A inspiradora parábola das flores sem perfume

A inspiradora parábola das flores sem perfume
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 16 fevereiro, 2020

A parábola das flores sem perfume nos conta a história de um velho samurai, muito sábio, que era muito respeitado por todos. O homem ancião sempre fazia reuniões em sua casa para compartilhar seus ensinamentos com os mais jovens, que sempre o escutavam com muito interesse e atenção.

Diz-se que sua fama se espalhou por todas as cidades próximas, e começaram a chegar pessoas de diversos lugares para ouvi-lo. O velho samurai falava principalmente da importância do desapego e da importância de saber erradicar as emoções egoístas de dentro do nosso ser.

“Tudo o que te incomoda nas outras pessoas é só uma projeção do que você não resolveu dentro de si mesmo”.
-Buda-

Seu discípulo mais assíduo era um jovem chamado Alino. Ele queria aprender tudo que pudesse do mestre, e por isso ia sem falta, todos os dias, as suas reuniões. Também preparava chá para todos e se caracterizada por gostar muito de ajudar os outros. O samurai o via com bons olhos por sua humildade e seu interesse pelos outros. Ele seria o principal aprendiz da parábola das flores sem perfume.

A raiva e a parábola das flores sem perfume

Um dia, em plena reunião, um dos presentes derramou seu chá sobre as roupas de outra pessoa que também estava assistindo. O que foi atingido não demorou nem um segundo para reagir. Ele imediatamente empurrou agressivamente o homem que havia causado o acidente. “Como você é desastrado!”. E logo acrescentou que sua roupa era de seda proveniente da China e que agora estava completamente manchada e arruinada.

Samurai observando a natureza

O velho samurai permaneceu impassível. Continuou como se nada tivesse acontecido. Alguns dos presentes murmuraram em voz baixa. Todos ficaram muito surpresos que o mestre tivesse permitido uma discussão dentro da sua própria casa. A maioria opinava que ele deveria intervir, fazer algo diante da soberba daquele homem.

Alino estava confuso. Quando a reunião acabou, ele não conseguiu se segurar e perguntou para seu mestre. “Por que você permitiu aquela injustiça, sabendo que bastava apenas uma palavra sua para colocar aquele orgulhoso no lugar dele? Por que você não o expulsou da sua casa em represália?”.

O mestre apenas sorriu. “Há algumas flores que não têm perfume, e elas não devem estar em nosso jardim”, foi o que ele respondeu para Alino. Ele ficou ainda mais confuso. Não entendeu a mensagem do mestre. Então, o velho samurai completou: “A raiva é uma flor sem perfume, que só cresce nos jardins em que não há liberdade”. E essa foi a primeira lição da parábola das flores sem perfume.

Alino e a parábola das flores sem perfume

Uma semana depois do acidente com o homem e o chá, aconteceu algo que ninguém esperava. O mesmo homem voltou para a casa do mestre, mas desde o momento em que entrou, mostrou-se muito hostil com todos os presentes. Ele abriu caminho entre os presentes empurrando quem estava em seu caminho. Também falava quase gritando, sem se dar conta de que o mestre já estava transmitindo seus ensinamentos.

Samurai olhando para baixo

Então ele fez algo que deixou todos completamente chocados. Ele se levantou, foi até o lugar onde o mestre estava e, sem falar nenhuma palavra, cuspiu na sua cara. O mestre ficou em silêncio por alguns segundos. Todos estavam atônitos. Em um primeiro momento ninguém reagiu, mas logo surgiram várias vozes ao mesmo tempo.

Alino se levantou em alerta. Pegou um dos sabres que estavam na casa. Logo disse para o velho samurai: “Permita-me mestre dar a lição que esse homem merece!”. O mestre se manteve impassível e só levantou sua mão para indicar que ninguém iria fazer nada. Parecia que Alino ainda não havia entendido a parábola das flores sem perfume.

Um final inesperado

O mestre pediu calma. Mantinha-se completamente sereno. O agressor estava pronto para responder e agir se qualquer um tentasse atacá-lo. Havia em seu rosto um certo sorriso de satisfação em ter desafiado o homem mais conhecido de toda a região. Então finalmente o velho samurai rompeu seu silêncio. Dirigindo-se ao homem que havia cuspido nele, ele disse: “Obrigado”.

Ninguém conseguiu acreditar no que estava ouvindo. Alino não sabia nem o que pensar. Por isso ele perguntou para o ancião: “O que você disse mestre? Como pode agradecer esse indivíduo que pela segunda vez veio para sua casa e te afrontou dessa maneira? Como é possível que você esteja agradecendo a ele?”

A inspiradora parábola das flores sem perfume

O mestre serenamente se dirigiu para o agressor dizendo: “Seu gesto me permitiu comprovar que a raiva desapareceu do meu coração. Não tenho como te pagar por isso. As flores sem perfume não crescem em meu jardim”. Alino então compreendeu e se sentiu envergonhado.

O mestre estava há meses lhes ensinando a se desapegar das armadilhas do ego. Também a evitar as emoções como a raiva. As pessoas que ofendem os outros, as agressões e críticas negativas são como flores sem perfume. A única resposta sensata é ignorá-las e não permitir que destruam nosso jardim interior como ervas daninhas. Esse é o ensinamento da parábolas das flores sem perfume.


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