Recupere o controle dos filhos através das palavras

Recupere o controle dos filhos através das palavras
Cristina Roda Rivera

Escrito e verificado por a psicóloga Cristina Roda Rivera.

Última atualização: 29 dezembro, 2022

Atualmente os pais têm muitas dificuldades para encontrar modelos claros de educação, e esta situação cria desde uma grande desorientação até uma atitude de desinteresse e apatia. É isso que Jaime Barylko descreve no livro O medo dos filhos. De fato, segundo o autor, tem surgido uma nova categoria de pais que estão confusos sobre seu papel paterno, a privacidade e o controle dos filhos.

O modelo educacional em que o pai governava as vidas de seus filhos com um controle ferrenho saiu de moda. Hoje em dia, é mais comum encontrarmos pais com papéis flexíveis, mais abertos a ouvir e a tentar entender as crianças. No entanto, embora isso tenha alguns aspectos positivos, os novos paradigmas vêm com uma série de desafios que devem ser superados.

Por outro lado, alguns pais têm transferido seu papel para outras instituições. Com a cultura atual e os horários incompatíveis com a vida familiar, muitos têm dificuldade para manter o controle dos filhos. Mas os pequenos precisam de uma figura de referência em suas vidas que os ensine a se comportar. Portanto, neste artigo, vamos ver como recuperar a autoridade em casa.

O desafio, claro, é conseguir obter o controle sem se tornar um tirano. Por isso, os modelos que vamos ver a seguir levam em conta as dificuldades que os pais têm que enfrentar no mundo contemporâneo. Vamos nos aprofundar em três modelos construtivos de controle dos filhos.

O ritmo de vida atual apresenta muitas dificuldades para manter a autoridade e o controle dos filhos. No entanto, as crianças precisam de uma figura de referência para aprender a se comportar. O afeto, as palavras e os limites são bons aliados para isso.

Pai e filho se divertindo

Três modelos construtivos de autoridade e controle dos filhos

Autoridade baseada no exemplo

O controle dos filhos é necessário para sua educação e crescimento, assim como é essencial que o exemplo e a autoridade se complementem. Agora, de nada serve tentar transmitir valores e padrões educacionais para nossos filhos se não dermos o exemplo. Portanto, a primeira coisa que devemos considerar é que as crianças tendem a se comportar de acordo com o modo como nós agimos.

“Não evite que seus filhos encontrem dificuldades da vida, ensine-os a superá-las.”
-Louis Pasteur-

Se você lhes diz uma coisa e depois faz outra, seus filhos tenderão a agir com base na maneira como você se comporta. Devido a isso, sua responsabilidade é muito alta em relação à educação de seus filhos.

Autoridade baseada no prestígio e no serviço

O exercício da autoridade educacional requer uma base de prestígio baseada no próprio bem-estar. Na educação dos filhos, os pais devem exercer a autoridade como um serviço direcionado para o bem destes. Só existe um autêntico controle dos filhos quando se caminha para o serviço de educação e melhoria do comportamento das crianças.

Autoridade baseada no uso da linguagem

Para ter autoridade através da palavra, o adulto deve estar plenamente consciente de tudo que diz a seus filhos. Embora o uso de palavras não seja suficiente, você deve sempre cuidar da forma e do tom em que elas são usadas.

Usar a linguagem para recuperar o controle de seus filhos requer que você esteja plenamente consciente do que diz em cada situação.

Mãe conversando com seu filho

Formas eficazes de se comunicar com seus filhos

A forma como você se comunica com seus filhos é um dos pilares fundamentais para a sua educação e desenvolvimento, desde que sejam acompanhados de ações. Portanto, a seguir, deixaremos vários exemplos de como falar com eles. Em cada um deles, você poderá observar a comparação entre uma maneira não muito eficaz de se comunicar e outra que é eficaz. A principal diferença é que, nas segundas, a autoridade é alcançada através do amor, em vez da coerção.

  • “Traga-me isso” ao invés de “Você se importaria de trazer isso para mim? Papai e mamãe ficariam felizes”.
  • “Você vai ver só” ao invés de “Me diga, por que você faz isso se sabe que nos incomoda?”.
  • “Peguem tudo agora mesmo ou vão se arrepender” ao invés de “Os primeiros a pegar irão ganhar o prêmio! Venham, em seus lugares… Preparados, pronto, já!”.
  • “Arrume isso ou ficará de castigo” ao invés de “Isso está muito bagunçado. Eu vou e volto daqui a pouco. Se estiver tudo bem quando eu voltar, levarei seu lanche favorito quando sair da escola amanhã”.
  • “Vá dormir agora” ao invés de “Vamos para a cama e me conte o que você sonhou ontem. Para ver se hoje você pode continuar o sonho, eu vou te ajudar com uma história”.
  • “Você está me irritando” ao invés de “Deixe-me descansar um pouco, então a mamãe poderá brincar mais tempo com você”.
  • “Essas calças estão muito sujas, que desastre” ao invés de “É uma pena que você fique tão sujo todos os dias, por isso não podemos ir a lugar nenhum. Se você tentar não se sujar, poderá ir mais vezes para a casa de seus amigos”.

A ideia não é apenas que seus filhos obedeçam, mas sim que façam um exercício de compreensão. Desta forma, o controle que você terá sobre o seu comportamento será muito mais eficaz e duradouro, além de estabelecer uma conexão com o valor de se comportar bem para viver melhor consigo mesmo e com os outros.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.