Pessoas que se apaixonam facilmente: o que está por trás desse tipo de personalidade?
Dizem que as pessoas que se apaixonam facilmente pulam de flor em flor. São aquelas figuras apaixonadas capazes de ver as segundas virtudes excepcionais em alguém em particular. Elas não terminaram um relacionamento ainda e estão começando outro. Os relacionamentos geralmente não duram muito porque sempre há aquele homem ou aquela mulher que de repente capta toda a sua atenção, seu interesse e a totalidade do seu coração.
Há quem veja esse tipo de perfil com algum desconforto. Desconfiam deles porque costumam deixar para trás um rastro de vítimas, ex-parceiros que foram abandonados por aquele amor volátil, por aquele afeto que, como bolhas, sobe, embriaga-se e desaparece em pouco tempo. Agora, devemos entender também a outra parte, a pessoa que se apaixonam facilmente.
A personalidade com tendência a se apaixonar facilmente, por mais que não nos pareça, nem sempre é feliz. Viver em um estado em que se apaixonam pelas características de alguns, pelas habilidades de outros, pela simpatia de alguém de fora ou pelo charme de alguém que acabaram de conhecer, muitas vezes os leva a ter que gerenciar muitas emoções. Também decepções e situações em que é preciso romper relacionamentos para iniciar novos.
Da mesma forma, essas pessoas também enfrentam o amor não correspondido na maioria das vezes. Elas podem perfeitamente focar em alguém que simplesmente nunca responderá ao seu interesse. São situações altamente complexas.
Pessoas que se apaixonam facilmente, por que elas são assim?
As pessoas que se apaixonam facilmente não faltam e suas histórias, sua história de vida, nem sempre são satisfatórias ou felizes. Nós apontamos isso no início. Na maioria das vezes elas estão sujeitas a uma esteira emocional, aquela em que os altos e baixos são constantes. Elas vão da emoção de se apaixonar à paixão, depois, se conseguirem iniciar um relacionamento, a própria estabilidade pode gerar monotonia e até decepção.
É comum passarem por momentos em que a falta de euforia os leva ao desespero. Caracterizam-se, por assim dizer, por estarem sujeitos a um padrão comportamental quase compulsivo de “amor-desgosto”. Além disso, são comportamentos que são explicados por gatilhos muito específicos. Vamos nos aprofundamos neles a seguir.
O vício do amor e a explicação neuroquímica
Pessoas que se apaixonam facilmente são viciadas em amor. Na realidade, quando se apaixonam por uma pessoa, nunca há uma conexão profunda e autêntica. Raramente elas conseguem se conectar (e até mesmo conhecer) aquele homem ou mulher com quem iniciam um vínculo. Elas estão basicamente dominadas pela sensação gerada por esse processo.
Muitas vezes, apenas descobrir um traço interessante em alguém é suficiente para sentir desejo, atração e fascínio. Um rosto atraente, um grande senso de humor, simpatia, uma habilidade, um estilo de comunicação, algumas horas compartilhadas em comum…..
A dependência do amor tem uma explicação muito concreta do ponto de vista neuroquímico. Nas pessoas que se apaixonam, o núcleo accumbens age da mesma maneira que em qualquer tipo de vício. Há necessidade de receber grandes quantidades de dopamina, serotonina e oxitocina, são esses neurotransmissores que surgem principalmente nos estágios iniciais do amor.
Agora, entre essas substâncias, a verdadeira responsável por esse vício, por essa necessidade de experimentar a efusividade das primeiras fases do amor, é a dopamina.
As pessoas que se apaixonam facilmente e as carências
A explicação neuroquímica pode justificar a personalidade das pessoas que se apaixonam facilmente. No entanto, também existem outros fatores que entram em jogo para que essa tendência apareça:
- Baixa autoestima. Há quem só se sinta realizado estando em um relacionamento. Ter alguém ao seu lado que atua como nutridor emocional e validador de autoestima é algo muito satisfatório e uma necessidade real. Agora, deixar de sentir essas realidades em um determinado momento os leva a romper esse relacionamento para encontrar alguém novo que possa fazê-lo o mais rápido possível.
- Quando o medo de ficar sozinho faz com que alguém nos sirva. Espetacular, mas verdadeiro. Há pessoas que não concebem nem aceitam a solidão. Elas não entendem a vida sem um parceiro. Esse medo e essa angústia fazem com que se sintam atraídos por qualquer pessoa que, em determinado momento, demonstre interesse por elas. Dessa forma, podemos ver pessoas que “pulam” de relacionamento em relacionamento toda vez que alguém demonstra algum tipo de atração por elas. O importante é sempre ter alguém do outro lado do travesseiro.
Para concluir, como podemos ver, as pessoas que se apaixonam facilmente apresentam deficiências que inevitavelmente as levarão a uma constante insatisfação. Passar da efusividade do amor ao desgosto não é fácil. Acumular relacionamentos e reciclá-los também não é; deixa sequelas e insatisfações permanentes.
É necessário, portanto, que caso nos sintamos identificados com esse comportamento, procuremos ajuda. Antes de pular de um coração para outro devemos habitar, cuidar e compreender o mais fundamental de tudo: o nosso próprio coração.