Como podemos ser realistas para melhorar a nossa autoestima?

Como podemos ser realistas para melhorar a nossa autoestima?
Laura Reguera

Escrito e verificado por a psicóloga Laura Reguera.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Melhorar a autoestima é um dos pilares de muitas intervenções na terapia, um dos elementos que fazem parte da base sobre a qual construímos o restante do processo.

Uma autoestima elevada fortalece o nosso sistema imunoemocional e sustenta a nossa capacidade de resiliência, é o nosso suporte. Entendida a sua importância, agora a questão é: como podemos melhorar a autoestima?

Conseguir uma autoestima elevada, assim como enfrentar outros desafios psicológicos, requer que implementemos várias ferramentas/estratégias. Isso ocorre porque a perda da nossa autoestima pode ter raízes em diferentes fatores. Um dos mais importantes é o sistema de atribuição com o qual trabalhamos e o grau de influência que acreditamos que temos sobre o que acontece conosco.

“Ter uma baixa autoestima é como dirigir pela vida com o freio de mão puxado”.
-Maxwell Maltz-

O que é atribuição causal e como ela pode prejudicar nossa autoestima?

Geralmente, quando há um déficit de autoestima, consideramos que o que nos acontece é uma consequência dos nossos próprios fatores internos e que, além disso, não podemos mudá-los. Ou seja, atribuímos a nós mesmos a causa desse “infortúnio”.

Por exemplo: o que uma pessoa com baixa autoestima pensa quando passa por uma separação? O mais comum, nessas circunstâncias, é que ela acredite que o relacionamento acabou por causa dela.

Mulher com baixa autoestima

Assim, surgirão pensamentos negativos do tipo “Eu não sou bom o suficiente para ele/ela” ou “Eu não o mereço”, “Eu sou o culpado por tudo ter chegado ao fim”. A realidade é que quando um relacionamento termina, a responsabilidade geralmente é compartilhada. Isso normalmente não recai apenas sobre um dos seus membros, mesmo que um deles ou ambos se sintam assim.

Dessa forma, quando há uma separação, é normal que surjam pensamentos de culpa. Se você tem uma autoestima elevada, aliviará esse peso e evitará o naufrágio. Ou seja, seremos mais realistas com as atribuições causais que faremos a esse respeito. O mesmo acontece nas outras áreas da nossa vida. As pessoas tendem a fazer atribuições estáveis ​​e internas sobre o que acontece com elas.

Mas não é só isso; as pessoas com baixa autoestima também tendem a fazer atribuições externas quando algo de bom acontece com elas. Ou seja, elas acreditam que quando são promovidas no trabalho, por exemplo, é porque o seu chefe é uma pessoa boa, mas não por causa de seus méritos como funcionário. O que há de errado com isso? Agindo desta forma, é impossível que se sintam bem quando são recompensados.

“Até que você valorize a si mesmo, não valorizará o seu tempo. Até que você valorize o seu tempo, não fará nada com ele”.
-M. Scott Peck-

Aprender a modificar a atribuição causal para melhorar a autoestima

Agora, o que podemos fazer para mudar a nossa atribuição causal e, assim, melhorar a autoestima? Precisamos nos afastar um pouco para vermos a situação sob uma nova perspectiva. Dessa forma, poderemos fazer uma avaliação geral de acordo com a realidade, e não focados apenas em falhas ou problemas.

O mesmo acontece quando comparamos a nossa vida com a dos outros nas redes sociais. De nada serve que essa atribuição causal se torne muito otimista, porque então o choque com a realidade será pior.

Portanto, devemos questionar até que ponto influenciamos o que acontece conosco (para o bem ou para o mal) e quais são os outros fatores que interferiram em um determinado resultado. Assim, temos que aprender a atribuir a nós mesmos o que nos acontece de bom quando o mérito foi nosso. Dessa forma, vai ser possível aprender a melhorar a autoestima.

Menina fazendo selfie

Também temos que avaliar se o mal deve ser atribuído a causas relacionadas a nós mesmos ou não. Precisamos parar de nos culpar por fatos nos quais a nossa influência foi mínima ou nula.

Além disso, se temos uma boa parte da responsabilidade, a solução não é punir a si mesmo, e sim analisar o erro e aprender com ele. Dessa forma, será mais difícil repetir os mesmos erros no futuro e prejudicar a nossa autoestima.

“Quando você recupera ou descobre algo que nutre a sua alma e lhe traz alegria, tenha o cuidado de amar a si mesmo o suficiente para dar-lhe um espaço em sua vida”.
-Jean Shinoda Bolen

Seguindo esta linha, você continuará evoluindo e melhorando. Nesse sentido, ser capaz de se analisar de forma realista irá ajudá-lo a ter uma visão acertada dos seus pontos fortes e fracos. Isso aumentará a sua autoestima e facilitará o seu empoderamento, uma vez que você poderá escolher os seus objetivos da forma correta.

Imagens cortesia de Camila Cordeiro e Annie Spratt.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.