Sedna, um mito comovente dos esquimós

Sedna, um mito comovente dos esquimós
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Escrito por Edith Sánchez

Última atualização: 18 maio, 2023

A história de Sedna é um mito dos esquimós que explica a fúria do mar. Quando os pescadores esquimós têm um bom dia de pesca, eles devem pegar um pouco da água que vem com os peixes e jogá-la para o oceano. Se você perguntar para eles por que estão fazendo isso, eles dirão que é uma oferenda para Sedna, a deusa do mar.

Esse mito do esquimós tem várias versões. Contaremos uma das mais completas a seguir. Diz-se que muito antigamente um homem velho habitava o polo norte, e ele estava sempre acompanhado de sua filha, Sedna. Ela era uma mulher muito bonita, e desejava apenas encontrar um homem que a fizesse feliz. Não eram muitos os homens que chegavam até aquela região, no entanto.

Conta esse mito dos esquimós que um dia qualquer apareceu por aquelas bandas um homem muito alto e musculoso. Ele estava vestido com peles finas e trazia bonitas jóias. Sedna não podia acreditar. Quando o avistou de longe, correu para pentear seus longos cabelos e aparecer bonita para aquele estranho.

“Em todos os momentos da minha vida houve uma mulher que me levou pela mão para uma realidade que as mulheres conhecem muito melhor do que os homens e nas quais elas se orientam bem melhor, ainda que com menos luzes”.
-Gabriel Garcia Marquez-

Sedna enfim se casa

O pai de Sedna não queria se separar de sua filha. A comida, porém, estava escassa e ele pensou que era melhor vê-la partir com um esposo do que permitir que ela ficasse e os dois tivessem que passar fome.

O estranho homem estava coberto por uma larga túnica, e não era possível ver seu rosto. Ainda assim, o pai de Sedna foi ao seu encontro e perguntou se ele estava buscando uma esposa. O homem assentiu com a cabeça. Então, o ancião o disse que tinha uma bela filha na idade de se casar e que, se assim o desejasse, ele poderia casar-se com ela.

O homem aceitou. O pai comunicou a novidade para a filha Sedna, que achou estranho que ele já tivesse feito a proposta. Não seria melhor se ela conhecesse o homem forasteiro primeiro para saber se ele seria um bom homem para ela? Mesmo assim, ela obedeceu seu pai e foi para o barco de seu novo esposo. Os dois foram navegando para o seu novo lar.

Sedna, um mito comovente dos esquimós

Um novo lar

Diz o mito dos esquimós que quando Sedna chegou ao seu novo lar, ficou absolutamente horrorizada. Só havia um monte de peles de animais em um canto e junto a isso um acúmulo de plumas de pássaros. Tudo isso estava situado na beira de um abismo. Fazia frio e o lugar era descuidado e feio.

O pior de tudo aconteceu quando seu esposo tirou sua túnica. Ele não tinha rosto, sua cabeça era como a de um corvo. Sedna compreendeu logo que se tratava de um malvado bruxo sobre o qual ela já havia ouvido falar. Ele andava sozinho pelas terras, e há muito tempo já queria uma esposa, mas nenhuma mulher havia aceitado se casar com ele porque ele tinha uma fama de ser muito perverso.

O lugar estava afastado de tudo e todos. Nas manhãs, o bruxo virava um corvo, ia pescar de tarde e trazia comida para ele e para Sedna. Ela deveria comer peixe cru, assim como ele. Ela não fazia nada mais além de chorar e se lamentar. Seus gritos de dor eram tão terríveis que, ainda que estivesse tão longe, seu pai a escutou. Então, ele se arrependeu do que havia feito e foi buscá-la.

Corvo voando

A origem do mito dos esquimós

O pai de Sedna chegou até onde eles estavam e conseguiu resgatá-la. Ele a colocou em seu barco e começou a retornar para sua casa. Uma sombra negra, no entanto, começou a voar sobre eles. Era o bruxo, que havia se tornado um corvo gigante e batia as asas com força para agitar o mar. Logo uma grande tempestade se formou, e o barco começou a virar. O pai, com medo do que o bruxo poderia fazer com ele, jogou Sedna no mar.

O mar estava gelado, Sedna conseguiu nadar e segurar no barco, mas seu pai só queria se livrar dela, e por isso pegou um machado e cortou seus dedos. Eles caíram no mar e se tornaram focas e peixes. Ainda que estivesse ferida, Sedna tentou de novo se agarrar ao barco com a parte da mão que ainda tinha. Mas o pai cortou suas mãos, que caíram no mar e se transformaram em baleias. Foi assim que Sedna afundou.

Conta esse mito dos esquimós que Sedna não morreu. Pelo contrário, ela se tornou uma deusa. A lenda diz que quando seus cabelos ficam emaranhados, grandes tempestades se formam no Ártico que afetam todos os pescadores. Para mantê-la calma, os xamãs devem mergulhar e penteá-la. Também devem recordar a todos que as mulheres e o mar devem sempre ser respeitados.


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  • Lemus, J. E. (2001). Sexismo en el lenguaje: mitos y realidades. Memorias del Encuentro de la Red Centroamericana de Antropología. San Salvador, Universidad Tecnológica, 195-225.


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