7 características das pessoas autorrealizadas de acordo com Abraham Maslow

7 características das pessoas autorrealizadas de acordo com Abraham Maslow
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 02 dezembro, 2021

As pessoas autorrealizadas são aquelas que encontraram o equilíbrio perfeito entre o “eu ideal” e o “eu real”. São homens e mulheres pouco convencionais, livres, satisfeitos, gratos e sensíveis aos problemas do mundo. Agora, dentro dessa hierarquia de necessidades humanas enunciadas por Maslow, cabe dizer que são poucos os que alcançam esse topo.

Esta famosa teoria, esquematizada na clássica pirâmide ascendente, foi enunciada por Abraham Maslow em 1943. Muita coisa já aconteceu, não há dúvida, mas ela segue vigente na atualidade e é um dos pilares fundamentais da psicologia humanista e do movimento da psicologia positiva.

“Um músico deve fazer música, um artista deve pintar, um poeta deve escrever. O que um homem pode ser, ele deve ser.”
-Abraham Maslow-

Poderíamos dizer que poucas abordagens são tão inspiradoras e valiosas para as raízes que nutrem o crescimento pessoal. Até hoje, e isso é irônico dizer, a maioria de nós dedica muito tempo cobrindo os primeiros degraus desta pirâmide de necessidades, em uma contínua viagem de ida e volta sem que nos deixem com recursos para atender às “necessidades superiores”.

Por exemplo, se há algo que todos sabemos é que nem sempre temos garantido o degrau de segurança, com um emprego que cubra as necessidades básicas de forma estável. Às vezes as relações de casal também vêm e vão. Portanto, devemos admitir que nem sempre é fácil escalar o topo da “pirâmide” para coroar esse pináculo onde fica a tão desejada autorrealização.

Portanto, deveríamos assumir tal propósito como uma jornada na qual investimos pequenos esforços diários, investimentos corajosos e atos decisivos. Também é importante considerar outro aspecto interessante. Essa viagem nem sempre é necessariamente feliz ou simples. De fato, os psicólogos humanistas nos lembram que figuras como Nelson Mandela, Gandhi ou Vicktor Frankl são exemplos claros de pessoas autorrealizadas.

Vejamos agora quais características os definem.

Mulher livre

1. As pessoas autorrealizadas se sentem motivadas pelo desconhecido e pelo ambíguo

Aceitar a incerteza, ver oportunidades diante do desconhecido e ter interesse nessas ambiguidades que a vida apresenta são aspectos que moldam essa mente aberta e flexível capaz de se adaptar às situações mais complexas.

Isto é o que Abraham Maslow definiu em sua época como uma necessidade de atualização. Nada é tão importante para continuar a crescer e investir em nosso potencial como ser sensíveis a novas informações, receptivos a abordagens diferentes das nossas e abertos ao que o nosso ambiente pode nos oferecer.

2. Apreciam a realidade objetivamente

Essa dimensão que define perfeitamente as pessoas autorrealizadas não é muito útil, não a vemos muito em nossos contextos cotidianos e nos que nos rodeiam. Ainda mais, pode ser que tampouco sejamos capazes de ser objetivos quando se trata de olhar para tudo o que nos rodeia. A maioria de nós está sujeita a julgamentos, estereótipos, preconceitos de apreciação e uma clara dificuldade de ser um pouco mais justos, mais humildes e receptivos ao que nos rodeia.

Se fôssemos um pouco mais objetivos e deixássemos tantos julgamentos… veríamos a realidade de maneira diferente.

 3. São pessoas pouco convencionais, e ao mesmo tempo humildes

As pessoas autorrealizadas têm seu próprio selo de identidade. Marca própria, carisma e uma luz capaz de inspirar os outros. Fizeram isso para si mesmos, e o fizeram através de um processo no qual aprenderam a se aceitar, com suas virtudes e defeitos, prioridades claras e esforço para alcançar seus objetivos vitais.

Sabem o que querem e gostam de ser autênticos, agindo em todo momento sem medo de se mostrarem ao mundo tal e como são, mas ao mesmo tempo sabendo respeitar os outros e tirar o melhor proveito deles.

