Síndrome de Boreout: a outra cara do Burnout

Síndrome de Boreout: a outra cara do Burnout
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 07 janeiro, 2018

O mundo do trabalho pode ser bastante tóxico. É verdade que ter um emprego hoje em dia é sinônimo de privilégio, mas isso não significa que estamos isentos de problemas. Existem diversas condições relacionados com o trabalho que podem levar à depressão, insatisfação e ansiedade. Uma delas é a síndrome de Boreout, antagonista da Síndrome de Burnout.

Este último transtorno psicológico foca na supersaturação. Aparece naqueles trabalhadores com um grande estado de ansiedade e estresse emocional. O estado de esgotamento mental a que estão submetidos é tamanho que podem chegar a sofrer de problemas de ansiedade e pânico. A síndrome de Boreout, por outro lado, se baseia no sentimento de tédio decorrente da falta de expectativas no emprego. O conceito surgiu em 2007 das mãos de Phillippe Rothlin e Peter R Werder.

“A recompensa do trabalho bem feito é a oportunidade de fazer mais trabalho bem feito.”
– Edward Salk –

O que é a síndrome de Boreout?

A síndrome de Boreout é um fenômeno que, olhando de longe, pode parecer completamente inofensivo. Ter tão pouco trabalho ou tão pouca responsabilidade que não sabemos o que fazer com o resto do tempo é o sonho de muitas pessoas. Estas, submetidas a trabalhos precários ou à já mencionada Síndrome de Burnout, sonham com ter horas para respirar durante a jornada de trabalho.

O que muitos não sabem é que esta situação acaba afetando negativamente aqueles que a experimentam. A falta de objetivos, o desinteresse e a frustração não demoram a aparecer, provocando depressão, apatia e problemas de concentração a longo prazo.

Mulher entediada no trabalho

Esta sensação crônica surge da falta de planejamento, do monopólio das tarefas mais interessantes por parte de outros, da superqualificação ou de limitações na hora de inovar. Muitos profissionais não se veem reconhecidos nem valorizados em seu trabalho por parte de seus superiores. Isso faz com que o trabalhador se dê conta de que, por mais que se esforce, seu posto será o mesmo. Influencia também a escassa preparação de alguns trabalhadores, que acabam se sentindo inúteis e deixando de lado suas funções.

Os empregos relacionados com tarefas monótonas promovem também esta situação, como as cadeias de montagem ou armazenamento. Fazer o mesmo trabalho durante horas, sem uma variação é, além de tedioso, algo nocivo.

Como posso prevenir a síndrome de Boreout?

A Síndrome de Boreout pode ser prevenida sempre e quando as empresas tomarem as medidas adequadas. A saúde mental dos funcionários é fundamental para uma boa realização das tarefas. Ignorar suas necessidades, não valorizá-los e não prestar atenção nas suas sugestões fará com que o clima de trabalho piore.

Existem vários focos aos quais devemos prestar atenção. Centrar-se neles, estudá-los e estabelecer soluções é essencial para acabar com este transtorno psicológico. Se a própria empresa decide não intervir, os trabalhadores devem buscar alternativas.

Pratique atividades fora do horário de trabalho

É importante separar a vida de trabalho da pessoal. Ao acabar o expediente, devemos nos desconectar e realizar atividades de que gostamos e que nos motivem. Praticar esportes, fazer teatro, ioga, ir ao cinema ou ficar com os amigos são as opções mais recorrentes. Ler é também um passatempo bastante utilizado, dado que nos permite fugir da realidade. Somos seres humanos, e como tais precisamos de distrações. Procure que sejam saudáveis e não recorra a alternativas prejudiciais, como o álcool ou as drogas.

Homem com síndrome de Boreout

Fale com um especialista

Se você notar que precisa de ajuda externa, fale com um especialista. Os psicólogos e psiquiatras são os encarregados de velar por sua saúde mental e emocional. Eles ajudarão a encontrar técnicas de relaxamento, escutarão seus problemas e irão acompanhá-lo na busca por soluções.

Não devemos ter medo de pedir ajuda. Às vezes algumas sessões por mês fazem muito mais do que pensamos.

Defina uma lista de objetivos

Ter uma lista de objetivos a curto e longo prazo sempre vai bem. Pense em tudo aquilo que deseja conseguir em pouco tempo, e depois em seus sonhos a longo prazo. Reflita, estabeleça conexões e tome decisões para chegar onde quer.

Algumas de suas metas podem ser impossíveis, mas outras não. O esforço e a constância vão sempre de mãos dadas com a sorte, que aparece quando deve. Tente estar preparado para quando ela surgir.

Fale com seus superiores

Se você acha que eles não são conscientes da situação, tente iniciar uma conversa. Pode ser que pela exposição de seus argumentos você seja ouvido e seja feita uma mudança. Procure ser amável e não exigir, explicando com tranquilidade seu ponto de vista sobre o assunto.

No pior dos casos tudo continuará igual, mas ao menos você saberá que tentou. É muito mais do que ficar parado, sem fazer nada, por medo da resposta. Tenha coragem para brigar por seus direitos como trabalhador.


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  • Cabrera L. Síndrome de Boreout: Diseño, confiabilidad y validación preliminar de un instrumento para su medición. Rev. Univ. Ind. Santander. Salud  [Internet]. 2014  [consultado 31 mar 2022] ;  46(3): 259-265. Disponible en: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0121-08072014000300006&lng=en.
  • Rothlin P, Werder P. El nuevo Síndrome Laboral Boreout. 1° Edición. España: Penguin Random House Grupo Editorial; 2011.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.