Os 5 rituais sociais mais estranhos do mundo

Os 5 rituais sociais mais estranhos do mundo
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 27 fevereiro, 2019

Não é fácil fazer uma seleção dos rituais sociais mais estranhos do mundo. Se você se aprofundar um pouco no tema, perceberá que o planeta está povoado por costumes muito diferentes dos que você está acostumado. Muitos povos realizam rituais curiosos e inclusive assustadores.

Os rituais sociais cumprem o objetivo de celebrar o momentos mais transcendentais da vida em comunidade. Principalmente os nascimentos, as mortes, a passagem da infância para a vida adulta e a união conjugal. São momentos que mudam tudo e, por isso, acabam sendo objeto de uma ritualização.

Também há rituais ocidentais que poderiam parecer muito estranhos para essas comunidades sobre as quais vamos falar a seguir. Na realidade, nós somos mais parecidos do que pode parecer em um primeiro momento. A forma muda, mas não tanto o pano de fundo.

Fazendo essa ressalva, vamos ver a seguir os 5 rituais sociais mais estranhos do mundo, ao menos aos nossos olhos ocidentais.

“O que é um ritual? – disse o pequeno príncipe. É também algo que foi há muito esquecido – disse a raposa. É o que faz um dia ser diferente de todos os outros dias”.
-Antoine de Saint-Exupery-

Os 5 rituais mais estranhos do mundo

1. O ritual de iniciação da tribo Satere-Mawé

Os rituais de iniciação, especialmente os relacionados aos meninos, costumam incluir práticas cruéis ou muito difíceis de superar. Um dos rituais sociais mais estranhos do mundo é precisamente esse de iniciação. Ele acontece na tribo Satere-Mawé, uma comunidade que está localizada na Amazônia e foi conhecida pela nossa civilização ocidental há pouco tempo.

Talvez você nunca tenha ouvido falar dos Satere-Mawé, mas provavelmente conhece o “guaraná”. Foram eles quem descobriram suas propriedades e difundiram o guaraná no acidente. Pois então, nessa comunidade há um ritual para que uma criança seja aceita como homem. Ela deve passar por uma prova muito difícil. Tem que colocar, 20 vezes seguidas e por um período de tempo de 10 minutos, luvas cheias de formigas bala.

As formigas bala dão picadas muito dolorosas, que alguns comparam a tocar um ferro quente. Durante o ritual, são muitos os que acabam desmaiando. A recuperação demora várias semanas. O prêmio, no entanto, é ser aceito como adulto dentro da tribo.

Criança indígena participando de ritual

2. Os Yanomami têm um dos rituais sociais mais estranhos

A morte é outra das circunstâncias que dão espaço para a formação de rituais sociais muito estranhos ao redor do mundo. Os Yanomami, povo que vive nas regiões selvagens da Venezuela e do Brasil, têm um ritual muito curioso. Quando alguém morre, o cadáver fica exposto por um dia. Na manhã seguinte, as mulheres devem pintar seus rostos de preto para expressar sua dor. Também devem chorar.

Junto à pessoa morta são colocadas todas as suas coisas e seus pertences, e então ateiam fogo em tudo. Se as coisas não se queimarem por completo, quer dizer que a pessoa fez algo que não pode ser perdoado. No mês seguinte a família da pessoa deve voltar, recolher as cinzas e colocá-las sobre uma sopa de banana. Todos devem comer a sopa. É uma forma que a pessoa morta tem de permanecer dentro daqueles que ainda vivem.

3. Um ritual de morte no Valle de Baliem

Na Papua Nova Guiné habita a tribo Dani. É outra das comunidades que mantêm um dos rituais sociais mais estranhos do mundo, e esse também tem relação com a morte. Acontece que quando um homem morre, espera-se que as mulheres e as crianças de sua família deixem que um ou vários de seus dedos sejam amputados. O encarregado de fazer isso é um sacerdote.

O sacerdote observa a reação das mulheres e das crianças no momento da amputação. Se eles resistem e não mostram muita dor, não amputam um, mas vários dedos. Com os pedaços amputados fazem um colar, que é colocado no morto antes enterrá-lo. Ainda não conseguiram que os Dani abandonassem esse ritual tão cruel.

Ritual de tribo isolada

4. Os bebês e a boa sorte

O nascimento é outro dos momentos nos quais costuma haver rituais sociais estranho. Um deles acontece há uns 700 anos, nos estados de Maharashtra e Karnataka, na Índia. Ele se relaciona a uma superstição, segundo a qual haverá saúde e prosperidade se lançarmos bebês de uma altura de 9 metros para que sejam recolhidos por um lençol estendido.

As autoridades obviamente já proibiram esse ritual, mesmo que os locais garantam que não há nenhum risco pra os pequenos. Apesar da restrição, o ritual continua sendo realizado em muitos lugares. A superstição é mais forte do que as leis da razão.

5. Um interessante ritual de casamento

A união conjugal também dá origem a vários rituais bem estranhos em todo o mundo. Um dos mais curiosos acontece em alguns lugares da Escócia. Pouco antes do casamento, tanto o noivo quanto a noiva são envolvidos com alimentos pegajosos. Outras pessoas os banham em chá e colocam ovos crus em cima, assim como manteiga, pudim e comidas locais.

Casamento escocês

Depois, os noivos devem sair e passear pelo povoado, totalmente cobertos e cheirando mal. Segundo dizem, essa humilhação pública os prepara para que nenhum problema do matrimônio seja pior do que esse ritual.

Todos esses rituais, de uma forma ou de outra, pretendem celebrar ou marcar os momentos mais importantes da vida. Pode parecer difícil compreender, mas para cada sociedade eles têm um valor especial, cujo papel é dar sentido às experiências mais marcantes que vivemos.


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  • Turner, V. (2002). Dramas sociales y metáforas rituales. Ingrid Geist, compiladora, Antropología del ritual, México, enah/inah.

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