Simplesmente Amor: um filme perfeito para o Natal

'Simplesmente Amor' se tornou uma verdadeira comédia romântica natalina. Simples e leve, mas com uma mensagem universal, acaba nos convidando a brindar com esperança.
Simplesmente Amor: um filme perfeito para o Natal
Leah Padalino

Escrito e verificado por Crítica de Cinema Leah Padalino.

Última atualização: 05 novembro, 2022

Dezembro é o mês dos grandes jantares, reuniões, excessos… Mas também é o mês dos clássicos e das tradições que parecem se repetir ano após ano. Montamos a árvore, o presépio, esperamos somente ‘coisas boas’, comemos torrone, nos despedimos do ano, jantamos com a família, bebemos champanhe e vemos o filme Simplesmente Amor novamente.

Parece que o filme de Curtis já é uma tradição natalina, um clássico, é o “tudo que eu quero no Natal” do cinema, o emblema natalino que inunda a telinha. E assim, ano após ano, desde a sua estreia no agora distante ano de 2003, Simplesmente Amor nos envolve com as suas histórias de amor impregnadas pelo espírito natalino.

É verdade que existem outros títulos que aparecem nessas datas, mas Simplesmente Amor parece ser o título de referência, o filme que boa parte da população decide assistir novamente no Natal.

Richard Curtis conseguiu reunir um elenco de sucesso, tecer uma rede de histórias que refletem os diferentes estágios do amor e construir uma espécie de mito natalino. Neste artigo, mostraremos algumas curiosidades do seu sucesso.

Um elenco invejável

Richard Curtis conheceu o sucesso como roteirista com títulos como O Diário de Bridget Jones (2001), Notting Hill (1998) e Quatro Casamentos e um Funeral (1994). Todos eles se encaixavam no gênero de comédia romântica e todos tinham Hugh Grant, o ator que se estabeleceu como um dos reis do gênero na sua juventude.

Grant voltou a trabalhar com Curtis em Simplesmente Amor, um filme onde ele, além de roteirista, era o diretor. O ator se juntou a outros rostos de sucesso, como Emma Thompson, Alan Rickman, Colin Firth e Liam Neeson.

Curtis conseguiu algo impossível: reunir em seu filme os atores britânicos “do momento”. Há artistas já consagrados como Alan Rickman, que haviam sido reconhecidos no século passado, e novas estrelas, como Keira Knightley, que começariam a brilhar no início do novo milênio.

Assim, consolidou-se um elenco bem conhecido do público, um elenco no qual se destacavam as estrelas da comédia romântica, como Colin Firth e Hugh Grant, e que acabaram garantindo o sucesso do filme.

Portanto, não é de surpreender que Simplesmente Amor tenha arrasado nas bilheterias, que o público tenha se reunido para assistir ao filme natalino do século.

No entanto, o verdadeiro sucesso veio muito mais tarde, graças ao boca a boca e à televisão. De alguma forma, o filme acabaria se tornando o ícone de uma época, do romantismo e, portanto, do espírito natalino.

Simplesmente Amor: a sobremesa perfeita

Após uma copiosa refeição de Natal, o que mais atrai muitos de nós é sentar no sofá e relaxar. Ter algo em segundo plano que nos encoraje, que reviva o espírito natalino, mas que não nos faça pensar muito.

É exatamente isso que promete Simplesmente Amor, uma comédia romântica, inocente, mas espirituosa.

Simplesmente Amor, na verdade, não quer que pensemos demais, não é tedioso, mas leve, doce e gentil. Ele nos traz muitos sorrisos e também nos lembra de histórias vividas na primeira pessoa. Qual é a chave do seu sucesso? Contar uma série de histórias de amor a partir de diferentes perspectivas e fases.

Temos o jovem pré-adolescente que vive o primeiro amor com grande intensidade; o casamento que, depois de muitos anos juntos, começa a sofrer os estragos da infidelidade; o apaixonado pela esposa do amigo; os namorados que, apesar de não falarem a mesma língua, conseguem se entender, e até um primeiro-ministro dançarino que fará de tudo para conquistar a sua amada.

Por outro lado, a nota cômica e musical está a cargo de Billy Mack, uma estrela pop que será o personagem irreverente do filme.

Histórias de amor

Curtis acertou ao mostrar as mais variadas histórias sobre o amor. Quando tudo parece ‘doce demais’, outra história mais trágica ou mais informal entra em cena.

Assim, Curtis evita o meloso, o trágico e absurdo que poderia ter se tornado um filme que retrata as mil faces do amor. O interessante é que ele usa uma linguagem que conhecemos perfeitamente, coloca diante de nossos olhos histórias que, embora exageradas, se conectam à nossa realidade.

Por exemplo, temos o jovem que não é bem-sucedido com as mulheres em seu país natal, mas quando se muda para os Estados Unidos, percebe que seu sotaque é admirado; temos o casamento desgastado de Thompson e Rickman e até uma jovem cujos problemas familiares não lhe permitem ter vida própria.

É verdade que algumas histórias agradam um pouco mais e que outras, com o passar do tempo, podem ser reinterpretadas. É o caso do jovem apaixonado pela esposa de um amigo que hoje é visto mais como assediador do que como romântico.

Cena do filme Simplesmente Amor

O passar do tempo

O tempo levou Simplesmente Amor a se tornar o clássico de Natal que é atualmente, mas também fez com que alguns valores contemporâneos ficassem de fora.

Com isso, não queremos dizer que o filme tenha envelhecido mal, a sua mensagem permanece tão simples e clara quanto em sua estreia. No entanto, se analisarmos o filme sob uma perspectiva atualizada, perceberemos a quantidade pequena de falas que as personagens femininas têm, e o fato de que não há representação do coletivo LGTBI.

Parece que Curtis havia pensado em uma história entre duas pessoas do mesmo sexo, mas acabou desistindo na versão final. Certamente, se Simplesmente Amor tivesse sido filmado hoje, teríamos uma ou mais dessas histórias, haveria mais diversidade e as mulheres teriam outro destaque.

De certa forma, parece que o ano de 2003 já está muito distante e o filme nos mostra como a nossa perspectiva mudou desde então. O que considerávamos como norma e até romântico, hoje pode ser suscetível a críticas.

Apesar disso, o filme continua fazendo sucesso, a sua mensagem permanece universal, mostrando que o amor está em toda parte, em todos os cantos, e são tantas histórias que qualquer espectador pode se reconhecer em qualquer uma delas. Aí está precisamente uma de suas chaves: no possível reconhecimento do espectador se vendo refletido em um personagem ou em um sentimento que se apoia em um discurso simples e natural.

Conclusão sobre Simplesmente Amor

Simplesmente Amor desenha histórias marcadas por sentimentos, adornadas pelas luzes do Natal e, embora às vezes se torne improvável, apela para o amor em geral, aquele sentimento que todos nós conhecemos.

Talvez uma de suas chaves seja a humanidade, a leveza da sua comédia e a universalidade da sua mensagem que culmina com a cena clássica do aeroporto. Além disso, essa cena é um reflexo fiel do que são os aeroportos na época do Natal: locais de passagem, mas de reencontros, abraços, lágrimas… Talvez, o melhor reflexo do que é o amor.

“Sempre que me sinto pessimista em relação ao mundo, penso no portão de desembarque do aeroporto de Heathrow. A opinião geral é de que vivemos em um mundo de ódio e egoísmo, mas não o entendo dessa maneira. Parece que o amor está em toda parte”.
– Simplesmente Amor –


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