonamos por algumas pessoas e não por outras. Essas construções psicológicas seriam orquestradas por interessantes processos neuroquímicos, o que torna essa teoria ainda mais especial.
Quem nunca ouviu falar da Dra. Fisher, grande especialista na misteriosa maquinaria do amor. Além de ser uma renomada antropóloga, ela se destaca como uma das mais importantes divulgadoras do nosso tempo. Livros como Por que amamos: a natureza e a química do amor romântico ou O primeiro sexo são exemplos disso.
Da mesma forma, se seu trabalho se destaca por algo, é por nos permitir compreender as relações, a atração, o afeto e até as questões de gênero do ponto de vista bioquímico. Talvez, por isso, em 2009 ela quis aprofundar uma questão que nos interessa a todos: por que nos sentimos atraídos por um tipo de homem ou mulher e não por outro? Ela nos deu a resposta em seu ensaio Por que ele? Porque ela?
Os sistemas cerebrais que a Dra. Helen Fisher definiu para seu teste de personalidade são os mecanismos orquestrados pela dopamina, serotonina, estrogênio e testosterona.
Os 4 tipos de personalidade, de acordo com Fisher
Por que existem personalidades que nos fascinam? O que nos faz sentir atraídos por certas pessoas mesmo sabendo que, talvez, elas não nos convêm ou não nos farão felizes ? É um eterno dilema, mas também um dos enigmas mais fascinantes. Sabemos que o fator físico tem grande poder, assim como certas variáveis evolutivas, genéticas e até vivenciais.
No entanto, a antropóloga e bióloga Helen Fisher vai mais longe e aponta que o mecanismo de atração seria orquestrado pela química do cérebro. Como ela explica em seu interessante trabalho, Por que ele? Por que ela?, existem quatro constelações de personalidade que são dominadas em maior grau por um tipo de neurotransmissor. Há quem se deixe levar mais pela dopamina, outros pela testosterona, alguns pela oxitocina ou serotonina.
Da mesma forma, nesse ensaio ela apresenta no início um questionário com 56 perguntas. É um instrumento cientificamente validado que nos permite compreender qual é a nossa personalidade predominante. Porque, embora todos tenhamos características das quatro tipologias, há sempre uma variável mais significativa.
De acordo com Fisher, somente quando sabemos como somos, entendemos quem seria mais adequado para nós.
“Pesquisas mostram que casais que têm muitas semelhanças, incluindo compatibilidade neuroquímica, acabam ficando juntos.”
-Helen Fisher-
1. O explorador, a personalidade curiosa (dopamina)
Criativo, enérgico, impulsivo, divertido, ousado, independente, amante da novidade, inspirador, entusiasmado… Entre os 4 tipos de personalidade, segundo Helen Fisher, destaca-se o explorador, cujo comportamento é sempre dominado pela dopamina.
São personalidades muito magnéticas, que querem transformar o mundo e mobilizar qualquer pessoa, são homens e mulheres muito ativos que inspiram e buscam experimentar o prazer, descobrir, aprender…
Deve-se notar que não é fácil conviver com eles. Seu caráter inquieto faz com que nem todos possam segui-los, são corações ávidos por sensações, aventureiros… Só alguém com o mesmo padrão de personalidade pode estar em sintonia com eles.
- Que tipo de parceiro é o mais adequado?
Os exploradores procuram “parceiros de jogo”, pessoas tão curiosas, enérgicas e aventureiras quanto eles. Portanto, seu parceiro ideal é outro explorador.
2. O negociador, a personalidade imaginativa e idealista (estrogênio)
Alguém com um padrão de personalidade negociadora é intuitivo, compassivo, com boas habilidades sociais, de comunicação e empatia. Eles sabem lidar muito bem com as pessoas, se relacionam muito bem com elas, se preocupam em entender, atender e estar perto. Seu comportamento é movido pelo hormônio estrogênio e define mulheres e homens igualmente.
São perfis muito conciliadores, daqueles que evitam conflitos e odeiam discutir. Eles tendem a pensar muito sobre as coisas, são ruminantes, muito imaginativos, criativos e idealistas. Procuram promover o bem-estar de todo o seu ambiente.
- Que tipo de parceiro é o mais adequado?
O negociador procura sua “alma gêmea”. A partir do ensaio de Helen Fisher, esse perfil está em sintonia com o perfil diretor.
3. O construtor, a personalidade familiar (serotonina)
Entre os 4 tipos de personalidade, segundo Helen Fisher, muitos se identificam com o construtor. São leais, fortes, comprometidos, amantes da ordem e que precisam ter a vida bem organizada. São defensores ferrenhos dos seus, da sua família, dos seus amigos, daquelas pessoas que fazem parte do seu meio social.
Como característica única, deve-se notar que os construtores geralmente são reservados e adoram ajudar e ser úteis aos outros.
- Que tipo de parceiro é o mais adequado?
O construtor busca seu aliado de vida e seu apoio no dia a dia. Seu par perfeito é outro “construtor”.
4. O diretor (testosterona)
Personalidades dominadas por testosterona abundam em nossa sociedade. O “diretor” define um perfil de tipo muito analítico, competitivo, com tendência à contenção emocional.
Eles amam intensamente, dariam tudo pela pessoa amada, mas reprimem abertamente expressar seus sentimentos, e isso os converte, às vezes, em figuras um tanto complicadas. São muito persistentes e perfeccionistas.
- Que tipo de parceiro é o mais adequado?
O diretor procura a pessoa que o complementa, alguém que pensa e sente como ele. Assim, e de acordo com Por que ele? Por que ela?, o parceiro ideal do diretor é um negociador.
Para concluir, como insiste o Dr. Fisher, cada um de nós abriga certos traços desses quatro tipos de personalidade. No entanto, sempre nos destacamos em alguns mais do que em outros. É isso que define e explica nosso comportamento, nossos desejos, manias e necessidades.
Algo que ele também aponta em seu interessante ensaio é o seguinte: tendemos a nos apaixonar por alguém que pode nos dar o que precisamos em troca de dar a eles o que eles precisam. É assim que, afinal, tendemos a nos complementar.
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- Fisher, Helen (2010) Why Him? Why Her? Holt McDougal.