Quem te ama fará com que você acredite em si mesmo

Quem te ama fará com que você acredite em si mesmo
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Quem te ama não se atreverá a aprisionar os seus horizontes. Nem te dirá que “você não pode, não sabe ou não merece“. Quem realmente te valoriza fará você acreditar em si mesmo. Essa pessoa dará asas aos seus sonhos, fará mágica e alimentará os seus dias cinzentos com uma alegria renovada, para te lembrar de tudo o que você é capaz de fazer.

Temos consciência de que um dos valores mais importantes para alcançar a desejada plenitude psicológica é ser capaz de acreditar em nós mesmos. No entanto, ninguém pode fazer germinar uma bela flor se a semente ainda não tiver criado raízes. Se já na infância fomos incutidos, por exemplo, com a ideia de que somos desajeitados ou inaptos, esse crescimento não será harmonioso: o que germinará serão as nossas crenças limitantes.

“Um amigo verdadeiro é aquele que acredita em você, mesmo que você tenha deixado de fazer isso”.

Em grande parte da vasta literatura de autoajuda que temos atualmente sobre o desenvolvimento da autoconfiança, existe um fato que muitas vezes é esquecido: somos encorajados a acreditar em nós mesmos apesar das dificuldades, apesar de vozes antagônicas, das coisas que destroem a nossa autoestima. No entanto, para dar esse salto de força, primeiro é necessário fazer uma jornada interior minuciosa, para a qual nem sempre estamos preparados.

Para acreditar em nós mesmos devemos primeiro desativar muitos campos minados criados não apenas na infância. Ao longo das nossas vidas como estudantes ou mesmo nos nossos relacionamentos afetivos, vivenciamos dinâmicas frustrantes que podem ter afetado profundamente o nosso autoconceito e autoestima.

Sugerimos que você reflita sobre isso.

Casal.

A dificuldade de acreditar em si mesmo quando determinadas “figuras de poder” não o fazem

Começaremos descrevendo o que queremos dizer com “figuras de poder”. No livro “Finding your passion” (Descobrindo a sua paixão em tradução livre), o educador Sir Ken Robinson nos fala sobre um caso muito especial, o de Gillian. Essa menina de oito anos foi um exemplo claro de fracasso escolar. Os pais dela e até mesmo os professores não estavam apostando muito em seu futuro. Ela era muito lenta, irresponsável, distraída e completamente desconectada do mundo.

A vida dela estaria destinada ao mais completo fracasso. Era a década de 30. No entanto, tudo mudou quando um psicólogo resolveu fazer alguns exames para descobrir algo curioso: a menina era muito receptiva à música. Ele a deixou sozinha na sala de aula e percebeu que a menina precisava “dançar para pensar”. Gillian tinha uma bailarina dentro de si. Tanto que Gillian Lynne é uma das bailarinas mais importantes da nossa história.

Figuras de poder são aquelas que, em um dado momento, têm nas mãos a possibilidade de cimentar ou não as bases da nossa autoestima e segurança em nós mesmos.

Uma boa mãe e um bom pai, farão com que o filho acredite que é capaz de fazer tudo o que se propõe, que merece realizar os próprios sonhos e é tão digno como qualquer outra pessoa de conseguir. No entanto, isso não vai adiantar muito se quando essa criança chega ao mundo escolar outra figura de autoridade (como o professor e até o próprio sistema educacional), ao invés de incentivá-la e orientá-la, se limita a fazê-la acreditar que ela “não se encaixa.”. O fato de tirar uma nota “4” a torna uma criança praticamente rejeitada para o resto da vida.

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Obrigado por acreditar em mim

Muitas pessoas viveram “programadas” negativamente por um certo tempo por meio desse condicionamento emocional exercido pelos pais, colegas de trabalho e até mesmo por seus parceiros. Essas crenças limitantes se instalam no nosso cérebro como um “vírus”, reformulando ideias, apagando desejos e esperanças, interrompendo sonhos e instalando medos e inseguranças.

Muitos psicólogos falam da necessidade de retornar “à fonte”. Retirar todas as camadas, uma a uma, das feridas e as cicatrizes que não foram curadas para encontrar a figura que tinha mais poder que nós em um determinado momento, que nos fez acreditar que não tínhamos valor. Que não merecíamos assumir o controle da nossa felicidade. Porque às vezes a fórmula banal “vou repetir para mim mesmo o quanto valho e quanto me amo para que a minha percepção mude” nem sempre funciona.

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Essa jornada interior em direção à cura sempre será válida. Devemos “remover a autoridade” daquele professor que nos disse que nunca chegaríamos a lugar nenhum. Daquele pai que nos repetia a quase todo momento “veja o quanto você é desajeitado” ou para aquele parceiro sempre determinado a ressaltar as nossas falhas para valorizar as próprias virtudes.

Além desse processo delicado em que destruímos as nossas crenças limitantes uma por uma é vital nos cercarmos de pessoas valiosas. Poucas coisas podem ser mais reconfortantes do que ter alguém que acredita em nós mesmo quando já não somos capazes de fazer isso. Alguém que responde às nossas dúvidas, incentiva as nossas esperanças e sustenta os nossos galhos secos.

Se você tem uma ou mais pessoas deste tipo tão especial, fique à vontade para agradecê-las de vez em quando. “Obrigado por acreditar em mim”.

Imagens cortesia de Pascal Campion


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