Quanto tempo dura a paixão?

Todos já nos apaixonamos alguma vez, e não há dúvida de que esta é uma sensação incrível e angustiante ao mesmo tempo. A seguir, explicamos o que ocorre quando nos apaixonamos seguindo uma linha compartilhada pela maioria dos estudos publicados sobre o tema.
Quanto tempo dura a paixão?
María Vélez

Escrito e verificado por a psicóloga María Vélez.

Última atualização: 27 janeiro, 2023

Muitos se perguntam quanto tempo dura a paixão, um estado emocional caracterizado pela sensação de alegria, plenitude e satisfação que é precedido pela atração por outra pessoa. Esta etapa nos leva a um estado alterado de consciência, influenciando o nosso organismo até o ponto de favorecer decisões erradas.

A atração sexual seria a fase prévia à paixão. Este desejo pelo outro é determinado, entre outros fatores, pela ativação de certas áreas cerebrais diante de substâncias que o outro emite, os feromônios, ou pelas alterações biológicas em si mesmo.

Casal apaixonado

Atração sexual

O nosso corpo secreta diversas substâncias quando estamos diante de um estímulo que nos atrai (uma pessoa, ou a ideia de tê-la conosco). Assim, ocorre um aumento da testosterona ou do estrogênio, aumentando o desejo. Esse desejo, por sua vez, leva a um aumento da adrenalina, glicose e feniletilamina.

Estes neurotransmissores fazem com que, quando sentimos atração sexual, o nosso organismo se ative, aumentando a frequência cardíaca, a sudorese, preparando nossos órgãos para uma resposta sexual e para sentir prazer.

Segundo alguns autores, esta sensação de desejo incontrolável pelo outro pode durar alguns anos. É por volta dessa época que é observada uma redução dos hormônios do desejo. No entanto, esta queda ocorre juntamente com o aumento de outro hormônio, conhecido como o do amor, a oxitocina.

A paixão

A paixão nos leva a sentir tremores, causa palidez ou rubor, sentimentos de incômodo, gagueira e perda do controle das emoções. Mas, por que isso ocorre?

Inúmeros estudos indicam que a paixão é, a priori, como um vício, que inclui síndrome de abstinência e até tolerância.

Neurobiologia

Quando sentimos desejo por alguém, o sistema nervoso ativa o sistema endócrino para prepará-lo para o sexo. No entanto, a ausência da pessoa e a impossibilidade de satisfazer os desejos leva à inibição dos mesmos.

As regiões pré-frontais inibem o impulso e, diante do aumento de feniletilamina, vasopressina e outros hormônios, ocorre uma produção de altas quantidades de dopamina, até secretar endorfina.

Tudo isso causa um desequilíbrio em diferentes sistemas, como o dopaminérgico. Esta impossibilidade de consumar o desejo leva a uma queda da serotonina, que provoca falta de interesse em atividades, insônia, redução do apetite, da concentração…

Por outro lado, o aumento da acetilcolina leva a pensamentos obsessivos e recorrentes sobre a pessoa desejada. Falamos de comportamentos compulsivos, como olhar sua foto de maneira constante ou verificar se ela enviou uma mensagem.

Oxitocina

A oxitocina é um hormônio secretado pelo cérebro, mais especificamente no hipotálamo. Embora homens e mulheres produzam oxitocina, sua produção é maior em mulheres, e seus níveis aumentam durante o orgasmo, o parto e a amamentação.

Tanto em humanos quanto em outros animas, esta substância está relacionada com o cuidado. Assim, quanto mais oxitocina, maior a tendência à proteção.

É aí que, além da atração, surge um componente de ternura e cuidados. Aparece uma necessidade de passar muito tempo junto, de velar pelo outro e de se sentir correspondido, de maneira que ambos se sintam muito bem com a simples presença do outro.

Casal de mãos dadas no campo

Quanto tempo dura a paixão?

Levando em conta todos os processos subjacentes, é possível estimar quanto tempo dura a paixão. Calcula-se que ela tenha uma duração breve, que vai desde algumas semanas até um ano. 

Curiosamente, parece haver uma relação entre a idade dos apaixonados e o tempo de duração da paixão: quanto mais jovens, menos tempo dura a paixão, mas mais intensa ela é.

Apesar disso, a paixão pode se estender. Levando em conta que ela é composta pelo desejo sexual e o afeto positivo, estes aspectos podem e devem ser mantidos vivos durante todo o tempo possível.

Passar para uma fase de amor mais estabelecido não significa que o nosso organismo não possa continuar reagindo e nos proporcionando todos aqueles afrodisíacos que sentimos no começo.

A paixão é uma combinação entre a atração sexual e o desequilíbrio do organismo, que vai dando lugar a um vínculo mais íntimo conforme o contato aumenta. Um começa a conhecer o outro melhor e questiona se quer ou não continuar o relacionamento

A atração sexual se soma ao apego para dar como resultado a paixão. No entanto, é depois desta etapa que a possibilidade de ir além começa a ser analisada. Segundo os especialistas, se o casal chegar a esse ponto e considerar que o outro tem valores e uma personalidade parecida com a sua, surge o vínculo amoroso.


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  • Pinto, B. (2002). La psicología del amor. Departamento de Psicología de la Universidad Católica Boliviana “San Pablo”

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