O perfil psicológico do assassino

O perfil psicológico do assassino
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 07 setembro, 2018

O assassinato é um dos crimes que mais podem traumatizar uma sociedade. Embora não esteja entre os mais cometidos, não podemos deixar de nos sentir, em certa medida, atraídos pelos assassinos e por tudo que os rodeia. O que os leva a cometer tal atrocidade? Como é o perfil psicológico do assassino?

O termo assassino tem sua origem no termo árabe hashsashin. Eram nazaríes que faziam parte de uma seita cuja missão era matar determinadas pessoas, especialmente com um certo poder (por exemplo, líderes políticos), tudo sob o ideal de que sua missão os levaria ao paraíso.

Começavam desde muito novos (órfãos, mendigos, com pouca formação educacional, etc.), eram drogados e levados a acreditar que esse era seu objetivo na vida. A partir daí, começava seu treinamento. Alguns textos e estudos afirmam que o apelido que usavam para eles significa “consumidores de haxixe”, embora isso não esteja totalmente claro.

Um assassinato é o mesmo que um homicídio?

Para responder a esta pergunta, devemos fazer referência ao código penal. A legislação reconhece dois tipos de figuras criminosas que ameaçam o mesmo bem jurídico: a vida. No entanto, a diferença existente entre um e outro reside na execução.

O homicídio é a figura base. Supõe tirar a vida de alguém, sem qualquer tipo de circunstância adjacente. Aqui poderiam entrar, como exemplo, os homicídios que ocorrem como resultado de uma disputa e terminam em morte.

Perfil psicológico do assassino

Por outro lado, encontramos o assassinato. Esta figura requer qualidades específicas para ser considerada como tal. O que se condena não é apenas a morte em si, mas o modo pelo qual ela foi realizada, por ser suficientemente repreensível ter um crime autônomo. Há quatro circunstâncias que transformam um homicídio em um assassinato:

  • A traição: gerar uma situação de óbvia superioridade sobre a vítima, impedindo que esta possa se defender (por exemplo, matar pelas costas).
  • Por preço, recompensa ou promessa: matar em troca de algo (por exemplo, os matadores de aluguel).
  • Com crueldade: matar produzindo mais dor que o necessário para tirar a vida (por exemplo, quando se esfaqueia uma vítima em partes estratégicas que não tiram a vida de forma imediata, mas que prolongam a agonia e o sofrimento).
  • Para facilitar o cometimento de outro crime ou para evitar que seja descoberto (por exemplo, um ataque sexual cometido contra a vítima seguido de morte para tentar encobrir os vestígios deixados para trás).

É necessário ser um psicopata para matar?

Devido à natureza aterrorizante de tirar a vida de outra pessoa, e especialmente quando ocorre em determinadas circunstâncias, tende-se a pensar que esse comportamento não pode ser diferente do resultado de um problema mental.

psicopatia é, talvez, a mais famosa. No entanto, a porcentagem de psicopatas assassinos é muito baixa. É mais provável encontrarmos um psicopata em um alto cargo político, um líder em uma grande empresa, etc. Quando um psicopata mata, ele o faz com tanta crueldade que distorce nossa percepção.

Um assassino não precisa ser um psicopata. A porcentagem de psicopatas que são assassinos é muito baixa.

A sociedade precisa encontrar uma explicação para tais ações, mas não podemos permitir que todos os comportamentos incompreensíveis sejam patologizados. Muitos desses crimes são cometidos por pura maldade. Assim como há pessoas bondosas, há pessoas que são más e agem como tal. No entanto, isso não significa que alguns desses crimes não tenham sido cometidos por pessoas com certas patologias.

Um exemplo disso é “a envenenadora de Melilla”. Uma mulher que matou o marido e a filha por dificultarem seus planos. Nem os relatórios psiquiátricos nem os psicológicos mostraram que esta mulher sofria de alguma patologia. Por que o fez? A única resposta é a maldade.

Diferenças entre homens assassinos e mulheres assassinas

Geralmente, o número de homens que matam excede em muito o das mulheres. No entanto, isso não significa que elas não matem. Esse comportamento criminoso é característico do ser humano, não do sexo, e muito menos do gênero. Devido ao papel que as mulheres têm desempenhado na sociedade, os métodos usados ​​por elas são substancialmente diferentes dos dos homens.

As mulheres, desde que foram relegadas à cozinha, fazem um maior uso do veneno. Os homens, por outro lado, tendem a usar métodos mais agressivos e violentos. Em relação à motivação, as mulheres geralmente matam com a intenção de obter algum benefício (não necessariamente patrimonial), enquanto os homens geralmente agem motivados por razões como a gratificação sexual ou a dominação.

Mulher andando sozinha a noite

Algumas características adicionais do perfil psicológico do assassino

Como vimos, a maioria dos assassinatos requer principalmente um plano. Além disso, os assassinos geralmente não têm grande empatia e, para se aproximarem de suas vítimas, utilizam técnicas de persuasão, sedução, etc.. Eles podem vir de um ambiente deficitário que, às vezes, favoreceu o desenvolvimento de uma personalidade anômala.

Não podemos esquecer que esta não é uma ciência exata e tudo o que dissemos sobre este tema consiste em diferenças dependendo do crime em si, dos envolvidos (agressor e vítimas), do ambiente, etc.. O crime é flexível e as razões pelas quais ele é cometido só se encontram na mente do próprio assassino.

Podemos criar um perfil aproximado de um assassino que nos ajude a entender o porquê. No entanto, cada pessoa é diferente, de modo que, às vezes, pode quebrar todos os nossos paradigmas.

Referências bibliográficas:

  • Velasco de la Fuente, Paz., (2018), Criminal – Mente. La criminología como ciencia. (Criminal – Mente. A criminologia como ciência)Barcelona: Espanha, Ariel

Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Velasco de la Fuente, Paz. , (2018), Criminal – Mente. La criminología como ciencia. Barcelona: España, Ariel


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.