Sintomas da agorafobia

Você sabe quais são os sintomas da agorafobia? Esse transtorno de ansiedade lhe parece familiar? Descubra tudo sobre ele neste artigo.
Sintomas da agorafobia

Última atualização: 10 outubro, 2020

A agorafobia é um tipo de fobia caracterizada por um medo intenso de estar em locais públicos ou situações onde é difícil ou constrangedor escapar, ou em que é difícil obter ajuda em caso de ataque de pânico ou sintomas semelhantes. Ou seja, o medo surge sobretudo em locais públicos, e não tanto abertos (embora também estejam incluídos), como muitas vezes se pensa.

Segundo um estudo de Gómez Ayala (2012), a prevalência anual da agorafobia é de 0,3%, embora atualmente esse número possa ser superior. É um transtorno que geralmente começa no final da adolescência e nos primeiros anos da terceira década de vida. Afeta principalmente as mulheres, com distribuição de 2:1 por gênero em relação aos homens.

Mulher tendo crise de ansiedade

Sintomas da agorafobia

De acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) (2014), que tomamos como manual de referência, os sintomas da agorafobia são os seguintes:

Medo ou ansiedade intensos como sintomas da agorafobia

Esse medo ou ansiedade intensa ocorre em duas ou mais das cinco situações a seguir:

  • Uso de transporte público (por exemplo: trens, barcos, ônibus…).
  • Estar em espaços abertos (por exemplo: mercados, pontes…).
  • Estar em locais fechados (por exemplo: lojas, cinemas…).
  • Ficar em uma fila ou no meio de uma multidão.
  • Estar longe de casa sozinho.

Evitação das situações

Outro sintoma da agorafobia é a evitação das situações citadas, pois a pessoa acredita que, se quiser fugir, isso seria difícil. Além disso, a pessoa também acredita que se precisasse de ajuda, em caso de ataque de pânico ou outros sintomas semelhantes, recebê-la seria muito difícil nessas situações; portanto, ela as evita ativamente. Além de evitar essas situações, o indivíduo as teme intensamente.

Por outro lado, se a pessoa enfrenta as situações, sempre o faz com um companheiro (ou até mesmo algum tipo de amuleto), ou resistindo ao medo ou ansiedade intensa que a situação provoca; isto é, elas passam muito mal e são incapazes de lidar com a situação sem se sentirem bastante ansiosas.

Prevalência do medo

Outra característica da agorafobia é que as situações agorafóbicas (isto é, aquelas que são temidas) quase sempre causam medo ou ansiedade. Ou seja, é algo contínuo e constante, não algo que aparece apenas de vez em quando.

“A emoção mais antiga e intensa da humanidade é o medo, e o mais antigo e intenso dos medos é o medo do desconhecido.”
-HP Lovecraft-

Medo desproporcional como um dos sintomas da agorafobia

Como uma característica adicional dos sintomas da agorafobia, deve-se notar que o medo que a pessoa sente é desproporcional se analisarmos o perigo real representado pelas situações agorafóbicas. Esse medo também é desproporcional em relação ao contexto sociocultural. Essa característica de desproporcionalidade ocorre em todas as fobias, não apenas na agorafobia.

O medo dura pelo menos 6 meses

Para o diagnóstico da agorafobia, de acordo com o DSM-5, o medo, a ansiedade e a evitação devem ser contínuos e durar no mínimo seis meses. Se este critério não for atendido, o distúrbio não pode ser diagnosticado.

Desconforto significativo

Como qualquer transtorno mental, a agorafobia causa um desconforto significativo (que deve ser clinicamente significativo), ou uma deterioração na vida da pessoa, seja a nível social, ocupacional ou outro. Em outras palavras, o distúrbio interfere no funcionamento diário do paciente, impedindo-o de continuar com a sua vida normal.

“O desconforto faz parte do meu plano mestre.”
-Jonathan Lethem-

Medo excessivo

No caso de outra condição médica subjacente ou outro transtorno mental, o medo, a ansiedade ou a evitação do paciente são claramente excessivos. Ou seja, os sintomas que a pessoa sente não podem ser explicados por outra condição; é a própria agorafobia que os explicaria.

Medo excessivo

Além dos sintomas da agorafobia

Vimos os sintomas da agorafobia e como eles podem interferir na vida de uma pessoa, mas o que mais sabemos sobre esse transtorno de ansiedade? Sabemos, por exemplo, que além de ocorrer mais nas mulheres do que nos homens, nelas há uma maior gravidade e comorbidade psiquiátrica, segundo o estudo de Gómez Ayala (2012). Além disso, no sexo feminino, a carga genética é maior do que a carga ambiental. Nesse sentido, quanto mais precocemente o distúrbio aparecer, maior é a carga genética e pior a evolução.

Um distúrbio crônico?

Em geral, a agorafobia é de natureza crônica, mas sua intensidade pode variar muito ao longo da vida de uma pessoa. Por outro lado, o fato de geralmente ser um distúrbio crônico não significa que não possa ser tratado. A psicoterapia é uma das melhores opções para o tratamento da agorafobia. Às vezes, esse tipo de intervenção é combinado com medicamentos (sempre prescritos por médicos especialistas).

Associação com o transtorno de pânico

De acordo com o estudo de Gómez Ayala (2012) mencionado, a agorafobia é um transtorno que está frequentemente associado ao transtorno do pânico; especificamente, 75% das pessoas que sofrem de agorafobia também sofrem de transtorno do pânico. Lembre-se de que o transtorno do pânico é caracterizado principalmente pelo aparecimento de dois ou mais ataques de pânico inesperados, somados à inquietação ou preocupação com a possibilidade de outros ataques de pânico.


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  • American Psychiatric Association (2014), Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5th ed.), Arlington: American Psychiatric Publishing.
  • Gómez Ayala, A.E. (2012). Agorafobia y crisis de pánico. Farmacia Profesional, 26(6): 32-39.
  • Jacobson, K. (2004). Agoraphobia and Hypochondria as Disorders of Dwelling. International Studies in Philosophy. 36 (2): 31–44.

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