7 conselhos para identificar pessoas frias e calculistas

Homens e mulheres frios e calculistas são inteligentes, metódicos e hábeis em enganar. Seu objetivo é instrumentalizar as pessoas. Agora, como eles fazem isso?
7 conselhos para identificar pessoas frias e calculistas
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 15 novembro, 2021

Pessoas frias e calculistas habitam qualquer ambiente social com um propósito muito claro. O seu objetivo é obter benefícios, metas, conquistas e posições de poder, tratando os demais como simples variáveis da equação. Para isso, eles não hesitam em usar estratégias de mentira e manipulação, deixando muitas vítimas para trás.

Esse perfil tende a ser comum em muitos ambientes de trabalho. No entanto, também há muitos que caíram em uma relação afetiva com essas características. São pessoas frias, sem apegos emocionais e, em muitos casos, com um padrão de comportamento maquiavélico. Portanto, é decisivo identificar esses homens e mulheres que navegam ao nosso redor como tubarões habilidosos à espera de algum descuido para conseguir o que desejam.

A pessoa calculista e emocionalmente fria tem uma única — e perigosa — virtude: ela é muito inteligente, mas seu gênio é orientado para a manipulação, o egoísmo e a instrumentalização dos outros.

Mulher invejosa

Perfil das pessoas frias e calculistas

As pessoas frias e calculistas nascem assim? Esta é a primeira pergunta que podemos fazer a nós mesmos quando encontramos alguém que manifesta essa natureza. Trabalhos de pesquisa, como os realizados na Universidade de Illinois, apontam para algo relevante. Na infância já existem crianças que mostram um egocentrismo cognitivo (elas se preocupam apenas com a perspectiva do “eu”). Se esse fator não for abordado ou não for reeducado, isso levará à frieza emocional.

Fatores ambientais e educacionais também têm um grande impacto. Ter crescido em um cenário desprovido de apego e com a ausência de uma educação baseada na empatia, respeito e gerenciamento emocional adequado, resulta nessa frieza. Mais tarde, já na adolescência, surge o comportamento maquiavélico. Isso quer dizer que surge aquela mente calculista, conivente e até cínica.

Vamos aprender mais sobre este perfil.

1. Inteligência voltada para o egoísmo e para o benefício próprio

Pessoas frias e calculistas tendem a ter um QI alto. No entanto, essa mente brilhante não anda de mãos dadas com a bondade nem busca o bem-estar dos outros. Seu comportamento é puramente instrumental: em suas atuações, direta ou indiretamente, buscam sempre o ganho pessoal.

São personalidades muito habilidosas quando se trata de planejar metas de longo prazo. Um estudo realizado na University of Western Ontario indicou que pessoas calculistas como os maquiavélicos têm uma pontuação elevada em inteligência fluida.

O que isso significa? Basicamente o seguinte:

  • Não são hábeis quando se trata de raciocinar sobre idéias abstratas.
  • Têm um bom raciocínio lógico.
  • Sabem fazer inferências, deduções, são observadores e muito analíticos.

2. A tríade sombria e as pessoas frias e calculistas

A frieza emocional, somada ao maquiavelismo, nos leva a integrar essa personalidade no que conhecemos como a tríade sombria. Foi em 2002 que os psicólogos Delroy Paulhus e Kevin Williams, da University of British Columbia, definiram esse termo.

O objetivo era entender um pouco melhor aquelas personalidades com traços psicopáticos. Assim, no caso de pessoas frias e calculistas, embora possam apresentar pinceladas das duas primeiras dimensões, sobressaem-se sobretudo na instrumentalização de outras.

Estas são as bases do seu comportamento:

  • São figuras muito oportunistas e calculistas, sabem aproveitar praticamente qualquer situação para obter uma vantagem.
  • Enquanto os psicopatas tendem a ser mais impulsivos e correr riscos quando querem alcançar algo, o maquiavélico é mais frio, mais cauteloso. Ele pode esperar meses ou anos para conseguir o que deseja.
  • São prudentes e se destacam pelo autocontrole e pela capacidade de planejar e se adaptar às mudanças.

3. São distantes, mas podem fingir quando querem algo

Em geral, sua maneira de se relacionar é sempre fria. Eles mantêm suas distâncias, não são especialmente afetuosos ou sociáveis. Porém, quando têm um plano em mente, seu perfil maquiavélico permite que exibam um maravilhoso talento para as pessoas. Para eles, sempre ou quase sempre o fim justifica os meios.

4. Desconfiança e suspeita

Pessoas frias e calculistas não depositam a sua confiança nos demais. Além disso, desconfiam de tudo ao seu redor e estão sempre alertas. Eles presumem que os outros são como eles e podem traí-los por um objetivo maior.

Jovem pensando em pessoas frias e calculistas

5. Desapego emocional e empatia instrumental

É comum que esse perfil de personalidade não tenha tido um bom suporte emocional na infância. Isso os fez crescer sem precisar de nada de ninguém. Não sabem nem querem estreitar laços com os outros, e se o fazem, é por um interesse específico. O distanciamento afetivo é uma constante em suas vidas, e raramente mantêm companheiros e amigos.

Outro fator os define: a empatia instrumental. Ou seja, eles se conectam emocionalmente com os outros para manipulá-los, para fazê-los acreditar que sentem o mesmo para poder chantageá-los, ter controle sobre eles.

6. Pessoas frias e calculistas são metódicas e precisam de rotinas fixas

Estamos diante de homens e mulheres que precisam de uma rotina fixa. São pessoas metódicas e tendem a fazer as mesmas coisas todos os dias. Cuidam de seus horários, de seus hábitos de vida, não gostam do inesperado e raramente quebram o equilíbrio por alguém.

7. São arrogantes e se acham melhores do que os outros

Observamos anteriormente que as pessoas frias e calculistas se encaixam no perfil da tríade obscura. Embora seja verdade que eles pontuam mais significativamente no fator maquiavélico, também apresentam alguns traços de psicopatia e narcisismo.

Quanto ao componente narcisista, deve-se notar que ele se manifesta de forma muito específica: eles são muito arrogantes. Eles consideram que têm habilidades melhores do que a maioria; no entanto, não é algo que expressem abertamente. Eles são mais discretos. Percebemos isso na maneira como falam, em seu comportamento, no sutil desprezo que podem demonstrar por alguns colegas de trabalho ou mesmo por seus próprios parceiros.

Em essência, estamos lidando com um padrão prejudicial e perigoso de personalidade e comportamento. Sua insensibilidade, sua paciência e sua capacidade de manipular as pessoas são, sem dúvida, as armadilhas em que podemos cair em algum momento.


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