Menino sorrindo

“Ninguém poderá fazer escolhas sábias se não aprender a ouvir a si mesmo, o seu próprio eu, em cada momento da sua vida”
-Abraham Maslow-

4. São motivados pelo crescimento, não por atender às suas necessidades

Dissemos isso no início: muitos de nós lidamos no nosso dia a dia com as necessidades que ocupam os degraus mais baixos da pirâmide de Maslow, a saber: emprego, uma casa, um bom parceiro, amizades sólidas… No entanto, há algo em que deveríamos pensar.

Nosso estilo de vida e a sociedade atual geram uma inércia: fazem com que todas essas dimensões oscilem, mudem, sejam transformadas… Poucas coisas são seguras, o trabalho vem e vai, há amigos que deixamos para trás e pessoas fabulosas que acabamos de conhecer e nos conectam com a vida…

Portanto, não é necessário ter “protegidos” os degraus mais baixos daquela pirâmide para ascender ao topo; o ideal é alcançar uma boa autorrealização para que enfrentemos todos esses processos básicos de afiliação e segurança de maneira mais madura e integradora. As pessoas autorrealizadas, portanto, se concentram mais em seu próprio crescimento, em entender que, às vezes, há momentos complexos, mas que com estratégias psicológicas adequadas, todas as adversidades podem ser superadas.

Caminho em floresta encantada

5. Têm um propósito

Todos nós gostamos de compartilhar frases evocativas e motivadoras em nossas redes sociais. Uma das mais conhecidas é a que nos lembra que “não devemos dormir sem um sonho nem nos levantarmos sem um propósito“. No entanto, o que muitas vezes fazemos é ir dormir com preocupações e nos levantar com mais medos do que metas.

Tentemos virar o navio, deixemos de ver o horizonte cheio de obstáculos e arame farpados e visualizemos um propósito real. Um objetivo vital, que por sua vez possa ser dividido em pequenos objetivos para nos fortalecermos quando os alcançamos. Se investirmos forças, motivação e energia em uma meta firme, muitas coisas mudarão.

6. As pessoas autorrealizadas são gratas

As pessoas autorrealizadas têm a maravilhosa capacidade de ver e apreciar o que as rodeia com a inocência e a magia de uma criança. Tudo tem as nuances e um brilho capaz de inspirá-las, de convidá-las a serem um pouco melhores todos os dias.

Porque a vida, diante de seus olhos, não pode ser mais bonita e, portanto, eles agradecem por tudo o que está à sua volta. Cada pessoa conhecida, cada experiência passada ou acontecimento do presente… porque tudo, absolutamente tudo, serve para aprender e crescer.

7. Constroem relacionamentos profundos com poucos, mas sentem afeto por toda a humanidade

As pessoas autorrealizadas são muito seletivas quando se trata de criar vínculos, elas procuram qualidade e não quantidade. Quando o fazem, quando constroem uma relação de amizade ou amor, investem atenção, cuidado, um grande afeto, muita humildade e criatividade para dar forma a um laço sólido e enriquecedor para todas as partes.

Além disso, e embora seu círculo mais pessoal seja bastante estreito e reduzido, sentem carinho e um interesse ativo pela humanidade. São pessoas solidárias e preocupadas com problemas universais, como a discriminação, a fome ou as desigualdades sociais. Seus princípios éticos são muito fortes e não hesitam em se mostrar ativos ao defender os direitos dos demais.

Para concluir, é possível que muitos de nós tenhamos nos identificado com mais de uma das dimensões discutidas aqui. No entanto, devemos nos lembrar de que não basta nos sentirmos definidos, não basta “ser”, precisamos “praticar” a autorrealização e ser agentes proativos, não só de nosso crescimento pessoal, mas também do bem-estar de todos. Porque esse é o objetivo final da pirâmide de Abraham Maslow, sermos capazes de transformar o mundo para levá-lo a outro nível de bem-estar, de convivência e harmonia…

“As pessoas autorrealizadas têm um profundo sentimento de identificação, simpatia e afeto pelos seres humanos em geral. Sentem o parentesco e a conexão como se todas as pessoas fossem membros de sua família… ”
-Abraham Maslow-

Bonecos entre duas mãos

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  • Ellis, A. (2004). Conseguir la autorrealización. RET: revista de toxicomanías38, 32.
  • Maslow, A. H. (1991). Motivación y personalidad. Ediciones Díaz de Santos.
  • Soriano, M. M. (2001). La motivación, pilar básico de todo tipo de esfuerzo. Proyecto social: Revista de relaciones laborales, (9), 163-184.

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