5 razões pelas quais temos medo da morte

O medo da morte está sempre presente até certo ponto, pois os seres humanos são movidos pelo instinto de sobrevivência. Discutiremos agora os principais motivos desse medo.
5 razões pelas quais temos medo da morte

Escrito por Edith Sánchez

Última atualização: 20 junho, 2023

O medo da morte é uma reação comum e natural à percepção de que viver, que é tudo o que conhecemos, termina em algum momento. No entanto, em alguns casos, esse medo é tão intenso que afeta significativamente a qualidade de vida e a capacidade de funcionar normalmente.

Se o medo de morrer é tão forte que atrapalha a rotina, é aconselhável procurar ajuda de um profissional de saúde mental. Em todos os outros casos, é considerado dentro da faixa normal. De qualquer forma, surge a pergunta: por que esse medo está tão presente nas pessoas? Vamos investigar isso durante esta leitura.

O medo da morte é o mais injustificado de todos os medos, porque não há risco de não gostar do que existe depois que você morrer, pois você simplesmente não estará lá para experimentá-lo.[ /atomik-quote]

Razões para o medo da morte

De acordo com um estudo publicado na Frontiers in Psychology, a morte é entendida como uma realidade básica da vida, enquanto o medo deriva da incerteza sobre a vida após a morte ou eventos que podem ocorrer após a morte. É uma ansiedade chamada tanatofobia e que não se limita apenas à morte em si, mas também ao processo que ela implicaria (Sinof, 2017).

Por que esses medos ocorrem? A seguir estão as razões básicas que desencadeiam o medo de morrer.

1. Terror do desconhecido

O mais comum é que o medo de morrer se deva ao desconhecimento do que acontece depois da vida que  conhecemos. É possível que em algumas pessoas essa incerteza gere apreensão e ansiedade; falamos do medo de passar por uma nova experiência e não saber se conseguiremos superá-la com sucesso.

O medo do desconhecido é uma resposta instintiva e natural que remonta aos nossos ancestrais primitivos. No passado, quando a sobrevivência dependia da capacidade de prever e evitar perigos potenciais, a incerteza e o desconhecido eram especialmente ameaçadores. Como resultado, o cérebro evoluiu para ser mais cauteloso ao desconhecido.

Além disso, as experiências passadas provavelmente desempenham um papel nesse medo. Se alguém teve experiências negativas com novas situações, pode sentir mais medo de outras circunstâncias semelhantes no futuro.

2. Rejeição à perda de controle

A sensação de que o controle sobre a vida está perdido é outro fator no medo da morte. Na verdade, a morte é algo que não pode ser evitado e, além disso, é possível que aconteça a qualquer momento. Portanto, a incidência da vontade de alguém nessa situação é muito limitada.

O controle é uma necessidade humana básica, porque ajuda a navegar pelo mundo e a tomar decisões que nos beneficiam. A falta de controle se traduz em impotência e indefensão diante de cenários que parecem ameaçadores. Isso gera, em muitos casos, estresse e ansiedade.

3. Preocupação com o destino de pessoas próximas

Às vezes , morrer traz medo, devido à preocupação com o impacto que a própria morte causa em nosso ambiente. Isso tem a ver com razões objetivas; por exemplo, quando uma mãe ou pai de crianças pequenas teme pelo destino que elas correrão se estiverem desaparecidas.

Esse medo também está ligado ao desejo de não prejudicar os entes queridos. Da mesma forma, é possível associar o medo à perda ou abandono, embora isso seja vivenciado inconscientemente. Se alguém sente que pode machucar um ente querido, é possível que você desenvolva um medo de que a pessoa decida se afastar ou romper o vínculo emocional.

4. Sofrimento e agonia

Os seres humanos têm medo do sofrimento físico porque é uma experiência desagradável e muitas vezes incontrolável. Por isso, a ideia de morrer de forma dolorosa ou agonizante é fonte de medo e ansiedade, destaca um estudo da Frontiers in Medicine.

Há casos em que as pessoas vivenciam um grande sofrimento antes de morrer e isso, obviamente, gera medo naqueles que pensam na própria morte.

A maioria das pessoas gostaria de ter uma partida tranquila, mas, como isso é impossível de prever, é lógico que exista um medo latente de que esse desejo não seja realizado e que, ao contrário, grandes sofrimentos físicos sejam conscientemente vivenciados. É normal sentir alguma ansiedade com respeito a esse cenário.

5. A ideia do nada ou do “além”

Algumas pessoas têm medo de morrer porque associam essa experiência à ideia de que passar é o fim de tudo que foi feito ou conquistado na vida, e que nada mais haverá depois disso. Preocupar-se com o nada absoluto gera ansiedade, pois implica ausência total de existência, pensamento, emoção e consciência. Não é fácil conceber ou assimilar esta ideia.

Da mesma forma, quem é crente pode ter uma ideia assustadora sobre a vida após a morte, conforme resenhado em Omega: Journal of Death and Dying. Em muitas religiões é levantada a ideia de que após a morte haverá um julgamento das ações que foram realizadas em vida. Portanto, pode haver um medo de ser “condenado” ou passar por aflições no “além”.

É possível atenuar o medo da morte?

Você nunca deixa de ter medo da morte completamente. No entanto, esse medo pode ser racionalizado por meio de um processo pessoal que requer tempo e reflexão.

Pensar na morte, viver o presente, falar sobre seus medos, buscar ajuda profissional e praticar mindfulness são estratégias que ajudam você a superar seus medos e a viver plenamente.


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