Robôs sexuais: os novos amantes do futuro
A inteligência artificial está alcançando um desenvolvimento inusitado e o seu futuro é imprevisível. Um dos campos em que ela está causando polêmica é no mundo dos relacionamentos, com a presença de robôs sexuais.
Recentemente o Facebook anunciou que foi obrigado a desativar um sistema criado pela empresa por uma razão insólita: ele havia começado a pensar sozinho. Ainda não se sabe como, mas o sistema desenvolveu uma linguagem própria.
Embora esse caso específico tenha sido muito divulgado, não é o único que ocorreu nos últimos anos. Outros programadores já haviam detectado que algumas máquinas tentaram realizar ações sozinhas. A inteligência artificial é exatamente isso, dotar as máquinas de ferramentas para que possam operar como um cérebro humano.
“Quando os computadores assumirem o controle, podemos não conseguir recuperá-lo. Vamos sobreviver de acordo com suas vontades. Com sorte, eles vão decidir nos manter como animais de estimação”.
-Marvin Misky-
A tecnologia já tem a capacidade de criar robôs para substituir os seres humanos em várias tarefas. Estão em pleno desenvolvimento robôs com aparência humana que, por exemplo, ajudam quem sofre de paralisia, auxiliando em algumas tarefas.
Ao mesmo tempo, na China, um robô chamado Xiaoice, que simula uma menina de 16 anos e foi projetado para conversar com as pessoas, fez muito sucesso. Diferentemente dos humanos, esse robô não se cansa, não fica entediado e tem um grande senso de humor que não perde nunca. Por isso, não são poucas as pessoas que se apaixonaram por ela. Será que estamos no prelúdio de uma nova era, na qual as máquinas e as pessoas formarão casais?
Um futuro imprevisível
Ainda não sabemos para onde a tecnologia está nos levando. Inclusive, os próprios criadores e programadores também não sabem. Não sabemos se já abrimos a caixa de Pandora ou se o que vem por aí é simplesmente um novo e curioso capítulo da história humana. O que está claro, contudo, é que existe uma tendência a criar máquinas que se parecem cada vez mais com os humanos e que, eventualmente, poderão substituí-los.
Espera-se que a primeira boneca integralmente inteligente apareça nos próximos anos. Será uma boneca sexual, mas dotada de inteligência e de capacidade para aprender com o comportamento de seus usuários. Ou seja, terá a habilidade de se reprogramar com o objetivo de satisfazer seu proprietário.
O dono desse “brinquedo” poderá fazer exigências sob medida, definindo quais devem ser suas características físicas e também de personalidade. Os programadores já não falam mais de robôs no sentido estrito. Eles estão os chamando de “humanoides”. A relação entre humanos e máquinas está começando a ultrapassar o âmbito profissional. No futuro, haverá casais de humanos e humanoides.
Seres humanos e robôs sexuais?
Esse será o novo casal do futuro: um ser humano e um robô ou autômato inteligente. Os especialistas no tema dizem que em 2050 esta será uma realidade comum. Por fim, se tornará realidade o sonho de quem tem dificuldades para aceitar que as relações humanas estão terrível e maravilhosamente envoltas no conflito. Agora terão algo, ou alguém, que faz, pensa e sente exatamente o que gostariam.
Nessas condições, é provável que comece a desaparecer o conceito de “empatia”. No futuro, será uma opção real programar um humanoide para nos entender, sem a necessidade de passar pelas vicissitudes de uma comunicação imperfeita.
Os robôs sexuais estarão prontos para, por exemplo, aceitar que o dono bata neles se isso lhe proporcionar prazer. Não haverá processos judiciais por causa disso. O usuário pode preferir que seu humanoide não seja um adulto, mas um criança. Assim, transformará em realidade suas fantasias pedófilas sem ter consequências legais. Ainda não se sabe se essas máquinas terão a capacidade de fazer uma surpresa, como a que levou Mark Zuckerberg e sua equipe do Facebook a desconectar um sistema.
Atualmente, alguns robôs sexuais já estão sendo comercializados, mas o que nos espera no futuro não tem precedentes. Nunca antes havíamos criado uma máquina tão parecida com o ser humano.
As controvérsias existem, mas todos sabemos que há uma lei inevitável em matéria de ciência: a tecnologia não volta atrás. O futuro não é óbvio. Não se sabe como tudo isso vai alterar as relações humanas, mas temos consciência de que o mundo nunca mais vai voltar a ser o mesmo. Por hora, só nos restam perguntas.