Você sabe como a saúde mental incide na evolução do câncer?

Você sabe como a saúde mental incide na evolução do câncer?

Última atualização: 28 abril, 2017

Todos estamos a par do prejuízo para a saúde física que implica ter um câncer. De fato, quando diagnosticado, elabora-se um plano de tratamento para enfrentá-lo, atacá-lo e, se possível, superá-lo. Mas muitas vezes não se leva em conta a importância de ter um bem-estar psicológico no processo.

Padecer de uma doença como o câncer pode influenciar no desenvolvimento de outras patologias de caráter psicológico. Desta forma, prevalecem alguns transtornos psicológicos e de mal-estar emocional na população em geral. Mas, que fatores relacionados ao câncer têm um papel importante na saúde mental? Vejamos a seguir.

“O mais importante na doença é não desanimar.”
-Nikolai Lenin-

Os transtornos psicológicos e o câncer

De forma específica, o fato de estar hospitalizado influencia no aparecimento de transtornos adaptativos. Também influencia que o funcionamento físico fique minguado, assim como a sensação de se transformar em uma carga para os outros. Mas não só isso, a mesma coisa acontece com a adaptação inicial aos tratamentos, a experiência prévia diante do estresse, e a percepção do apoio social.

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De forma mais específica, em relação à depressão, terá um papel importante a idade ou quão avançada estiver a doença. Além disso, existem outros fatores como as sequelas físicas do tratamento, o fato de existirem antecedentes psicológicos, ou pouco apoio social percebido.

“O câncer pode levar consigo todas as minhas habilidades físicas. Mas não pode tocar a minha mente, meu coração e minha alma.”
-Jim Valvano-

Também existe o risco de aparecerem ideias de suicídio. Nisto influencia que o estado do câncer seja avançado e que seu prognóstico seja ruim. Ao mesmo tempo, implica um risco a presença de depressão, a sensação de desamparo, a falta de controle, o incremento dos sintomas físicos, os antecedentes psicopatológicos, e que exista uma história prévia de tentativas de suicídio.

Por fim, descobriu-se que a prevalência de transtornos de ansiedade também é maior. Ser mais jovem, apresentar tendências ansiosas ou dificuldades pessoais aumenta o risco de desenvolver um transtorno de ansiedade. Mas também contribuem os fatores físicos, como se a doença estiver em um estado avançado, a situação do tratamento, as recaídas, a toxicidade farmacológica ou a dor aguda não controlada.

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A importância do bem-estar psicológico no câncer

Dado que nos pacientes com câncer existe um risco real e elevado de terem a sua saúde psicológica deteriorada, além da saúde física, é importante estar alerta aos possíveis problemas que podem se apresentar. É comum que, além dos transtornos mencionados, apareça o mal-estar emocional ou sentimentos de ansiedade ou tristeza.

Como estes problemas psicológicos afetam a saúde geral destas pessoas? Na verdade, se transformam em um risco agregado já que podem ser a causa direta de diferentes complicações físicas. A depressão, por exemplo, implica na diminuição dos hábitos saudáveis e pode chegar a levar ao abandono do tratamento, ou ao não cumprimento de parte deste.

“O câncer é uma doença onde o paciente pode contribuir grandemente para ajudar a si mesmo se puder manter a sua moral e sua esperança.”
-George Carman-

De forma geral, estas dificuldades adicionais podem significar que os pacientes requeiram mais serviços médicos. Com relação ao tratamento contra o câncer, afeta a sua adesão ao mesmo. Também pode fazer com que exista mais dificuldade na hora de tomar decisões. Por outro lado, pode existir menos satisfação com os cuidados médicos ou existir uma demanda excessiva dos mesmos.

É importante estar atento à saúde mental das pessoas diagnosticadas com câncer. Diante de qualquer sinal de alerta neste sentido, recomendamos a consulta a algum psicólogo especializado nesta área. Ninguém melhor para avaliar o paciente e programar com ele uma terapia que o ajude a manter uma saúde mental forte. Uma coisa que, como vimos, terá uma influência muito positiva no prognóstico do próprio câncer.

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De fato, pode-se dotar o paciente de estratégias de enfrentamento ativo e de mudança. Desta forma, poderão enfrentar de forma mais adaptativa toda a emotividade que se cria nestas situações, e irão conseguir equilibrá-la melhor. Descobriu-se que isto melhora a aderência ao tratamento médico, de modo que a evolução clínica e, consequentemente, a qualidade de vida são melhoradas com a intervenção psicológica.

Imagens cortesia de Cristianosoy, Slack e PDPics.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.